Ex-refugiada Halima Aden deve ser destaque nas passarelas do NYFW 2019
Ela é embaixadora da Unicef e foi a primeira candidata a miss que usou uma típica vestimenta árabe na competição
atualizado
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A temporada de desfiles se aproxima e aproveito o momento para relembrar o rosto que, em 2017, quebrou paradigmas e redefiniu a moda das passarelas. Destaque desde fevereiro do ano passado, a modelo Halima Aden tem origem somali e nasceu em um campo para refugiados no Quênia.
Halima chamou atenção não apenas pela beleza. Ela se destacou, principalmente, porque, em 2016, foi a primeira candidata a miss que usou um hijab – vestimenta de origem árabe tradicionalmente utilizada para cobrir o cabelo das mulheres muçulmanas.
Na ocasião, Halima concorreu ao título de Miss Minnesota, estado norte-americano para onde imigrou ainda criança. Ela também foi a primeira top a usar os trajes típicos nas passarelas internacionais. Não demorou para que estreasse no New York Fashion Week desfilando com a cabeça coberta – esbanjando estilo e representatividade.
A trajetória da modelo não foi fácil. Hoje, aos 20 anos, ela faz história. Foi capa de publicações renomadas como Vogue Arábia, Allure, Glamour americana e Teen Vogue. Também tem no currículo desfiles para estilistas e marcas importantes, como Max Mara, Kanye West, Philipp Plein e Alberta Ferretti. Tudo isso sem tirar o hijab, símbolo de sua religião.
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Durante a Guerra Civil de1992 teve sua vila incendiada. Isso a obrigou a mudar com a família para Kakuma. Doze anos depois, ao lado da mãe e do irmão mais novo, saiu do campo para imigrar aos Estados Unidos.
No início, em terras americanas, Halima teve dificuldades para estudar. Com um inglês limitado, precisou de tempo para se adaptar e fazer amigos. Conseguiu, mais tarde, uma vaga na Universidade Estadual de St. Cloud, em Minessota.
Em busca de independência financeira, conquistou o primeiro emprego aos 16 anos.
“Acho que isso vem de um sentimento de falta de esperança que tive quando criança por causa de minha mãe. Ela literalmente andava por todo o acampamento vendendo incenso em troca de alimentos”, contou a modelo, em entrevista à revista Glamour.
O sucesso de Halima é significativo, principalmente em um momento de pouca tolerância em relação a refugiados nos Estados Unidos. Pelo menos 2 mil crianças imigrantes foram afastadas de seus pais de abril a junho.
“Eu já fui uma criança refugiada e nem consigo imaginar o trauma que teria se tivesse sido arrancada de minha mãe. Isso as deixa vulneráveis à exploração e ao abuso”, afirmou Hamila. Depois de muitas controvérsias, o presidente Donald Trump assinou um decreto para acabar com a separação.
No ano passado, a jovem voltou pela primeira vez ao campo onde nasceu, em uma viagem com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Depois da visita, tornou-se embaixadora oficial da organização. Atualmente, Halima tem cidadania americana e conquistou espaço no mundo da moda.
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Colaborou Rebeca Ligabue