Ex-funcionários da Hermès são julgados por falsificações de bolsas de luxo
O grupo é acusado pela produção de réplicas utilizando técnicas e materiais da grife, além de vendas internacionais
atualizado
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No século 18, a Hermès começou a construir o legado composto pelos seguintes pilares: tradições, design e luxo. Durante a sua lendária trajetória, a casa francesa se tornou responsável pela criação de clássicas bolsas que viraram ícones de desejo mundial. Paralelamente ao crescente sucesso e às extensas filas de espera pelos modelos limitados da grife, o mercado de falsificações tenta aproveitar a alta demanda. Contudo, no dia 24/6, foi dado início ao julgamento de ex-funcionários da label investigados por produções ilegais das bags.
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O grupo, composto por ex-colaboradores da Hermès, foi julgado por falsificações de bolsas de luxo. Entre elas, a Birkin, um dos modelos mais requisitados da marca, idealizado em homenagem à atriz e modelo inglesa Jane Birkin, em 1984. Não demorou para a renomada criação repercutir mundo afora. Atualmente, o item pode custar até seis dígitos aos amantes da bag.
O julgamento teve duração de três dias. Nas sessões, os acusados admitiram grande parte das acusações. Os envolvidos responderam pela organização de um esquema de falsificações das bolsas de luxo em série, criado em 2011 e com atuação até 2014. Após a confecção, os acessórios eram comercializados por cerca de 44% do valor original de cada peça.
Os promotores descreveram o caso como falsificações de alta qualidade, que permitem uma grande margem de lucro. Nas sessões, as autoridades explicaram que três pessoas idealizaram a operação, sendo dois ex-funcionários da Hermès. Um era especialista em couro e o outro, responsável pela importação de peles exóticas para a grife.
Segundo o portal WWD, outras oito pessoas também estão envolvidas no esquema e foram acusadas por formação de quadrilha, além de produção e venda de produtos falsificados. Na sexta-feira (26/6), a Justiça determinou pena de 7 anos de prisão, mais multa de 750 mil euros, para os envolvidos. Os produtos detidos durante as investigações permanecem confiscados.
Um dos idealizadores do grupo se mudou para o Vietnã no início das acusações, mas teve um mandado de prisão solicitado na última sessão. Os advogados da casa de luxo francesa pediram mais de um milhão de euros no processo.
Entenda o caso
De acordo com o site The Guardian, o tribunal descobriu a rede de falsificações durante a busca de um suspeito, acusado de vender bolsas roubadas na França a clientes asiáticos. Em meio às investigações do caso inicial, um ateliê escondido foi descoberto. Por lá, o grupo confeccionava peças semelhantes às da grife de luxo e vendiam como originais.
O lucro estimado é superior a 2 milhões de euros. Os membros da quadrilha têm entre 30 e 69 anos. Para o esquema, os ex-funcionários uniram as expertises adquiridas ao trabalhar na Hermès, com o esquema de confecções e revendas internacionais.
As bolsas falsificadas também recebem couro de crocodilo, tecido nobre usado em peças seletas da casa de luxo. A matéria era obtida por meio de um acordo ilegal de importação da Lombardia, na Itália.
Com o grupo, foram encontrados ferragens da label que também eram utilizadas no acabamento das réplicas. No ateliê, estavam ferramentas exclusivas disponibilizadas aos artesãos da casa de luxo para aprimorar os acabamentos das bolsas feitas à mão.
Colaborou Sabrina Pessoa