Estilo e resistência: veja cinco marcas nacionais lideradas por negros
Dendezeiro, Ateliê Mão de Mãe e Apartamento 03 são alguns dos exemplos que crescem no mercado da moda a partir da valorização cultural negra
atualizado
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Novembro é um mês dedicado à reflexão sobre a luta e contribuição da população negra no Brasil. Nesse contexto, marcas como Dendezeiro, Santa Resistência, Ateliê Mão de Mãe, Apartamento 03 e Isaac Silva se destacam não apenas por suas criações, mas também pelo diferencial ancestral que carregam nos DNAs. Apesar das propostas diferentes, cada uma traz uma narrativa rica, história e compromisso com a valorização da cultura afro-brasileira como elo em comum.
Vem conhecer!
Criada em 2019 pelos estilistas Hisan Silva e Pedro Batalha, a Dendezeiro cresce no cenário fashion como uma verdadeira personificação de inovação no mercado da moda brasileira. Desde a idealização, a marca de origem baiana se destaca na indústria em razão da abordagem inclusiva e sustentável. Além disso, o compromisso com a autenticidade negra levou o trabalho da etiqueta para todos os cantos do país.
Conterrânea da Dendezeiro, a Ateliê Mão de Mãe tem o crochê como fio condutor. Vinicius Santana divide o comando com a mãe, Luciene Santana, e o namorado, Patrick Fortuna. A matriarca sempre teve o trabalho artesanal como principal sustento da família. A marca promove a tradição do fazer manual, utilizando materiais recicláveis e técnicas ancestrais.
Por sua vez, a Santa Resistência é uma marca que se destaca por sua proposta inovadora e pela defesa da representatividade. Com o DNA do continente africano, a etiqueta promove a ancestralidade da mulher negra em diáspora. Sob a visão de Mônica Sampaio, desde 2015, produz peças que funcionam como verdadeiro outdoor da estética afro-brasileira.
Fundada pelo estilista Luiz Cláudio Silva, a Apartamento 03 tem se tornado uma marca cada vez mais admirada e potente. O acabamento minucioso e o cuidado com os tecidos e texturas fazem parte das principais características da marca.
A alfaiataria desconstruída conquista o público, assim como o talento para narrar histórias por meio da moda. Em 2024, a etiqueta foi um dos destaques da edição N58 do São Paulo Fashion Week, com a coleção batizada de Grã, que celebrou o café como uma forma de legado ancestral de pessoas negras.
Estilista baiano radicado em São Paulo, Isaac Silva criou a marca homônima em 2015. Outro nome vindo da Casa de Criadores, o diretor criativo é formado em design e gestão de moda, além de ser tecnólogo em produção de vestuário.
Para o designer, a moda funciona como uma forma de ativismo. Em seus trabalhos, já homenageou personalidades como a primeira mulher trans da história do Brasil, Xica Manicongo. A grife veste nomes como Taís Araújo, Camila Pitanga e Elza Soares.
Novembro negro
Pela primeira vez desde 1971, o Dia da Consciência Negra será feriado nacional. A data, que faz alusão à morte e o legado de Zumbi dos Palmares, foi oficialmente reconhecida em dezembro de 2023 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Nesse mês, é fundamental reconhecer, celebrar e potencializar a trajetória de pessoas negras. Na moda, além da contribuição para o mercado, eles também são exemplos de resistência e inspiração.