Estilista gaúcho é o primeiro brasileiro a concorrer ao Prêmio LVMH
A 10ª edição do concurso recebeu mais de 2.400 candidaturas. O brasileiro João Maraschin está entre os 22 semifinalistas
atualizado
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O conglomerado de luxo LVMH revelou a lista dos semifinalistas da 10ª edição do seu prêmio para novos talentos na moda. A empresa recebeu mais de 2.400 candidaturas e selecionou 22 estilistas para continuar na disputa. Um desses nomes é o do gaúcho João Maraschin, primeiro brasileiro a passar na seletiva.
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Internacionalmente, o Brasil não é um país facilmente associado à moda. Apesar de ostentar modelos mundialmente conhecidas, como Gisele Bündchen e Alessandra Ambrosio, poucos estilistas e marcas furaram a bolha. No entanto, o cenário pode mudar, mesmo que a passos lentos, e a entrada de um brasileiro na disputa pelo Prêmio LVMH é uma prova disso.
O estilista João Maraschin está na lista dos 22 semifinalistas da competição, que engloba ainda nomes como Raul Lopez, estilista norte-americano fundador da Luar, marca que conquistou Dua Lipa e Nicole Kidman com a bolsa hit Ana. Do total, apenas oito irão para a final, em março, quando será escolhido o vencedor.
Além de um prêmio de 300 mil euros, o número um da disputa se beneficiará da estrutura do LVMH. O estilista vencedor passa por uma série de mentorias com experts do mercado que trabalham nas maiores marcas da indústria, como Louis Vuitton, Dior e Fendi.
Quem é João Maraschin
Nascido em Caxias do Sul, segunda cidade mais populosa do Rio Grande do Sul, onde se formou em moda, João Maraschin começou a trabalhar na área ao lado do estilista Ronaldo Fraga. Em 2011, lançou uma marca própria, que encerrou três anos depois.
A virada veio em 2016, quando se mudou para Londres, na Inglaterra, para cursar mestrado na London College of Fashion. Passou pelas marcas JW Anderson e Wales Bonner, até relançar a etiqueta homônima para o trabalho final da pós-graduação.
Maraschin chamou atenção dos jornalistas de moda e do mercado estrangeiro por trabalhar o artesanal com um olhar contemporâneo. Pense em looks de crochê e macramê, por exemplo, em uma paleta de cor atual e com modelagens que fogem do lugar comum.
“O que eu tenho visto é que, muitas vezes, o manual não parece contemporâneo e o consumidor não se relaciona com o produto porque acha que tem uma cara antiga. Quis olhar para a técnica manual de forma mais moderna e trazer isso para o mercado de luxo”, afirmou o estilista à Vogue Brasil em 2020.
Outro ponto forte de João Maraschin na disputa é a sustentabilidade. O gaúcho está envolvido em projetos sociais que visam valorizar o feito à mão a partir da capacitação e também procura reaproveitar o estoque morto de tecido e de peças da própria marca.