Estilista da Dior, Maria Grazia Chiuri fala sobre dificuldades
A diretora criativa escreveu artigo para a Vogue e abordou isolamento social, trabalho em tempos de pandemia global e expectativas do futuro
atualizado
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A pandemia do novo coronavírus colocou milhões de pessoas em todo o mundo em isolamento social. Paralelamente, a indústria da moda tenta lutar para sobreviver em meio a tantas incertezas. Em artigo na Vogue, no formato de uma carta, a diretora criativa da Dior, Maria Grazia Chiuri, compartilhou como ela e a equipe da maison estão lidando com a crise, além de pensamentos em relação ao futuro.
Embora a Dior seja francesa, muito do trabalho da grife acontece na Itália. “Eu moro em Roma. Minha família está em Roma. Temos várias fábricas na Itália, incluindo uma na Toscana. Normalmente, passaríamos algum tempo na Itália antes de mostrar uma coleção, porque queremos ver os protótipos e formas finais”, comentou Chiuri.
A estilista revelou que, quando percebeu que o cenário estava piorando, manteve a segurança da equipe como prioridade. Então, providenciaram equipamentos para trabalhar remotamente, apesar de “parecer estranho”.
“Estamos trabalhando isoladamente há várias semanas. Compartilhamos coisas via FaceTime e WhatsApp. Honestamente, porém, não é tão fácil. Ter uma ideia e fazer um esboço é uma coisa, mas nosso trabalho é prático. É sempre um processo muito manual envolvido”, aponta.
A designer também aproveitou o espaço para a homenagear profissionais de saúde envolvidos no combate à Covid-19. “Testemunho a dedicação de nossos médicos e enfermeiros, a quem gostaria de agradecer do fundo do meu coração. Nosso senso inato de ser italiano nos ajudou a sentir-nos próximos, apesar da distância.”
Ela lembrou que uma das oficinas da Dior em Redon, na região da Bretanha (França), foi reaberta para a produção de máscaras de proteção. Em geral, o sentimento de Chiuri é de orgulho pela indústria fashion.
A italiana citou que muitas empresas estão usando seu conhecimento, capacidade e recursos para inventar e fabricar artigos que a comunidade médica atualmente precisa. Não apenas grandes marcas, mas também as menores.
Na carta, Maria Grazia também contou como tem passado os dias de quarentena. Ela assiste à televisão apenas para ter acessos a notícias, mas também vê filmes e lê bastante, especialmente à noite. Além disso, cozinha.
“Ficar em casa significa que tenho todas as minhas coisas pessoais à mão. Por causa do meu trabalho, passo minha vida viajando pelo mundo. Estar em casa, se não fosse por esse momento terrível, seria um prazer”, escreve.
Para a estilista, é fundamental não deixar a esperança de lado. “O importante para mim é manter uma visão otimista e focar na importância do trabalho em equipe e da solidariedade. Tenho orgulho de que, na moda, esse seja um valor tão forte”, completou Chiuri.
Colaborou Rebeca Ligabue