Especializado em peças retrô, brechó Loop Vintage dá rasante na cidade
Projeto da paulistana Luiza Ortiz desembarcou no novo ponto físico da Pretty New
atualizado
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Uma das mais poluentes do planeta, a indústria da moda, aos poucos, busca sua redenção perante o meio ambiente. Contudo, para que a mudança realmente aconteça, os consumidores também precisam reavaliar seu comportamento na hora das compras. Neste cenário, os brechós, antes vistos com maus olhos por muitos fashionistas, passaram a ser uma opção sustentável e cool para os amantes da moda que querem dar aquela repaginada no visual.
Atenta a essa transformação cultural, Gabriella Constantino investiu, há quatro anos, na Pretty New, uma loja voltada ao modelo second-hand de consumo. Em seu acervo, cheio de peças modernas, a empresária conseguiu criar um mix de dar inveja a qualquer multimarcas, mas, com o revival das décadas passadas nas passarelas, um toque mais vintage passou a fazer falta nas araras da brasiliense.
Atualmente, ela estuda a possibilidade de incluir mais peças retrô em seu ponto de vendas, no entanto, enquanto o plano não sai do papel, Gabriella resolveu dar às suas clientes um gostinho do que vem por aí. Ela convidou o projeto Loop Vintage, de Luiza Ortiz, para desembarcar na capital federal e promover um dia repleto de nostalgia.
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Garimpar roupas é algo que Luiza Ortiz sempre faz em suas viagens. De acordo com a consultora do e-commerce Gallerist, percorrer os centros comerciais das cidades que visita é uma excelente oportunidade de achar peças diferentes com preços acessíveis.
Há dois anos e meio, depois do incentivo de suas colegas de trabalho, a paulistana decidiu unir o útil ao agradável e transformar seu hobby em negócio, dando origem ao Loop Vintage, um brechó voltado a roupas com características retrô.
De acordo com a empresária, o foco do projeto é levar às suas clientes roupas diferentes do que é visto no mercado, independentemente de quem as fez. Em meio aos achados, até existe um modelo assinado por Yves Saint Laurent. Entretanto, as grifes não são o foco do brechó.
“Lá fora, criações vintage são mais caras do que as atuais, porque acabam se tornando itens de colecionador. A brasileira ainda não investe tanto em uma peça de segunda mão, então prefiro apostar no design. Em muitos casos, a roupa é incrível, mas é de uma marca desconhecida”, afirma.
Para fazer sua curadoria, Luiza aposta em seu tino de styling, treinado ao longo dos anos em que trabalhou na equipe criativa da Mixed e da Lenny Niemeyer. “São itens que despertam algum sentimento em mim, coisas que acho cool ou que tenham uma modelagem exclusiva, por exemplo”, relata.
Segundo a empresária, suas peças são achadas em várias cidades ao redor do mundo, mas as grandes metrópoles originaram as roupas mais icônicas de seu acervo. “Los Angeles, Nova York, Londres e Paris foram as melhores experiências, mas quero muito ir a Hong Kong. Dizem que é demais. Se eu for, vai ser uma experiência incrível”, avalia.
Vendendo suas peças de forma física pela primeira vez (até então só era possível comprar as roupas da Loop Vintage pelo Gallerist ou Instagram), Ortiz conta que a parceria com a Pretty New surgiu de forma natural. “Eu e a Gabriella temos amigas em comum e eu sempre quis ter essa experiência de vendas em Brasília. Ela me fez o convite e topei na hora”, lembra.
Para Gabriella, a presença da Loop em seu novo espaço físico, localizado na QL 10 do Lago Sul, foi uma oportunidade para suas clientes verem que é possível achar peças vintage com qualidade e design. “Eu amo esse estilo e sempre quis incluir mais disso na Pretty New. As brasileiras estão começando a entender que ele é cool, mas Brasília tem uma certa carência de locais com peças bacanas”, afirma Constantino.
No mercado desde 2015, a brasiliense diz estar animada com a aceitação do movimento second-hand. “Eu vejo uma grande mudança desde que comecei. As pessoas estão mais abertas e a palavra brechó perdeu o sentido pejorativo. Alegra-me muito ver que esse preconceito está acabando”.
Luiza, por outro lado, ainda vê um longo caminho a ser percorrido. “Tem muito a crescer. Eu sempre tento mostrar para as pessoas os diferenciais, que são peças únicas e exclusivas, mas muita gente ainda resiste. Tem que deixar esse preconceito de lado! O consumo consciente não é apenas uma tendência, trata-se de uma necessidade. Além disso, é tão legal ter um estilo diferente e poder se destacar”, finaliza a paulistana.
Colaborou Danillo Costa