Entenda os planos da Shein com processo de produção no Brasil
Com mais de 150 fábricas em operação no país, a marca chinesa aposta em confecção nacional para se solidificar no mercado brasileiro
atualizado
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A Shein, gigante do fast fashion, está avançando significativamente no plano de nacionalizar a produção no Brasil. Apenas um mês após anunciar a intenção de estabelecer uma base de fabricação local, a marca já possui 151 fábricas têxteis operando no país. Apesar de possíveis entraves, a medida pode fortalecer a indústria de moda no Brasil.
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Expansão acelerada
A estratégia da Shein traz vantagens para a marca e os consumidores brasileiros. Ao produzir localmente, a empresa reduz os custos logísticos associados à importação, o que possibilita a oferta de produtos a preços ainda mais competitivos. Vale lembrar que, segundo relatório divulgado pelo banco BTG Pactual, varejistas como C&A, Riachuelo e Renner já vendem peças até 400% mais caras do que a Shein.
Com ousado plano de expansão, a etiqueta chinesa pretende conquistar o marco de duas mil fábricas em solo nacional em até três anos, fazendo com que 80% das vendas daqui sejam produzidas localmente. Marcelo Claure, presidente do conselho para a América Latina da Shein, destacou em comunicado que o mercado brasileiro é um dos cinco mais relevantes para a marca, além de ser o primeiro a receber modelo de produção próprio.
Empregos e desenvolvimento
Após discussões com o governo federal sobre questões de evasão fiscal relacionadas a compras em sites estrangeiros que exportam para o Brasil, a Shein anunciou, em abril deste ano, um investimento de R$ 750 milhões no setor têxtil brasileiro. A iniciativa tem o potencial de gerar até 100 mil empregos indiretos no país durante o período de expansão da empresa.
Segundo Claure, produzir roupas no Brasil será mais barato do que importá-las das fábricas chinesas. Ele explica que os custos logísticos para envio da China são equivalentes aos custos de produção no Brasil. Ou seja, a marca ainda planeja oferecer os itens produzidos localmente pelo mesmo preço ou até mesmo mais baixo do que os importados, além de um marketplace para vendedores brasileiros já disponível na plataforma.
Problemáticas
Como nem tudo são flores, vale ressaltar que a Shein enfrentou controvérsias relacionadas a questões de plágio e trabalho escravo nos últimos anos, o que pode influenciar os consumidores a não comprarem na etiqueta. A marca chinesa foi acusada de copiar designs de etiquetas como Bailey Prado, Zara e GCDS.
Além disso, houve ainda relatos e denúncias de más condições de trabalho em algumas fábricas associadas à Shein, com alegações de trabalho escravo e violações dos direitos trabalhistas. Na sede, localizada na China, foi descoberto que os colaboradores trabalham até 18 horas por dia e costuram, em média, 500 peças de roupa diariamente, custando, cada uma, cerca de R$ 0,20 pela produção.
Em entrevista ao Estadão, o especialista em varejo Ulysses Reis apontou que a atuação da Shein no Brasil dependerá de como a empresa asiática se organizará para lidar com questões típicas do mercado nacional, como tributação, custos gerais e encargos trabalhistas. “Quando eles tiverem de colocar os números na ponta do lápis, talvez percam o diferencial competitivo que é justamente o preço mais baixo”, afirmou o especialista.
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Alternativas mais sustentáveis, mas no “precinho”
Vale ressaltar que a busca por opções mais sustentáveis na moda está ganhando cada vez mais destaque. Conscientes do impacto ambiental e social causado pela indústria da moda, os consumidores estão buscando alternativas.
Dessa maneira, os brechós se destacam como uma excelente opção. Além de oferecerem peças únicas e cheias de estilo, eles contribuem diretamente para a diminuição da exploração de recursos naturais e da poluição gerada pela produção em massa. Comprar em brechós é uma forma de dar uma segunda chance às roupas, prolongando seu ciclo de vida e evitando que se tornem resíduos precocemente.
Nesse contexto, é fundamental direcionar o poder de compra para marcas que valorizam não apenas a moda acessível, mas também a responsabilidade social e ambiental. A transparência com os consumidores também deve ser levada em consideração.