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Entenda como grifes unem moda e gastronomia como estratégia visual

Algumas das principais marcas do setor têm relações com a gastronomia que vão de campanhas publicitárias a restaurantes próprios

atualizado

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Anthea Hamilton/Loewe/Divulgação
Campanha de outono/inverno 2022 da Loewe, com adereço de abóbora - Metrópoles
1 de 1 Campanha de outono/inverno 2022 da Loewe, com adereço de abóbora - Metrópoles - Foto: Anthea Hamilton/Loewe/Divulgação

Você já reparou que, atualmente, marcas de moda e beleza têm apostado na gastronomia como elemento visual? Na beleza, há empresas de como a Rhode Skin, de Hailey Bieber, utilizando imagens de café, sorvete, frutas e pimenta para simbolizar os estímulos sensoriais dos cosméticos. Já na moda, grifes como a Jacquemus também fazem isso de maneira recorrente em campanhas, collabs com redes de alimentos e até como fonte de inspiração para estampas e peças.

Vem entender como ocorrem essas conexões entre moda e comida!

Imagem de lip balms da Rhode, de Hailey Bieber, com framboesas - Metrópoles
Marcas de moda e de beleza, como a Rhode Skin, de Hailey Bieber, têm usado com frequência alimentos, como frutas, em imagens publicitárias

Campanhas e redes sociais

A associação das marcas aos alimentos, seja como elementos imagéticos, seja como inspiração de fragrâncias, formatos e texturas, pode estar relacionada à tendência da geração Z em transformar momentos simples do cotidiano em uma espécie de novo luxo, como analisou Simon Beckerman, do marketplace de revenda de moda Depop, à Vogue Business. É como se a comida criasse um contexto sensorial que contribui, com auxílio da semiótica, para a narrativa de desejo que as marcas almejam ao criar campanhas.

Nas propagandas de moda, frutas e drinques aparecem ao lado de bolsas e acessórios, ou nas mãos de modelos que posam com roupas de marcas de luxo. Cenas de cafés da manhã, piqueniques e jantares luxuosos, quando utilizados, ajudam associar esses itens a experiências palpáveis e determinados contextos socioculturais.

Joias da Jacquemus em formato de croissant - Metrópoles
Comidas surgem eventualmente como elementos da narrativa visual da grife francesa Jacquemus

 

Propaganda da Hermès com imagens de lenço e sorvete - Metrópoles
Aqui, uma propaganda da Hermès para as celebrações de fim de ano

 

Imagem de sapato da Kate Spade NY com torradas - Metrópoles
Imagem publicada no Instagram pela Kate Spade New York, outra grife que costuma usar alimentos na composição das fotos

Alimentos como inspiração

Ao longo da história, os alimentos foram fontes de inspiração nas criações fashion várias vezes. Um grande exemplo é o vestido com estampa de lagosta da Schiaparelli, dos anos 1930. No presente, há diversos flertes com comida e bebida no universo da Kate Spade New York, por exemplo, com direito a collabs com marcas como Heinz, M&M’s, além das várias vezes em que algum drinque, fruta ou petisco aparece como adereço nas imagens publicitárias.

Há 10 anos, a Moschino usou as cores do McDonald’s como uma das inspirações da coleção outono/inverno 2014, que também teve vestidos simulando embalagens de doces. Mais recentemente, a grife criou bottons em formato de ovos fritos e uma bolsa inspirada nas baguetes francesas. Já a Loewe, nos anos recentes, trouxe elementos como saltos de sapato em formato de ovo, e leite, na camiseta “Drink Your Milk (beba seu leite, em tradução livre), para uma campanha beneficente.

Bolsa da grife Moschino em formato de baguete - Metrópoles
Poderia ser uma tradicional baguete francesa, mas é uma bolsa da grife italiana Moschino

 

Camiseta Drink Your Milk, da Loewe - Metrópoles
A espanhola Loewe, no Mês da Visibilidade LGBTQIAP+, lançou esta camiseta com a frase “beba o seu leite” como parte de uma ação beneficente

 

Collab da grife Kate Spade NY com a marca de ketchup Heinz - Metrópoles
Aqui, algumas peças da Kate Spade com a marca de ketchup Heinz

Cafés e restaurantes próprios

Se a comida é tão importante para a narrativa da moda, por que não oferecê-la, também, aos clientes? É o que fazem marcas como Gucci, Prada, Louis Vuitton, Ralph Lauren, Emporio Armani, Chanel, Tiffany & Co. e Burberry, que têm os próprios cafés ou restaurantes espalhados em cidades estratégicas. Afinal, o consumo de luxo não se restringe só às prateleiras das lojas.

Na Fondazione Prada, em Milão, o Bar Luce traz um toque italiano dos anos 1950 e 1960, projetado por Wes Anderson, cineasta conhecido pela estética refinada, colorida e simétrica. Recentemente, a Louis Vuitton abriu seu primeiro restaurante em Nova York, enquanto a Maison Alaïa abriu um café e livraria no segundo andar de uma loja da grife em Londres.

Área interna do Bar Luce by Prada, em Milão - Metrópoles
Bar Luce, café que fica na Fondazione Prada, em Milão

 

Fachada do Le Café Louis Vuitton, em Nova York - Metrópoles
Fachada do Le Café Louis Vuitton, aberto recentemente em Nova York

 

Visão interna do café da Alaïa em Londres - Metrópoles
A Alaïa, também recentemente, abriu um café e livraria no segundo andar de uma loja da grife em Londres

Exposição temática

Sob a premissa de que tanto a moda quanto a comida são necessidades diárias mas expressam, igualmente, identidades culturais e individuais, o Museum at FIT, em Nova York, recebeu uma exposição com mais de 80 itens de vestuário e acessórios de grifes consagradas, intitulada “Food & Fashion”.

Entre setembro e novembro de 2023, a exibição explorou as relações entre os dois tópicos do século 18 até os dias atuais, e o que dizem esses encontros sobre a sociedade e a cultura atuais, com tópicos que vão da política corporal à sustentabilidade. Na curadoria, havia peças de casas como Chanel, Moschino, Comme des Garçons, Issey Miyake, Rick Owens, entre outras, com as mais variadas referências.

Vestidos na exposição "Food & Fashion", do The Museum at FIT - Metrópoles
Vestidos na exposição “Food & Fashion”, exibida no último trimestre do ano passado no Museum at FIT, em Nova York

 

Acessórios na exposição "Food & Fashion", do The Museum at FIT - Metrópoles
A mostra teve mais de 80 itens, entre peças de vestuário e acessórios

 

Vestidos na exposição "Food & Fashion", do The Museum at FIT - Metrópoles
Os alimentos aparecem como elementos nas criações de diferentes maneiras, seja nos formatos ou nas estampas

Para 2025, a união entre moda e gastronomia promete seguir. A cor do ano segundo a Pantone, Mocha Mousse (17-1230), remete a comida, para citar um exemplo. Será que veremos mais campanhas e peças que invocam um certo hedonismo alimentício, assim como novos restaurantes de grifes renomadas? Continue acompanhando a coluna para saber!

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