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Empresa dona da Victoria’s Secret vende mais que o esperado e ações sobem

Em contrapartida, a divisão de lingeries da L Brands teve uma queda de 39% nas vendas nos últimos três meses nos EUA e no Canadá

atualizado

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Rob Kim/Getty Images
Loja Victoria's Secret
1 de 1 Loja Victoria's Secret - Foto: Rob Kim/Getty Images

O grupo L Brands acertou quando previu uma queda na receita nos últimos três meses em relação ao mesmo período do ano passado, quando arrecadou US$ 2,9 bilhões. Ainda assim, os números superaram a expectativa de vendas, de US$ 2,21 bilhões. A empresa, dona da Victoria’s Secret, obteve US$ 2,32 bilhões em receita no trimestre, encerrado em 1º de agosto, graças à sua marca de sabonetes e fragrâncias, Bath & Body Works. Logo após a publicação do balanço, nessa quarta-feira (19/8), as ações da empresa subiram cerca de 4%.

Por outro lado, a VS teve uma queda de 39% nas vendas nos Estados Unidos e Canadá, referentes a lingeries, beleza e a linha Pink. Inclusive, sua controladora segue com a ideia de transformá-la em uma empresa independente, de capital fechado. Vem comigo saber mais!

Giphy/Victoria's Secret/Divulgação

Vendas da Victoria’s Secret

Em 2019, o lucro da Victoria’s Secret nesse mesmo período atingiu a casa de US$ 1,6 bilhão. Desta vez, porém, chegaram apenas a US$ 977 milhões. No comércio on-line, houve um aumento de 65%, totalizando US$ 613,9 milhões. Porém, as vendas comparáveis das lojas caíram 10%, levando em conta o período em que elas estiveram abertas.

A companhia ainda está trabalhando para transformar a VS em uma empresa independente, com capital fechado. Com a baixa nos números da marca, houve um prejuízo líquido de US$ 49,6 milhões (-18%) para a L Brands, em relação ao lucro de US$ 37,6 milhões (14%) na mesma época do ano passado.

“Durante o segundo trimestre, tomamos uma série de etapas importantes para preparar a Victoria’s Secret e Bath & Body Works para operarem como empresas independentes, melhorar a lucratividade da L Brands, manter a liquidez durante a pandemia e maximizar nosso desempenho financeiro”, informou a companhia em comunicado mencionado pelo WWD.

Nos Estados Unidos e no Canadá, as vendas da Bath & Body Works, parte mais lucrativa da L Brands, atingiram um total de US$ 1,2 bilhão, com aumento de 13%. Possivelmente, o aumento foi motivado pelo interesse do público em produtos de higiene, em meio à crise sanitária provocada pelo novo coronavírus.

frente de loja da Victoria's Secret em Vancouver
A empresa L Brands, dona da Victoria’s Secret, arrecadou uma receita acima do esperado no trimestre encerrado em 1º de agosto, estimada em US$ 2,3 bilhões

 

Victoria's Secret Fashion Show 2016
Porém, a grande responsável por isso não foi a Victoria’s Secret, que teve uma queda de 39% nas vendas e arrecadou US$ 977 milhões

 

Loja da Bath & Body Works
A marca Bath & Body Works, que comercializa produtos como sabonetes e perfumaria, teve um aumento de 13% nas vendas e arrecadou US$ 1,2 bilhão

 

Higienizadores de mãos da Bath & Body Works
Boa parte disso se deve ao interesse das pessoas por produtos como higienizadores de mãos, dado o contexto da pandemia

 

Demissões e cortes de gastos

No fim de julho, a L Brands anunciou um pacote de medidas para reduzir os gastos do grupo. Entre elas, a demissão de 850 funcionários, com o objetivo de gerar uma economia de US$ 400 milhões. Entre os cortes, a holding deve fechar 250 lojas ao longo de 2020 e mais outras a partir de 2021.

A expectativa é de resguardar US$ 25 milhões com encerramentos de lojas em Hong Kong. Até o dia 1º de agosto, a L Brands tinha um total de 2.709 lojas. O continente norte-americano detém a maioria das lojas da Victoria’s Secret, com 884 unidades, enquanto as outras 90 ficam no Reino Unido e na China.

A L Brands tem um valor de mercado em torno de US$ 7,9 bilhões e, neste ano, as ações da empresa estão em alta de aproximadamente 57%. Ao fim do segundo trimestre, a empresa tinha um total de US$ 2,6 bilhões em caixa. Devido à situação incerta da pandemia da Covid-19, o grupo preferiu não divulgar expectativas para o resto do ano. O lucro da L Brands ajustado por ação estava em 0,25% no trimestre encerrado em 1º de agosto.

Vitrine Victoria's Secret
No fim de julho, a L Brands anunciou medidas para reduzir custos, incluindo a demissão de 15% de sua força de trabalho, número que representa 850 funcionários

 

Modelo com peças da Victoria's Secret
Ao longo de 2020, deve fechar também 250 lojas

 

Modelo com peças da Victoria's Secret
A maioria das lojas da Victoria’s Secret fica na América do Norte

 

Loja reaberta da Bath & Body Works
As ações da L Brands estão em alta de aproximadamente 57% em 2020

 

Cancelamento da venda da VS

Em abril, a empresa Sycamore Partners entrou na Justiça para cancelar o acordo de compra de 55% da Victoria’s Secret. O motivo? Discordâncias sobre o fechamento de lojas, redução da jornada de trabalho e outras medidas tomadas pela marca para sobreviver à crise do novo coronavírus.

O acordo tinha sido firmado em fevereiro, mas, segundo a companhia de fundo de investimento, as ações da VS durante a pandemia violariam esse contrato. Em março, por causa do surto da Covid-19, todas as lojas da Victoria’s Secret e da linha Pink fecharam as portas, incluindo o e-commerce (temporariamente), detalhe que influenciou na queda nas vendas.


Colaborou Hebert Madeira

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