Emily in Paris: uma nova temporada, a mesma fórmula no figurino
A série que dividiu opiniões trouxe novos conflitos e personagens, mas os looks continuam refletindo os estereótipos da primeira parte
atualizado
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Estreou na Netflix, na quarta-feira (22/12), a nova temporada de Emily in Paris. A série, que fez sucesso em 2020, conta a história de Emily, uma norte-americana que se muda para a capital francesa para trabalhar em uma agência de marketing. Os conflitos da primeira parte estavam centrados nos desajustes da protagonista em relação aos parisienses – não só comportamental, mas também estético. A moda, que foi uma personagem importante, segue em evidência.
Vem entender o porquê!
Se os franceses são conhecidos pelo estilo “chique sem esforço”, a norte-americana Emily Cooper – interpretada pela atriz Lily Collins –, do estado de Chicago (EUA), tenta se adaptar no seu novo emprego e na nova cidade com looks que vão em outra direção: são grifados, dos pés à cabeça, e em cores chamativas. A fórmula do figurino é creditada à Patricia Field, stylist que ficou conhecida pelo trabalho na série Sex And The City e no filme O Diabo Veste Prada.
A primeira temporada da série dividiu a opinião da audiência e do mundo fashion, principalmente no que diz respeito aos estereótipos do que seria uma forasteira na capital da moda. Enquanto as personagens francesas aparecem com peças atemporais e com visuais minimalistas, Emily investe em combinações ousadas como mix de estampas e acessórios que, a seu ver, são a cara da cidade, tais como lenços no pescoço e boinas.
Os novos episódios apresentam uma Emily que, apesar de ainda não falar francês, já está enturmada com os colegas do trabalho e até tem amigos na cidade. No que tange à moda, porém, a personagem ainda destoa dos demais. Enquanto a paleta de Paris e do figurino dos locais é de tons sóbrios, a norte-americana ainda desfila com cores neon e estampas vibrantes.
Lantejoula na praia
O que as personagens parecem criticar em Emily é seu esforço constante de tentar agradar e acompanhar o mundo da moda. Enquanto a personagem Camille, uma curadora de arte, aparece com um estilo elegante, mas um ar de “acordei assim”, a protagonista quer tanto se misturar que acaba se destacando.
No começo da segunda temporada, por exemplo, ela, Camille e Mindy partem rumo a Saint Tropez, no que seria uma viagem das amigas. As personagens vão a uma festa em produções poderosas, mas que combinam com o visual praiano da cidade da Riviera Francesa. Vestidos fluídos e cabelos soltos são a escolha da maioria. Emily, por sua vez, aparece com vestido de lantejoula e um penteado digno de estrela hollywoodiana dos 1960 – além de um delineado impecável, mas marcado.
Office look
No dia a dia, segue a fórmula criada por Patricia Field para a personagem: saltos + shorts ou saias em comprimento mini + blusa + terceira peça. Chama atenção um look de Emily no qual ela combina uma bota lilás com blazer amarelo.
O contraponto com a chefe da agência de marketing, Sylvie, é nítido. A francesa aposta em vestidos em preto e azul marinho e até arrisca uma fenda, mas não sai muito dessa zona de conforto.
Escapismo
O enredo simples e até clichê da primeira temporada também foi alvo de críticas. Os franceses criticaram pontos diversos da história, como as baguetes de baixo dos braços das personagens. Da mesma forma, os americanos ressaltaram o sentimento de hostilidade dos locais em relação aos turistas. Darren Star, criador de Emily in Paris, não se propôs a oferecer tramas complicadas.
E a nova temporada reforça as intenções do produtor: proporcionar uma série leve, que teletransporte todos à capital francesa e à rotina cheia de luxos e surpresas de Emily Cooper. A produção está longe de ser um retrato fiel da vida de uma imigrante. Assim como em sua primeira produção de sucesso, Sex And The City, Darren Star faz um convite ao escapismo com Emily in Paris.
Colaborou Carina Benedetti