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Emily in Paris: saiba tudo sobre a série que divide opiniões na moda

Criada por Darren Star, a produção foi lançada em 2 de outubro. Os visuais são assinados pela figurinista Patricia Field

atualizado

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Stephanie Branchu/Netflix/Divulgação
Lily Collins tirando selfie na sacada, em trecho da série Emily in Paris
1 de 1 Lily Collins tirando selfie na sacada, em trecho da série Emily in Paris - Foto: Stephanie Branchu/Netflix/Divulgação

Se você deu uma checada nas redes sociais nos últimos dias, certamente foi impactado por alguma imagem e/ou comentário sobre Emily in Paris. Original da Netflix, a série foi lançada no dia 2 de outubro e bombou. Entre elogios e críticas, não dá para negar que é o assunto do momento no entretenimento.

Vem comigo saber tudo! (contém spoilers)

@netflix/Giphy/Reprodução

 

Enredo

Quando Emily in Paris foi anunciada, a expectativa do público fashionista ficou alta. A série foi idealizada por ninguém menos que Darren Star, o nome por trás de Sex and the City, um ícone para a moda. As opiniões começaram antes mesmo do lançamento.

Toda a trama foi filmada na França, com atores majoritariamente franceses e um staff exclusivamente francês. “Foi a equipe mais atraente com quem já trabalhei”, disse Darren Star, ao New York Times. “Eu queria mostrar Paris de uma forma realmente maravilhosa, que encorajasse as pessoas a se apaixonarem pela cidade como eu”, afirmou.

Como o próprio título já diz, trata-se da história de Emily Cooper, uma norte-americana que chega a Paris. Vivida por Lily Colins, a personagem principal é transferida para a cidade a trabalho. Ela chega na capital francesa sem saber falar o idioma local. No novo ambiente corporativo, a jovem precisa enfrentar o choque cultural. Além disso, uma de suas missões é dar uma perspectiva norte-americana sobre marketing.

Entre aventuras, confusões e aprendizados, a protagonista vive relacionamentos amorosos e até vira uma influenciadora digital. No elenco, também estão atores e atrizes como Ashley Park, Philippine Leroy-Beaulieu, Lucas Bravo, Camille Razat, Bruno Gouery, Samuel Arnold, William Abadie, Kate Walsh e Jean-Christophe Bouvet.

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Emily in Paris estreou no dia 2 de outubro de 2020. Quem criou a história foi Darren Star, que também idealizou Sex and the City

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Este visual, inclusive, foi uma celebração à Carrie Bradshaw, de SATC

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
A estrela da nova trama da Netflix é uma norte-americana que se muda para Paris

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
A produção não agradou a uma parte significativa do público, mas é fato que o sucesso veio

 

Moda

Recentemente, veículos internacionais indagaram: como seria se Carrie Bradshaw, a protagonista interpretada por Sarah Jessica Parker, estivesse em 2020? Se você é fã da franquia de SATC, provavelmente também se perguntou isso, já que o último episódio do seriado foi ao ar em 2004 e o filme chegou às telonas em 2008. De lá para cá, inclusive com a ajuda da tecnologia, novas noções e estéticas chegaram, embora a moda seja cíclica.

Emily in Paris seria uma oportunidade para ver como as tendências e o imaginário fashion mudaram ao longo dos anos? Assinado por Patricia Field – a mesma costume designer de Sex And The City e O Diabo Veste Prada -, o estilo do novo enredo da Netflix virou um mix do que já fora visto nos outros trabalhos da profissional. Talvez uma marca inquebrável do DNA da figurinista.

Em entrevista ao Popsugar, ela explicou que, nas vestes, quis retratar Paris como um “sonho da moda”. “Em relação ao estilo de Emily como um todo, um aspecto importante foi como ela se desenvolveu a partir de uma garota norte-americana de Chicago e ganhou pontos com o chique francês”, esclareceu Patricia Field.

A fantasia também teve vez, algo que a figurinista descreve como otimismo. Em geral, a profissional pensa nas combinações sem ligar para a condição econômica dos personagens, como contou à Paper Maganize. “Meu objetivo é fazer com que eles tenham a melhor aparência possível e apenas sejam felizes”, explicou.

“Eu realmente não digo: ‘Oh, Carrie Bradshaw não podia pagar este Manolo Blahnik’ ou ‘Eu não posso ir lá’. Eu faço com otimismo, e é por isso que gosto de comédias românticas. Para mim, meu trabalho é criar o guarda-roupa mais interessante, original e bonito para meus atores.”

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Os figurinos são assinados por Patricia Field

 

Lily Collins nas gravações de Emily in Paris
A protagonista aposta em uma vibe exuberante e exagerada, definida por parte dos espectadores com adjetivos como “brega” e “ultrapassada”

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
“Ela [Emily] não era francesa chique de todo, mesmo tendo influências, então, eu senti que ela era a jovem otimista, e veio de Chicago e usava cores, e ela estava sozinha nessa filosofia de guarda-roupa”, observou Patricia Field, à Paper Magazine
Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
O objetivo foi retratar Paris como um “sonho da moda”

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
“A ideia é de que mulheres de todos os lugares podem entrar em seus armários e reimaginar, remixar o que está pendurado lá de maneiras que nunca haviam pensado antes”, disse a figurinista ao Popsugar

 

A ascensão do streetwear e as intervenções digitais na moda foram pontos abordados na série e são tudo que o estilista fictício Pierre Cadault abomina. Sucesso na alta-costura, ele representa a maneira tradicional francesa e os velhos costumes da indústria. Ao longo da história, o designer acaba se rendendo ao novo e até adotando uma estratégia considerada disruptiva, com a ajuda de Emily, é claro.

Contudo, o styling é datado. Os visuais da estrela da trama são típicos de uma fashionista norte-americana no início e em meados dos anos 2000, mas talvez não sejam adequados para os tempos atuais. Afinal, o mercado fashion passou a abraçar mais talentos emergentes e independentes, além de dar espaço para uma pegada mais urbana.

Não há como negar que a visão fantasiada de Emily em relação a Paris é refletida nos trajes. De um lado, há quem ache que eles são ultrapassados. Com peças de grifes como Chanel, Michael Kors, Marc Jacobs, Dior, Dolce & Gabbana, Vivienne Westwood, Louboutin e Kenzo, a personagem investe em outfits extravagantes.

As combinações de Emily englobam modelagens clássicas, com cores vibrantes e texturas chamativas. O toque final é dado com acessórios característicos. Na lista, estão bucket hats, boinas e dezenas de bolsas de luxo.

Em meio a cenários pitorescos, o exagero dos looks é mesclado a clichês da rotina parisiense, como comprar um croissant de chocolate e aproveitar o horário de almoço com vinho. No entanto, a parcela que amou a trama defende que as obviedades e os ditos equívocos foram propositais e até irônicos.

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Na série Emily in Paris, Pierre Cadault é um estilista famoso, especialista em alta-costura. Ele representa a tradicional maneira de fazer moda

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Peças de luxo estão nas composições de Emily

 

Lily Collins nas gravações de Emily in Paris
Os visuais são repletos de tonalidades, com modelagens clássicas

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Por que não uma estampa do skyline de Paris?

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Os visuais têm tudo a ver com a estética de outras produções de moda dos anos 2000. A boina não poderia faltar

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Os saltos estão em quase todos os outfits da protagonista

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Este look, usado na ópera, foi uma homenagem à Audrey Hepburn

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
O styling recebeu várias críticas, mas há quem acredite que todo o clichê foi proposital. Pierre Cadault diria: “Ringard!”

 

Os looks de outros personagens de Emily in Paris também deram o que falar. A asiática Mindy (Ashley Park), que se torna a melhor amiga da protagonista na capital francesa, é igualmente maximalista e exagerada, com direito a animal print, sensualidade, sobreposições e união de estampas. A imagem passada é de que ambas são estrangeiras e não têm a tal “sofisticação parisiense”.

Já o estilo dos franceses, na trama, é evidentemente mais reservado e chique. As apostas de Camille (Camille Razat), uma local que também fica próxima de Emily, é repleto de elegância. Usando alfaiataria, jaquetas vintage, mangas bufantes e coturnos, ela simboliza a francesa contemporânea, com uma pitada de rebeldia.

Outra figura que chama atenção é Sylvie, a chefe do escritório de marketing. A boss surge com vestidos midi de silhueta marcada e shapes assimétricos. Vale reparar também nas escolhas de Luke (Samuel Arnold). Ele elege padronagens ousadas e gosta de cortes precisos.

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Os outfits de outros participantes também deram o que falar

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Mindy (à esquerda) é estrangeira. Assim como Emily, a chinesa tem um estilo espalhafatoso

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Por outro lado, na narrativa, os franceses são mais reservados e elegantes

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Camille é uma francesa moderna

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Sylvie é a chefe abusiva (à la Miranda Priestly, de o Diabo Veste Prada). Ela é sofisticada. Também vale reparar nas combinações fashionistas de Luke

 

Opiniões divididas 

Nos últimos dias, Emily in Paris recebeu uma chuva de críticas de telespectadores na internet, e até por parte de veículos de comunicação franceses. No veículo Telérama, por exemplo, foi colocada como “muito açucarada e cheia de estereótipos”.

Já no AlloCiné, portal de resenhas de filmes e TV feitas por usuários, a narrativa chegou a ser classificada como “embaraçosa” e “deplorável”. “É a imagem completamente errada de Paris. A série é mal atuada e ridícula”, classificou um dos comentaristas. “Eu me pergunto por que os atores franceses concordaram em estrelar esta série”, reclamou outro.

O Sens Critique também detonou: “Os roteiristas podem ter hesitado por dois ou três minutos em colocar uma baguete embaixo do braço de cada francês, ou até uma boina para distingui-los claramente, mas por outro lado, todos eles fumam cigarros e flertam até a morte”.

Segundo o crítico Charles Martin, do Première, a história reforça ideias erradas sobre a população. “Entre as principais características dos franceses na série, destacam-se a preguiça, o conservadorismo, o sexismo e a falta de higiene. A trama tenta empurrar todos os clichês mais banais e ridículos sobre os franceses”.

Por outro lado, há quem acredite que tudo foi proposital. Para Theo Ribeton, em um artigo na Les Inrockuptibles, a série não demonstra qualquer pretensão de realismo. “Por trás do festival de lamentações sobre clichês negativos, esconde-se, além disso, uma forma de alegria não reconhecida: se os franceses aqui parecem realmente perversos e preguiçosos, também são descritos como seres à parte, dotados de gosto superior, de desapego amoroso, de liberdade sexual, habitada por uma relação com o mundo inacessível para seus primos vulgares do outro lado do Atlântico”, assinalou.

O próprio criador de Emily in Paris explicou que o propósito foi realmente retratar discriminações, mas de ambos os lados. “Sei como os franceses me olham, quando olham para os americanos, posso ver alguns de seus preconceitos e posso ver alguns de meus preconceitos”, disse Darren Star, ao New York Times.

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
A séria está bombando! Entre elogios e críticas, clichês e estereótipos são apontados

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
O choque cultural é evidente no roteiro. No entanto, Emily in Paris não foi tão bem recebida pelo público francês

 

Trecho da série Emily in Paris, da Netflix
Ame ou odeie!

 

Nas redes sociais, a discussão também foi acalorada e polarizada. Com uma rápida busca no Twitter, é possível encontrar comentários diversos, em vários idiomas, como francês, inglês, português e espanhol.

Entre os julgamentos, estão questionamentos sobre os looks, o enredo e até sobre a forma como Emily atua como influencer. Curiosamente, os mesmos motivos foram o que levaram outros internautas a não pouparem elogios.

Além disso, alguns apontaram referências de moda do mundo real. Um telespectador, por exemplo, associou criações de Viktor & Rolf, de alta-costura, a itens do show que acontece na série, em uma edição fictícia do Paris Fashion Week.


Veja na galeria:

16 imagens
"Tenho alguns pensamentos sobre #EmilyInParis, mas minha principal preocupação é que ela deveria ser uma especialista em mídia social, e então ela coloca um APÓSTROFO em uma hashtag??? Menina, não."
Comentário no Twitter
"Acabei de terminar #EmilyInParis e o bom da série são as roupas e a deusa Lily. Mas sua personagem é uma pessoa má e desfocada que quer foder o namorado da amiga - estereótipo de uma idiota americana."
"Eu depois de maratonar todos os 10 episódios de #EmilyInParis em um dia"
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"Acabei de terminar #EmilyInParis. E desde quando os franceses falam bem o inglês? E então, os parisienses não são tão bonitos. Ah, e Emily usa Dior, Chanel, e não me importo, mas ela mora no quarto de empregada?!"

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"Tenho alguns pensamentos sobre #EmilyInParis, mas minha principal preocupação é que ela deveria ser uma especialista em mídia social, e então ela coloca um APÓSTROFO em uma hashtag??? Menina, não."

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"Acabei de terminar #EmilyInParis e o bom da série são as roupas e a deusa Lily. Mas sua personagem é uma pessoa má e desfocada que quer foder o namorado da amiga - estereótipo de uma idiota americana."

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"Eu depois de maratonar todos os 10 episódios de #EmilyInParis em um dia"

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"Nenhum clichê ou estereótipo francês foi poupado na criação de #EmilyInParis Ignorância e arrogância cultural em abundância."

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"Eu terminei #EmilyInParis com minha colega de quarto na noite passada e meu problema com a série não é a própria Emily, mas o fato de que eu posso dizer que essa série foi escrita por homens muito mais velhos do que deveria ser, que não se importaram o suficiente a vida das mulheres millennials com os detalhes básicos certos."

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"Não consigo acreditar como #EmilyinParisNetflix é ruim! Nenhum clichê é poupado. Surpresa que eles não enfiaram uma baguete embaixo de cada francês."

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"Maratonei toda a temporada de uma só vez!! Não importa, é clichê, amo as cores, as pessoas e roupas bonitas, a viagem, a comida... todos nós precisamos disso em nossas vidas agora!!"

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"Agora eu sei por que o show de moda em Emily in Paris pareceu tão familiar. É Viktor & Rolf Couture 2019."

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Comédia dramática

Emily em Paris está disponível na Netflix. Desde a estreia, a comédia dramática ficou dias consecutivos como a produção mais assistida no Brasil. Provavelmente, vai permanecer no top 10 por um bom tempo. No que depender dos internautas, o assunto ainda vai render bastante. Vamos acompanhar!

 

Colaborou Rebeca Ligabue

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