Dragão Fashion Brasil 2024: veja os destaques da 25ª edição no Ceará
De 24 a 27 de julho, o festival foi realizado em Fortaleza. A coluna conferiu presencialmente o evento e mostra destaques
atualizado
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O Dragão Fashion Brasil Festival 2024, que ocorre anualmente em Fortaleza, no Ceará, completou mais uma edição. Dessa vez, com um toque especial: o evento comemorou 25 anos. Em clima de celebração, de 24 a 27 de julho, as marcas presentes na programação mostraram que sabem fazer trabalhos manuais com maestria, além de combinar paleta de cores vibrantes com tonalidades mais sóbrias.
Vem saber mais!
Primeiro dia do Dragão Fashion Brasil 2024
Para dar início às atividades, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial no Rio Grande do Norte (Senai-RN), a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e a Universidade Federal do Ceará (UFC), participantes do Concurso dos Novos, apresentaram peças criativas e ousadas na passarela do DFB Festival, que ocorreu no Centro de Evento do Ceará neste ano.
Depois, as etiquetas Marina Bitu, Almerinda Maria, Almir França e 100%CE desfilaram. A maioria dos desfiles exibiu looks glamorosos, com toques do trabalho manual. Do crochê ao rendado, as peças exalam a essência do Nordeste. Para complementar esse universo fashion, cor não pôde faltar.
Entre as tendências vistas logo no primeiro dia, é possível notar a presença do balonê, das franjas e dos acessórios de cabeça dramáticos na passarela. Outro highlight foi o ponto vermelho nos visuais, seja em brincos, calças ou tiaras.
Segundo dia
No segundo dia, o Concurso dos Novos recebeu a participação da Universidade Federal do Cariri (UFCA), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) – Campus Caicó na passarela. Os desfiles exaltaram um design mais camp (gíria em inglês para comportamento exagerado ou teatral) nos looks, com destaque para o uso de diferentes materiais, como a palha e as miçangas, além de modelagens que fogem do convencional.
Em seguida, as apresentações de Vitor Cunha, Fruto do Conde, Lindebergue e David Lee revelaram coleções que evidenciaram a diversidade e a pulsante criatividade da moda reforçada pelo DFB. Cada marca exibiu uma interpretação particular da moda brasileira, desde a exuberância e a riqueza das cores até a sofisticação do trabalho artesanal. Flores e a tonalidade verde estiveram majoritariamente nas produções.
Terceiro dia
No penúltimo dia de DFB Festival, o Concurso dos Novos englobou looks criados por quatro diferentes faculdades. São elas: o Centro Universitário Ateneu (UniAteneu), com mangas bufantes, assimetrias e paleta vibrante; a Universidade de Fortaleza (Unifor), que exibiu visuais com sobreposições e patchworks; o Centro Universitário de João Pessoa (Unipê), com destaque para volumes e mix de texturas; e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), que apostou em uma paleta sóbria de tons terrosos, com direito a chapéus maximalistas.
Em seguida, a marca homônima Bruno Olly apresentou a coleção Sufoco Sombrio, uma reflexão sobre os desafios causados pela ansiedade. Tecidos fluidos e estruturados se unem para garantir uma narrativa visual que reflete a dualidade da mente: “a sensação de estar sufocado, mas também a busca desesperada por liberdade e alívio”, destaca o estilista.
O evento também incluiu as criações de Melk ZDA, caracterizadas pela elegância performática. Já a Baba, por meio de uma pegada praiana, investiu nas cores do surf dos anos 1990, com toque de neon, xadrez e miçangas. Destaque para estampas com nomes de ruas, em celebração à Fortaleza.
Sob o tema “A renda bota o peixe na mesa”, Catarina Mina encerrou o dia de apresentações. O desfile homenageou as rendeiras e as rendas que fazem parte da história cultural do Ceará, em especial a de bilro. Na passarela, outras técnicas artesanais , como filé, palha de carnaúba e crochê, foram combinadas com a seda e o linho na alfaiataria.
Quarto dia
O encerramento na passarela do Dragão Fashion Brasil Festival foi feito pela grife homônima Lino Villaventura, que é veterana do São Paulo Fashion Week. A participação no evento nordestino tem uma sensação especial, já que, nos anos 1980, o estilista inaugurou a primeira loja em Fortaleza, em parceria com Inez, companheira e sócia.
Teatralidade e exuberância sempre dão o tom aos desfiles da etiqueta, atualmente comandada por Lino Villaventura ao lado de Regis Vieira. Para os looks do novo trabalho, os designers não deixaram de lado a arte de tinturar e transformar tecidos em texturas impactantes.
A paleta sóbria, a sofisticação e o ar sombrio, frequentes nos desfiles da label, também deram espaço a uma pegada mais descontraída, garantida por alguns visuais com toque de casualidade e tonalidades enérgicas, como roxo, verde neon, laranja e vermelho. Destaque para brilho, transparência, nervuras, drapeados, recortes e franjas, assim como estética acetinada, materiais rígidos e patchwork.
DFB Festival
Idealizado por Cláudio Silveira, o Dragão Fashion Brasil Festival se destaca por promover uma programação gratuita e plural anualmente, que inclui desfiles autorais, palestras e shows, em um espaço dedicado também a negócios sustentáveis e a um panorama completo do design cearense. Além disso, a iniciativa alavanca talentos emergentes.
Neste ano, o tradicional Concurso dos Novos consagrou a Universidade Federal do Ceará (UFC) como vencedora. O Centro Universitário Ateneu (UniAteneu) ficou em segundo lugar, enquanto a Universidade Federal do Cariri (UFCA) conquistou a terceira posição. Entre os shows musicais oferecidos, estavam artistas como DJ Xarada, Baile Marrom, Wavzin, Má Dame e Johnny Hooker.
A 25ª edição do evento coincidiu de ocorrer no Ano do Dragão no calendário chinês, símbolo de força, criatividade, expansão e boa sorte. Essa energia inspiradora se traduziu na programação do festival, que visa impulsionar a moda brasileira cada vez mais para um futuro promissor.