Dragão Fashion Brasil 2019 começou! Veja os desfiles do primeiro dia
Com veteranas como Água de Coco, Almerinda Maria e Gisela Franck na programação, estudante de 20 anos rouba a cena na abertura do evento
atualizado
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O primeiro dia da 20ª edição do Dragão Fashion Brasil foi marcado pela presença de grandes veteranos da moda cearense, mas foi um estreante que roubou a cena na abertura da maior semana de moda autoral da América Latina.
Em meio aos calçados premium da Homem do Sapato, às rendas impecáveis de Almerinda Maria e à respeitável trajetória da Água de Coco na moda praia brasileira, o handmade de Vitor Cunha, de apenas 20 anos, se destacou, trazendo frescor e reinvenção às passarelas do evento.
Vem comigo saber como o DFB 2019 começou!
Na coletiva de imprensa que abriu a 20ª edição do Dragão Fashion Brasil, o idealizador da semana de moda, Claudio Silveira, enfatizou a importância do incentivo que o governo do Ceará dá à moda local, comparando o crescimento de seu projeto às dificuldades enfrentadas pelas fashion weeks do eixo Rio–São Paulo.
Realmente, é possível ver, por meio da iniciativa nordestina, a diferença que os investimentos públicos podem fazer na indústria têxtil. Enquanto as semanas de moda do Sudeste suam a camisa para se manter, o DFB chega a 2019 com sua maior estrutura e uma programação que contempla todas as esferas do segmento.
Dos jovens designers às marcas nacionalmente conhecidas, o lineup desta edição prometia mostrar que a moda cearense ainda tem muito a oferecer ao mercado brasileiro, mas logo no primeiro dia a tal missão já foi cumprida com louvor. Confira!
Parko
Estreando na semana de moda, a Parko entregou um beachwear contemporâneo, atrelado às tendências do street style e do sportwear. Com casting diverso, a marca levou à passarela externa, montada nas areias do Aterro da Praia de Iracema, uma coleção urbana marcada por silhuetas amplas e tecidos naturais.
Vitor Cunha
Quem vê a maturidade das composições de Vitor Cunha em sua primeira apresentação no DFB não imagina que este jovem de 20 anos ainda cursa o terceiro semestre do curso de design de moda.
Dono de uma visão vanguardista, o designer construiu um handmade livre de clichês, dando uma reinterpretação jovial e antenada às técnicas de macramê que direcionaram seu trabalho. A cartela de cores, embora não tenha relação com as recentes apostas do mercado, fez bastante sentido no compilado.
Caio Nascimento
Caio Nascimento voltou ao evento em clima de protesto, em um desfile marcado por críticas à sociedade moderna e por uma trilha sonora empoderada que empolgou a plateia. A coleção, no entanto, deixou um pouco a desejar nos acabamentos. A ideia de acrescentar palavras de ordem nas peças foi louvável, mas o efeito final teria sido melhor se o estilista tivesse usado técnicas de estamparia em vez de pintura a dedo.
Almerinda Maria
Sempre presente no lineup da fashion week cearense, Almerinda é uma mestra das rendas. O que a artesã faz com suas renascenças e richelieus sempre tira o fôlego de quem assiste a seus desfiles. Mas neste, em especial, a sequência de looks brancos chamou atenção por unir as técnicas de handmade com as tendências em modelagem vistas nas semanas de moda europeias.
Homem do Sapato
Já difundida na moda cearense, a Homem do Sapato fez jus ao sucesso de que desfruta entre o público masculino. A etiqueta de calçados premium começou seu show com uma série de coturnos e botas Chelsea, passou pelos mocassins e docksides, e concluiu o desfile com peças cheias de design feitas com cortes a laser e tressés de couro.
Gisela Franck
Com uma apresentação lúdica, Gisela transportou sua audiência para uma floresta, com folhas secas na passarela e sons da natureza na trilha. Com uma certa monotonia, a designer apostou em coleção toda feita em linho cru, sem muitas variações de cor. Na silhueta, peças desprendidas do corpo, mangas amplas e acabamentos com flores.
Água de Coco
A Água de Coco, por Liana Thomaz, lançou seu olhar sobre a cultura e a arte nordestina, retratando os primeiros vestígios da expressão artística da região, bem como sua flora. A xilogravura e os cactos surgiram nas estampas, enquanto, na cartela de cores, os destaques foram o vermelho-ferrugem e roxo-berinjela. Entre os shapes, muitos babados e assimetria.
Colaborou Danillo Costa