Dolce & Gabbana se desculpa por campanha polêmica
Os designers italianos Stefano Gabbana e Domenico Dolce foram acusados de promover estereótipos racistas do povo chinês
atualizado
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Esta semana não foi das melhores para a Dolce & Gabbana. Uma campanha para promover o desfile DG The Great Show, que aconteceria na última quarta-feira (21/11), em Xangai, foi acusada de promover estereótipos racistas do povo chinês.
Durante o alvoroço, a marca publicou uma nota no Instagram lamentando toda a situação. Já nesta sexta-feira (23), Stefano Gabbana e Domenico Dolce gravaram um vídeo em italiano que foi legendado em inglês e mandarim, reforçando o pedido de desculpas. O registo foi publicado no YouTube e Twitter.
Vem comigo conferir!
Domenico Dolce: Nós pensamos muito nos últimos dias e é com grande tristeza que nos desculpamos pelo que aconteceu conosco e pelo que causamos no seu país, pedimos desculpas. Nossas famílias sempre nos ensinaram a mostrar respeito pelas diferentes culturas ao redor do mundo e lamentamos se erramos ao interpretar a sua.
Stefano Gabbana: Gostaríamos de pedir desculpa a todos os chineses ao redor do mundo, porque há vários, e levamos este pedido de desculpa muito a sério.
Dolce: Nós sempre fomos muito apaixonados pela China e sempre visitamos o país e muitas cidades, várias vezes, e amamos sua cultura. Certamente, temos muitas coisas a aprender e, por esta razão, pedimos desculpa se erramos ao nos expressarmos.
Gabbana: Certamente não iremos esquecer essa experiência e esse tipo de coisa não vai acontecer novamente. Na verdade, tentaremos fazer melhor e iremos respeitar a cultura chinesa de todas as formas. Do fundo de nossos corações, pedimos o seu perdão.
Ambos: Dui bu qi (Desculpa, em mandarim)
Os vídeos que causaram a controvérsia foram removidos das redes sociais da grife. Neles, um narrador ensinava uma mulher chinesa a comer pratos italianos com hashi. A “brincadeira” gerou uma repercussão negativa entre o público local.
Quanto ao adiamento do DG The Great Show, ainda não há uma nova data prevista. Nas chamadas para o desfile, a D&G fez vídeos com frames que mostravam Xangai e os designers fazendo prova de roupas nos modelos.
Repercussão
O caso gerou uma série de declarações de artistas e nomes de peso do cenário fashion chinês. Um deles foi a modelo Estelle Chen, que faria parte do desfile, e disse: “Agora que ninguém vai vestir um dos seus 500 looks e o show foi cancelado, vocês podem ter um tempo livre para se educarem sobre respeito e igualdade”. A atriz Zhang Zizi disse que não compraria nada da marca.
Segundo o portal WWD, até revista Harper’s Bazaar chinesa decidiu não trabalhar mais com produtos da grife. Já a editora-chefe da Vogue China acha que “Em vez de ditarem tudo da matriz, eles ganhariam muito escutando as opiniões e percepções de suas equipes chinesas”.
A China tem grande importância no mercado de luxo: um terço dos gastos desse segmento no mundo vem do país oriental. Nesta sexta-feira, a loja de departamentos Lane Crawford, com base em Hong Kong, suspendeu as vendas dos produtos da marca. Assim fizeram também outras varejistas, como os e-commerces Yangmatou e Yoox Net-A-Porter.
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Colaborou Hebert Madeira