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Dior e Armani são acusadas de trabalho escravo na produção de bolsas

Operações policiais revelam condições deploráveis e baixos salários em fábricas das grifes de luxo na Itália

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Na imagem com cor, foto de uma bolsa da Dior - Metrópoles
1 de 1 Na imagem com cor, foto de uma bolsa da Dior - Metrópoles - Foto: PG/Bauer-Griffin/GC Images via Getty Images

Uma investigação recente da polícia italiana revelou práticas abusivas de trabalho em fábricas fornecedoras de marcas de luxo, como Dior e Armani, no país. O caso, que envolve exploração de imigrantes ilegais e pessoas empregadas sem registro, expôs uma realidade preocupante por trás da produção de bolsas das grifes vendidas a preços exorbitantes no varejo.

Na imagem com cor, foto da fachada de uma loja da Armani - metrópoles
As grifes italianas Dior e Armani são acusadas de estarem ligadas a fábricas que exploram trabalhadores

 

Dior e Armani produzem bolsas por meio de trabalho escravo

Uma série de operações realizadas pela polícia na Itália, entre março e abril, descobriu fábricas e oficinas chinesas improvisadas no país. Nos locais, trabalhadores, muitos imigrantes ilegais, recebiam salários baixíssimos para produzir bolsas de grifes.

A situação chamou a atenção das autoridades quando promotores em Milão acusaram as marcas Dior e Armani de não supervisionarem adequadamente as próprias cadeias de suprimentos. As apurações revelaram que os trabalhadores recebiam entre US$ 2 (equivalente a R$ 10,96) e US$ 3 (R$ 16,44) por hora.

Além disso, os funcionários enfrentavam condições de trabalho precárias, incluindo jornadas extensas e falta de dispositivos de segurança para aumentar a produtividade. De acordo com o relatório das investigações, divulgado Wall Street Journal, em muitos casos, os trabalhadores também dormiam nas instalações para garantir a produção contínua durante 24 horas.

Segundo os relatórios, a Dior pagava apenas US$ 57 (R$ 312,27) para a fabricação dos acessórios, que são vendidos por em média US$ 2,7 mil (R$ 15,2 mil) no mercado de luxo, enquanto a Armani pagava US$ 270 (R$ 1,4 mil) em bolsas vendidas por cerca de US$ 2 mil (R$ 11 mil). Os valores citados excluem despesas com materiais, além do design, distribuição e marketing das labels.

Na imagem com cor, foto de uma bolsa da Dior - metrópoles
As investigações indicam que as fábricas produzem também para outras marcas de moda renomadas

 

Na imagem com cor, foto de uma bolsa da Armani - metrópoles
O relatório, divulgado pelo Wall Street Journal, mostra que trabalhadores moravam nas indústrias

 

Na imagem com cor, foto de uma bolsa da Dior - metrópoles
Eles trabalhavam todos os dias, incluindo os fins de semana e feriados

 

Na imagem com cor, foto de uma bolsa da Dior - metrópoles
As ferramentas de segurança foram tiradas das máquinas para que houvesse maior produção

 

Em resposta às acusações, a Dior não se posicionou. Já a Armani negou qualquer irregularidade. A grife, inclusive, destacou que a empresa de produção interna “sempre manteve medidas de controle e prevenção para minimizar abusos na cadeia de suprimentos”. A label afirmou estar colaborando com as autoridades para esclarecer a situação, segundo o Wall Street Journal.

Os juízes italianos decidiram então colocar as unidades das etiquetas sob administração judicial por um ano. Essa decisão visa garantir que as operações sejam conduzidas de maneira ética. Quatro proprietários das fábricas também enfrentam investigações criminais pelo papel na exploração dos trabalhadores.

Na imagem com cor, foto de uma bolsa da Armani - metrópoles
Os itens são vendidos por valores exorbitantes

 

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Os trabalhadores são pelo menos dois imigrantes ilegais e sete pessoas empregadas sem registro

 

Na imagem com cor, foto de uma bolsa da Armani - metrópoles
As inspeções ocorreram entre março e abril

 

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A ordem judicial tem 34 páginas

 

A revelação das práticas antiéticas de etiquetas de luxo chegam em um momento em que a indústria da moda enfrenta crescente pressão para garantir práticas responsáveis em toda a cadeia de produção. Essas descobertas destacam a disparidade entre a imagem glamorosa das grifes e a dura realidade enfrentada pelos trabalhadores que confeccionam os produtos.

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