Desfiles conceituais marcam a abertura da 46ª Casa de Criadores
A plataforma da moda autoral reuniu apresentações de Rober Dognani, Cho. Project, Alex Kazuo, Jorge Feitosa, Weider Silveiro e Martins
atualizado
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Foi dada a largada para a 46ª edição da Casa de Criadores. O evento acontece em São Paulo com programação até este sábado (30/11/2019). Realizada desde 1997, a iniciativa é considerada a principal plataforma de talentos da moda autoral brasileira. Na abertura, seis marcas apresentaram coleções de outono/inverno 2020. O show performático de Rober Dognani foi seguido pelas propostas conceituais das marcas Cho.Project, Alex Kazuo, Jorge Feitosa, Weider Silveiro e Martins.
Vem comigo!
Rober Dognani
A passarela inicial foi do estilista Rober Dognani, conhecido por um DNA exuberante e cheio de autenticidade. Muitas cores e texturas fizeram parte da coleção. Destaque para as plumas, os tecidos felpudos e o látex, além de recortes.
A vibe performática dominou a passarela em meio ao cenário de boate. O resultado foi uma verdadeira festa cheia de emoções: diversão, drama e glamour, tudo em um só lugar.
A ideia foi representar as personas da noite, que se misturaram em fervor e absurdo, segundo o próprio designer. A inspiração veio da drag queen Elloanigena Onassis, que, inclusive, encerrou o desfile.
Cho.Project
O mercado de peixes foi a base para o outono/inverno 2020 da Cho.Project. A estilista Josephine Cho retratou o conceito de “Naneun eobu” ou “Eu pescador”, que considera uma extensão de si mesma.
“Compartilho aqui um pouco da essência de famílias do mundo, ou de pessoas do mar. De homens e mulheres cuja vivência é diretamente influenciada pelas marés e pelos cardumes de peixes”, explicou a designer em comunicado oficial.
Na coleção genderless, os itens surgiram com modelagens amplas. As peças lisas apareceram em variações de azul, branco, marrom e vermelho.
A estética das redes de pesca foi usada em detalhes. Tranças começavam nos cabelos e contornavam as roupas. Assinada por Henrique Azevedo, a maquiagem foi composta por desenhos de peixes no rostos e no corpos dos modelos.
Jorge Feitosa
O ponto de partida para Jorge Feitosa foi a diversidade, moldada pela ideia de sentir-se pressionado por uma ideia. Na coleção, o estilista usou a própria noção de cápsula para conquistar o sentimento de sair de algo que aprisiona.
“Permanecer estático, para muitos, é sinônimo de segurança, mas acredito que a nossa evolução depende do movimento, da mobilidade e do hibridismo que podem gerar a mutação infinitamente orgânica. Mesmo o que é estático cria uma relação de mudança com o que está à sua volta”, destacou Feitosa em nota à imprensa.
As peças incluem pigmentos vibrantes com estampas geométricas e abstratas. Jaquetas, blusas e saias ganharam plissados na barra.
O próprio estilista foi responsável pela costura de todas as peças. Maquiagem em degradê, meias de lã e adereços de cabeça desconstruídos complementaram as combinações.
Weider Silveiro
O outono/inverno 2020 de Weider Silveiro pode ser definido como uma estética urbana e delicada. A alfaiataria moderna recebeu doses de elegância.
Estampas florais, listras e xadrez formaram misturas ousadas, sem perder a harmonia. Ombreiras, golas altas e silhuetas marcadas deram o toque final.
Entre os materiais escolhidos, estão malhas de poliamida, jacquards, algodão e sarjas com elastano. A label também destacou bottons garimpados em brechós.
Martins
O estilista Tom Martins usou o tema Pausa para desenvolver as peças de outono/inverno 2020. O intuito foi abordar mudanças, términos e recomeços.
“Fiz da minha casa meu refúgio e meu ponto de encontro comigo mesmo. Dessa vertente vêm os tecidos, que trazem a ideia de conforto e a sensação de colocar uma roupa e não querer tirar nunca mais”, explicou o estilista. “Trabalhamos o matelassê, tratamento dado a maioria das colchas e edredons”, acrescentou.
A cartela de cores é clean, com tons de preto, branco, cinza, azul-marinho e bege. Os looks receberam um toque vintage. Nos detalhes, sandálias com meias, transparência e assimetria.
Em um clima intimista, modelos apareceram usando toalhas na cabeça e máscaras de skincare. A modelagem maxi e os remendos de jeans roubaram a cena.
Alex Kazuo
Conhecido pelo design de moda festa e técnicas rebuscadas, Alex Kazuou optou por uma paleta sóbria. O preto dominou a catwalk.
Em uma vibe misteriosa, vestidos soltos, caudas e fendas tiveram vez. Decotes e alças finas fizeram contraste com caimentos mais reservados.
Nos pés, sapatos “despreocupados”. Como uma espécie de embrulho, os calçados foram desenvolvidos com um material parecido com o TNT.
A abertura começou com pocket show de Jup do Bairro, organizado pela TNT. Já o segundo dia de desfiles englobou Koia, NotEqual, Bispo dos Anjos, David Lee, Diego Fávaro, Rocio Canvas, Felipe Fanaia.
Nesta quinta-feira (28/11/19) e nos próximos dias, o evento ainda terá desfiles de marcas como Reptilia, Amni Soul, Estúdio Traça, Boldstrap, Vivão e Vicente Perrotta.
Colaborou Rebeca Ligabue