Desfile no Museu Nacional celebrou o algodão da América Latina
Na última quarta-feira (4/10), a programação do evento comemorou os 10 anos da iniciativa +Algodão, em Brasília. Confira
atualizado
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Como uma forma de celebrar o Dia Mundial do Algodão, na última quarta-feira (4/10), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE), organizaram um evento em Brasília. A programação foi realizada no Museu Nacional da República, com direito a um desfile idealizado por Paulo Borges, além de talk e projeção de imagens na cúpula.
Vem conferir!
Algodão da América Latina
O evento tinha como propósito ressaltar a importância da ancestralidade do cultivo e do manuseio da matéria-prima que é usada na América Latina. Países como Brasil, Argentina, Colômbia, Peru e Paraguai fazem parte do projeto +Algodão, que há 10 anos incentiva o trabalho de artesãos e agricultores familiares.
Na programação, o auditório do Museu Nacional da República foi palco para o desfile da coleção América Latina Veste-Se de Algodão, composta por mais de 30 looks. A curadoria das peças foi assinada pelo estilista colombiano Juan Pablo Martinez e pelo brasileiro Ronaldo Silvestre.
A iniciativa foi comandada por Paulo Borges, fundador do São Paulo Fashion Week. Em conversa com a coluna, o estilista explicou que a principal proposta era potencializar o algodão e sua história no território latino-americano. “Não é um desfile propriamente, é um conceito. A ideia é reverenciar o trabalho familiar que o algodão proporciona, além das práticas feitas pelas artesãs”, detalha.
Talk sobre sustentabilidade
Entre os convidados para acompanhar a programação de 10 anos do projeto +Algodão, estavam representantes de governos da América Latina, do setor algodoeiro e da indústria têxtil. Também no cronograma, artesã acompanharam um talk sobre sustentabilidade.
Na conversa, participaram os estilistas curadores da coleção apresentada, Juan Pablo Martinez e Ronaldo Silvestre; Silmara Ferraresi, diretora de relações institucionais da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa); Fabiola Lima, gerente de conformidade do Instituto Renner; e Marco Aurelio Lobo, professor do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP). Eles levaram diferentes perspectivas de como as fibras naturais podem contribuir para um ambiente mais duradouro e ecológico na moda.
O estilista Ronaldo Silvestre disse que o debate sobre a sustentabilidade precisa ir além do tecido. “O algodão é a roupa que vai vestir o Brasil. É um tecido que faz parte da nossa história. Humanizar os processos, com foco em trazer humanidade as pessoas que estão na base da pirâmide, tem que estar entre os propósitos para se pensar moda”, avaliou.
A iniciativa +Algodão é uma cooperação internacional, desenvolvida no âmbito da parceria Brasil-FAO. Sete países latinos fazem parte do projeto, que pretende cada vez mais promover mudanças e questionamentos a respeito da matéria-prima.