Desfile da Chanel em Hong Kong pode ser cancelado a qualquer momento
Dirigentes da marca estudam a possibilidade de mudar o destino da próxima coleção cruise da grife francesa. Entenda o motivo!
atualizado
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Os desfiles da Chanel são sempre majestosos. Enquanto era diretor criativo da grife francesa, Karl Lagerfeld tomou as ruas de Havana, transformou o Grand Palais em uma praia e ergueu supermercados, foguetes, icebergs e até uma réplica da Torre Eiffel apenas para suas criações passarem. Logo, quando a marca divulgou que sua próxima coleção cruise seria apresentada em Hong Kong, os fãs da label ficaram polvorosos com as possibilidades que a ilha chinesa daria à etiqueta. No entanto, corremos o risco de nunca sabermos o que a maison aprontará por lá.
Vem comigo saber o motivo!
No mês passado, a Chanel anunciou que exibiria sua coleção cruise no dia 6 de novembro no Terminal de Cruzeiros Kai Tak, em Hong Kong. Entretanto, de acordo com o WWD, os dirigentes da marca estão reconsiderando o palco da apresentação de seu próximo trabalho devido aos protestos que tomam a província.
Há pelo menos dois meses, militantes tentam barrar a influência de Pequim na ilha, após o governo sugerir um projeto de lei que permite a extradição dos cidadãos da ex-colônia britânica para a China continental. E, ao que parece, o clima de descontentamento está longe do fim.
Apenas no domingo (18/08/2019), uma passeata atraiu 1,7 milhão de pessoas para as ruas da cidade. Desde o início das manifestações, em junho, foi a segunda maior aglomeração registrada. “Como todas as marcas presentes em Hong Kong, estamos acompanhando de perto os eventos, mas ainda não tomamos uma decisão”, disse a maison ao WWD.
Os protestos permanecem pacíficos, mas o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos emitiu uma declaração que pode ter preocupado a marca. De acordo com a organização, a cidade corre risco de entrar em recessão no terceiro trimestre, ao passo que várias lojas estão fechando suas portas até os manifestos cessarem.
A empresa deve tomar uma decisão final nos próximos dias, mas a mudança de local pode prejudicar aquilo que seria a redenção de Virginie Viard. Em sua estreia à frente da direção criativa da casa, a francesa não convenceu, o que pode impactar os lucros do segundo semestre de 2019.
O clima de tensão entre Hong Kong e a China continental não tem prejudicado apenas a Chanel. Recentemente, Versace, Givenchy e Coach lançaram camisetas que identificavam a ilha como território independente, a estratégia pegou mal diante da opinião pública e gerou boicotes a uma série de grifes.
Colaborou Danillo Costa