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Decolonização: curso aborda raízes milenares da moda brasileira

O curso on-line História da Moda Decolonial será realizado pelo Instituto Periaktos, de 23 de janeiro a 5 de março. Veja como se inscrever

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três modelos negros curso moda decolonizadora - metrópoles
1 de 1 três modelos negros curso moda decolonizadora - metrópoles - Foto: Agência Fotosite/Gamma-Rapho via Getty Images

A história da moda brasileira não pode ser resumida a seletos nomes e marcas. Com a ideia de explorar as raízes milenares do segmento, um curso, realizado a partir do fim de janeiro, explorará a complexidade do mercado desde a origem. Ao longo dos séculos, alimentou-se a abordagem em que a Europa é o exemplo de civilidade a ser seguido, inclusive na moda, tema a ser debatido pelo professor Brunno Almeida Maia, com aulas até março.

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curso Modelo indígena desfila na passarela usando traje com penas
Grupos buscam reascender as raízes da moda brasileira

 

A cultura brasileira como se conhece atualmente é resultado da combinação de raízes, costumes e histórias de diferentes povos que deixaram sua marca ao longo dos milênios de história da terra. Com a moda, isso não foi diferente. É evidente, contudo, que a cultura europeia dominou sobre as indígenas e africanas na construção do que o brasileiro veste nos dias de hoje.

A colonização e o consequente apagamento de povos originários tem como parte a imposição dos padrões estéticos europeus, a partir de um conceito eurocêntrico de civilidade. Quem explica isso é o professor Brunno Almeida Maia, que debate o tema no curso on-line História da Moda Decolonial, pelo Instituto Periaktos, entre os dias 23 de janeiro e 5 de março.

O curso se baseia no estudo de duas perspectivas que se complementam, como adianta o pesquisador: “A noção de civilité, que começara a circular na sociedade de corte entre os séculos 14 e 16, é um conjunto de práticas, de regras, que colocavam a corte como a detentora da civilidade”. Ao mesmo tempo, aconteciam as Grandes Navegações e colonizações ao redor do mundo. “A civilité, em seu aspecto negativo, foi usada como forma de distinção entre os detentores da ‘civilidade’ — os europeus — e os ‘não civilizados’”.

Ilustração de Nativas indígenas da província do Pará no Brasil dançando com máscaras - metrópoles
Registro da moda nativa brasileira no Pará

 

mulher brasileira com escravos - metrópoles
Colonização e diáspora africana impuseram um padrão de vestimenta em diferentes culturas

 

O que o curso propõe

Idealizador do curso, Brunno Almeida Maia é doutorando pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da Universidade de São Paulo (USP), e pesquisador em filosofia e teoria de moda pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

As aulas propõem uma abordagem crítica à visão eurocêntrica da história da moda, desafiando narrativas tradicionais e explorando temas como a “colonização da aparência”, os modos de vestir dos povos originários e da diáspora negra no Brasil, além da influência das roupas nas religiosidades afro-brasileiras.

“O curso contribui no sentido de alargar a compreensão crítica dos estudantes. Veremos como podemos pensar a moda, esse fenômeno social, a partir da decolonidade, trazendo aspectos políticos, culturais e artísticos para a discussão”, explica o professor.

Brunno Almeida Maia professor de óculos barba e camisa azul
Brunno Almeida Maia comanda o curso on-line História da Moda Decolonial

 

O curso será transmitido ao vivo, em seis encontros de duas horas cada, e as aulas serão gravadas para poderem ser acessadas pelos alunos em momentos posteriores. Com vagas limitadas, as inscrições estão abertas até o dia 23 de janeiro de 2024, e podem ser realizadas neste link.

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