De novo: Farm é acusada de plágio em sua nova linha de Carnaval
A estilista Ligia Parreira, dona da marca Devassas.com, afirma que etiqueta carioca copiou estampa usada em seus produtos há 10 anos
atualizado
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Mais uma vez, a etiqueta carioca Farm é acusada de plágio. A estilista Ligia Parreira, dona da Devassas.com, usou o Instagram da marca, no fim da semana passada, para denunciar o uso de uma estampa criada por ela na nova coleção de Carnaval da label carioca.
Vem comigo saber mais!
Um dos grandes sucessos da Farm é sua tradicional linha de Carnaval, lançada todos os anos pouco antes da folia. Em 2020, no entanto, a coleção está ganhando destaque por trazer um body estampado com uma padronagem muito parecida com as produzidas pela designer Ligia Parreira.
Em post da última sexta-feira (17/01/2020), a estilista não escondeu sua revolta ao analisar a situação e pediu que seus amigos e clientes compartilhassem a publicação para o caso ganhar visibilidade nas mídias.
A padronagem em questão leva a palavra “pipoca” disposta em listras diagonais e tem a mesma configuração das criações da estilista.
“Eu criei esta estampa há mais de uma década. Achei registros dela desde 2013. Já apliquei em mochilas, vestido e casacos, porém, percebi que as meninas usavam muito nos bloco de Carnaval. Por isso, há 3 anos, comecei a usá-la na fantasia Pipocão. A estampa é uma característica da minha marca”, explicou ao Uol.
Após os posts feitos por Ligia, a Farm emitiu um comunicado afirmando que os prints são semelhantes porque têm a mesma inspiração: os sacos de pipoca vendidos no Rio de Janeiro.
“A pipoca surgiu como um elemento natural da coleção e as peças tiveram como ponto de partida a memória afetiva dos clássicos e tradicionais saquinhos de pipoca, tão presentes no Rio, no Carnaval e nos espaços públicos. As estampas são parecidas porque elas se inspiram no mesmo grafismo: o do saquinho da pipoca.”
Para Rodrigo Ouro Preto, advogado da Farm, o uso dos grafismos impressos nos sacos de pipoca não configura uso de propriedade intelectual.
“Ninguém tem exclusividade sobre um tema de fantasia carnavalesca, inclusive de pipoca. Para haver plágio, a marca precisaria, necessariamente, ter acesso à obra anterior, algo que o time da Farm não teve. Nada impede que outro designer crie sua própria fantasia de pipoca, desde que os desenhos característicos e originais não sejam copiados”, afirmou.
A estilista não ficou feliz com a resposta da empresa e voltou ao Instagram para enfatizar que pode não ter inventado o padrão usado nas embalagens pipoca, mas foi a primeira a utilizá-lo em roupas.
“Não se esqueça de respeitar quem chegou primeiro no rolê. Que o exercício da criatividade sempre floresça e que se danem os posers, que fazem da moda essa piada de copia e cola, que faz da moda essa passarela elitista e excludente. Por menos sinhás modernas nas cadeiras de direção criativas”, argumentou.
Esta não é a primeira vez que a Farm é acusada de plágio. Em 2017, a marca foi condenada a pagar R$ 20 mil de indenização ao designer Willian Farias, após reproduzir um de seus colares. No ano seguinte, a estilista britânica Katie Jones teve uma de suas criações usadas como inspiração.
“Olha, mãe! Finalmente sou famosa. Fui copiada! Em uma passeada pelo Pinterest, encontrei isso. Farm, vocês não são descolados o suficiente para usar a máscara de rosto também?”, disse Jones em referência ao look original, que acompanha uma balaclava de crochê.
Colaborou Danillo Costa