Dane-se é referência em criações de moda que exaltam Brasília
Fundamentada no propósito de autenticidade no vestir, a etiqueta de Dan Moreira e Enozor Junior destaca a arquitetura brasiliense
atualizado
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Qual é a anatomia de uma marca de sucesso? É preciso autenticidade, presença forte nas redes sociais ou uma identidade visual forte? As características descrevem alguns dos pilares que tornaram a Dane-se uma das etiquetas de maior destaque na capital federal. Dos eventos às produções de trabalho, as camisetas da empresa marcam presença e reforçam o alcance do projeto, idealizado por Dan Moreira e Enozor Junior. Na série Moda Brasília, a coluna relembra a trajetória da empresa e mapeia os próximos passos, a exemplo do lançamento de uma colaboração com o artista plástico Francisco Galeno nesta terça-feira (16/8).
Vem ver!
Dane-se?
De maneira despretensiosa e com título provocativo, o projeto da Dane-se começou a ser rascunhado no segundo semestre de 2014. Apesar do conhecimento técnico limitado à época, os amigos Dan Moreira e Enozor Junior estavam decididos a investir no setor. A peça que inspirou a criação da marca foi o item mais “feijão com arroz” do guarda-roupa: a camiseta preta.
A partir da ideia, eles foram em busca de referências nas etiquetas que mais admiravam no mercado. Passados alguns meses de estudo e estruturação interna, a Dane-se foi apresentada aos brasilienses em março de 2015. Como um intercâmbio entre o estilo dos fundadores, o projeto trazia como aposta peças de qualidade, preço acessível e DNA jovem.
Apesar de parecer óbvio, o nome marcante não foi à toa. A expressão é, na verdade, a junção das primeiras sílabas dos idealizadores. “Foi o Enozor que sugeriu o nome. Na hora, eu até me assustei e argumentei que não era possível uma empresa ser batizada de Dane-se. Daí ele explicou que era o mix de “Dan” com o “E” do nome dele. No mesmo dia, minutos depois, me dei conta que era isso mesmo. É um nome que chama atenção, marca presença e gera curiosidade no público, características que eu julgo serem interessantes de uma marca ter”, relembra Dan Moreira, sócio-fundador da etiqueta, à coluna.
Brasília como norte
A identidade foi modelada ao longo do tempo. No começo, a produção era alinhada com o gosto pessoal dos idealizadores. Depois, eles começaram a criar coleções com base no que estava em alta lá fora, como foi o caso das camisetas com bolsos estampados. Um ano após o lançamento, em 2016, a marca já totalizava oito coleções. No entanto, a dupla sentiu a necessidade de ter um direcionamento para lapidar a estética visual.
“Nós nunca fomos uma marca de tendências. A criatividade estava e está presente em nossa essência. Por isso, a inspiração para a mudança veio da nossa própria trajetória: de um lado estava eu, filho de mãe arquiteta, que sempre se viu imerso no universo criativo; de outro, o Enozor, um paulista apaixonado por Brasília e todas as suas formas”, explica Dan. A partir do insight, o pilares da Dane-se foram definidos: Brasília, arte, arquitetura e cultura.
O momento foi o pontapé para procurar a Fundação Athos Bulcão, criada para preservar e divulgar a obra do artista plástico. Dias depois de entrar em contato por e-mail, veio o retorno de Valéria Cabral, diretora-executiva da instituição, que afirmou estar interessada na parceria iminente.
“A conexão aconteceu instantaneamente e eles toparam essa primeira coleção, lançada no aniversário de Brasília, a qual batizamos de Dane-se BSB. A collab contava com obras do Athos Bulcão estampadas nas camisetas e nos bolsinhos, além de fotos de Vini Goulart com monumentos da cidade em preto e branco.”
A novidade foi lançada no Mercado Cobogó e no Picnik, evento de economia criativa da cidade. “Foi um sucesso absurdo! As camisetas não deram para quem queria e tivemos que fazer reposição. Foi um momento marcante, onde vimos a força que tínhamos enquanto marca que abraçava Brasília. Não somente, percebemos o amor que o brasiliense nutre pela cidade”, relembra Dan. E a parceria iniciada há seis anos segue firme nos dias atuais.
Novos tempos, nova fase
Assim como os demais setores, a pandemia da Covid-19 impactou diretamente a moda. No caso da Dane-se, foi um divisor de águas que redirecionou os ventos. Em 2020, eles fecharam a pop-up store no Terraço Shopping e o showroom da 102 Norte. No entanto, o ano também foi emblemático para o início de um novo momento da marca.
Em meio ao isolamento social, a etiqueta integrou o Elle Movimento, uma plataforma da revista Elle Brasil voltada para a sustentabilidade na moda e a conexão entre empreendedores multissetoriais. Outro acontecimento marcante foi o selo de patrimônio cultural brasileiro concedido pelo Ipham, que destacou a marca como uma empresa que respeita, protege e propaga a riqueza criativa do país.
Ao mesmo passo que algumas portas fecharam, outras foram abertas. Também no mesmo ano, a Dane-se inaugurou dois novos espaços em centros de compras da capital. Tais mudanças direcionaram a nova fase, com foco na expansão nacional. “Em 2021, contamos em uma coleção a história da arquitetura moderna brasileira, que teve início na Pampulha, em Minas Gerais, quando Juscelino Kubitscheck era prefeito e chamou Oscar Niemeyer para desenvolver o bairro com ele”, conta Dan.
Nos lançamentos seguintes, a etiqueta abordou a arquitetura de Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro. Já em 2022, no entanto, o foco se volta para os artistas nacionais. Depois da coleção Athos 58, feita para comemorar o aniversário de Brasília, a Dane-se apresenta, nesta terça-feira (16/8), a colaboração com o artista Francisco Galeno.
“O Francisco é um piauiense que tem uma história com Brasília, especialmente com Brazlândia, onde ele construiu a casa e o ateliê dele. O artista estará presente no evento de lançamento da collab, com direito a exposição de obras dele em nossa galeria, na 210 Sul. Estamos muito felizes e empolgados com essa parceria”, comenta o sócio-fundador da Dane-se.
Moda Brasília
A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal, no Centro-Oeste.
O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.
Colaborou Marcella Freitas