O que a moda e a dança têm em comum? As duas são formas de arte que representam o comportamento da sociedade e, sobretudo, mexem com sentimentos. No segundo dia de desfiles da 46ª Casa de Criadores, que acontece em São Paulo até este sábado (30/11/2019), os estilistas Diego Fávaro, Felipe Fanaia e Rafael Caetano retrataram essa união e levaram movimentos musicais para a passarela do evento, com verdadeiros shows de ritmo e estilo.

Vem comigo!

Diego Fávaro

Para a coleção de verão 2020, Diego Fávaro decidiu fugir do tradicional. Na passarela, bailarinos profissionais executaram coreografia de Flávio Verne.

O efeito foi de uma apresentação animada e marcante. Os bailarinos capricharam nos passos com a pegada comfy e moderna das peças. Usaram toda a catwalk e contagiaram a plateia com o gingado.

Batizada de Placebo, a coleção tem foco na malharia, símbolo do DNA da label. O trabalho teve o propósito de demonstrar que a roupa pode garantir um novo olhar sobre como os corpos são vistos.

“O placebo é conhecido como tratamento alternativo para buscar a cura em determinadas doenças, físicas ou emocionais. Pensando dessa forma, vemos que nossa mente controla absolutamente tudo o que acontece em nosso corpo, o mesmo poder que ela tem de destruir, ela tem de curar”, destacou a marca em comunicado oficial

“Estamos pensando em corpos, em anatomias e criando técnicas manuais de estamparia que transforme cada peça em algo único”, completou.

As padronagens de tie-dye são descoladas. Na paleta, tons de bege, azul e laranja se misturam com o preto. Para incrementar as combinações, sandálias com meias e óculos no estilo maxi.

 

 

 

 

 

 

 

Felipe Fanaia

Outra marca que investiu na dança foi a do estilista Felipe Fanaia. Em uma versão mais contida, ao entrarem na passarela, alguns modelos investiram em performances, usando principalmente os braços e as mãos.

Para o inverno 2020, Fanaia se inspirou no tradicional espaço ABC Bailão, localizado no centro de São Paulo. A ideia foi representar a luta e a necessidade de protagonismo da comunidade LGBTQ.

“O ABC Bailão reúne gays com mais de 40, 50 anos, um espaço democrático, onde não existe padrão de beleza e vestimenta a ser seguido”, explicou a etiqueta. “Eles foram a linha de frente para nós ocuparmos os espaços que ocupamos hoje”, acrescentou.

Com estética genderless, as peças incluíram saias longas, camisas com caimento fluido e silhuetas marcadas. Destaque para as texturas de jacquard e tule.

 

 

 

 

 

Rafael Caetano

O desfile de Rafael Caetano na Casa de Criadores também teve dança. Enquanto os modelos andavam pela passarela, o cantor Escarião embalou o público com hits de funk e pop. Para deixar a apresentação ainda melhor, dois dançarinos fizeram passos sincronizados.

 

O inverno 2020 de Rafael Caetano teve inspiração no livro Precursor, de artes gráficas e digitais. Como na obra, a cor assumiu o papel de protagonista.

Na cartela de tons, o estilista usou branco, preto, magenta, rosa, púrpura, violeta, hortênsia e azul-celeste. Padronagens em tie-dye, xadrez e camuflado deram o toque final.

Cerca de 70% das peças da coleção foram confeccionadas em algodão. As sungas estão entre as novidades da marca para a temporada.

O casting foi composto exclusivamente por modelos gays. Na maquiagem, assinada por Bruno César, apareceram mensagens que simbolizam o Orgulho LGBTQ, como “Love is the Message” (O amor é a Mensagem, em tradução livre) e “Pride”.

 

 

 

 

 

 

Entre os nomes que já passaram pela passarela da 46ª Casa de Criadores, estão Rober Dognani, Cho.Project, Alex Kazuo, Jorge Feitosa, Igor Dadona, Reptilia e Estúdio Traça.

A programação completa inclui desfiles de marcas como Boldstrap, Estamparia Social, Jal Vieira, Vivão Estileras Fudidamente Insertas e Vicente Perrotta.

 

Colaborou Rebeca Ligabue