Customização fashion: conheça o trabalho artístico de Rômulo Deu Cria
Com a arte, ele conquistou celebridades como Anitta, Sabrina Sato e Bruna Marquezine. Recentemente, também criou para o rapper Lil Nas X
atualizado
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A customização é uma maneira criativa e artística de dar personalidade às roupas. Foi com a técnica manual que Rômulo Deu Cria, de 29 anos, passou a fazer sucesso nas redes sociais. Com o trabalho conceitual, ele conquistou celebridades como Anitta, Sabrina Sato, Giovanna Ewbank, MC Guimê, Luísa Sonza e Bruna Marquezine. Recentemente, fechou uma parceria com o rapper norte-americano Lil Nas X. Antes de criar a própria linha de vestuário, o gaúcho passou por diversas áreas da arte – tatuagem, grafite e design gráfico.
Vem conhecer!
Natural de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Rômulo Deu Cria mora em São Paulo. Aos 29 anos, o artista mantém uma galeria e showroom na própria casa, no Butantã. Com um talento nato, a ligação com a arte começou muito cedo, ainda na infância.
“Antes da escola, eu já arriscava alguns desenhos. Antigamente, não havia muitos brinquedos tecnológicos e a diversão era o papel e caneta”, lembra. “Desenhava em tudo: paredes da casa, capô do carro, mesa da escola. E, muitas vezes, isso gerava alguns problemas, mas já era um sinal do que eu gostava”, conta o artista.
Ao longo da adolescência, Rômulo precisou começar a trabalhar e optou por meios tradicionais. Depois, ainda em Porto Alegre, cursou faculdade de publicidade e propaganda, com ênfase em marketing, no Centro Universitário Metodista IPA. “Era a área mais semelhante à arte que eu encontrei. E sempre tive claro o caminho que eu iria seguir para conseguir viver só de arte.”
Durante a graduação, o gaúcho foi à China, onde desenvolveu uma coleção de calçados. Foi quando percebeu que estava realmente encantado pela moda. Desde então, passou a misturar a veia artística com o lado fashion. “Minhas primeiras peças customizadas foram lá. Customizava os pares à mão, para mostrar como eu gostaria das minhas ideias, porque mandarim não era meu forte (risos). Ao postar isso nas redes sociais, gerou muita repercussão e decidi arriscar essas artes em outras superfícies”, recorda.
Com o tempo, jaquetas customizadas por Rômulo Deu Cria ganharam grande visibilidade nas redes sociais. “Meu primeiro cliente de expressão foi o Ronaldinho Gaúcho, ícone de Porto Alegre e do mundo. A partir dessas postagens do mesmo em seu Instagram, começaram a abrir-se portas”, revela. Com o sucesso, o rapaz se mudou para a capital paulista, em busca de novas oportunidades e experiências.
Entre os principais trabalhos do jovem, estão os uniformes digitais para o jogo FIFA 21, em conjunto com Anitta, entre outros projetos com a cantora. Outro exemplo: em um evento da Mercedes-Benz, ele pintou um carro inspirado no filme Avatar em 40 segundos, após a novidade ser lançada. No momento, o artista está desenvolvendo figurinos para a série Verdades Secretas 2, da Globo, que tem estreia prevista para o segundo semestre deste ano.
O gaúcho também comanda a linha Approve Lab, parte da marca Approve, fundada por Leo Picon. “É uma experiência incrível. Tivemos a primeira loja na Vila Olímpia, dentro de uma galeria de arte chamada Lab Of, e, desde o primeiro mês, os resultados foram megapositivos e me fizeram acreditar muito no potencial de tudo”, comemora Rômulo Deu Cria.
“Contar com o posicionamento e comunicação da Approve, do Leo, no momento de transição de Porto Alegre para São Paulo, foi muito importante e sou eternamente grato por todos projetos que me ajudaram a crescer. E me permitiu realizar um sonho também, de apresentar uma coleção minha no [São Paulo] Fashion Week”, celebra.
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Confira entrevista:
A seu ver, qual é a importância da customização e o que a técnica representa?
Rômulo Deu Cria: Como as tatuagens são uma forma de expressão, as customizações também. E elas não ficam tapadas pela roupa, como a pele: ficam em evidência. Nossos gostos, símbolos, ideologias são o que nos tornam únicos e poder comunicar. Isso é sensacional. Além disso, a exclusividade fala muito alto, nenhuma peça no mundo vai ser igual à sua.
Pode-se dizer que as peças têm uma pegada street? Qual é o seu DNA criativo?
Com certeza. Me inspiro no universo street e no hip hop também. Não somente na estética, mas principalmente nos conceitos de liberdade de expressão que trazem, de correr de forma independente, e muitas vezes mostrar que é possível mudar o mundo com as próprias mãos. Esteticamente, acho muito interessante esse universo, pois fica evidente que foi criado manualmente.
Quais materiais você costuma usar nas customizações?
Isso varia muito de acordo com o trabalho. Desde tintas para tecidos, sprays, até algumas intervenções de bordados ou aviamentos. Falando nisso, eu tenho um curso on-line e presencial ensinando essa jornada para viver de arte e customizar roupas.
Você faz customizações em peças novas e também usadas?
Sim. Mas procuro me afastar da ideia de ”consertar” roupas manchadas e estragadas. Quando a roupa é usada, deve ter algum significado especial, para ganhar uma nova vida. Por exemplo, o macacão que fiz para Sabrina Sato: ela usou antes, durante e depois da gravidez, com a arte nele.
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Em geral, como é o seu processo criativo?
Já tive muitos formatos e rituais para criar. Hoje em dia, meu processo criativo visa ser muito profissional. Sem espaço para erros, sem tempo para atrasos.
Conto com uma equipe completa. Tenho um atendimento de alto padrão, com um responsável por toda logística de materiais e envios, setor de design, audiovisual e desenvolvimento web, para lançar ou comunicar qualquer projeto. Além do fato de ter um bom network, com as marcas a fim de produtos para as customizações.
Na hora de criar, recebo um briefing com ideias dos clientes. Coloco muito do meu estilo em cima e temos uma criação conjunta, com 50% do cliente e 50% da minha cabeça.
Há alguma diferença no processo criativo entre as peças para a sua linha e os itens feitos sob encomenda?
Felizmente, no momento, as diferenças são muito pequenas. As marcas e clientes nos procuram atualmente em busca do nosso estilo próprio, sem muito briefing.
Como surgiu a parceria com o Lil Nas X? O que significa levar o seu trabalho para fora do Brasil?
Já trabalhei com a Sony Music em outros projetos para artistas brasileiros. Quando surgiu a ideia de trabalhar com o Lil Nas X, eu pirei. Dei meu melhor, pois sou fã.
Eu tenho um sonho de representar a arte do Brasil de uma forma que as pessoas se orgulhem do que estamos fazendo no campo artístico. Em comparação a jogadores de futebol e músicos, por exemplo, aparentemente temos pouca identificação e orgulho de artistas plásticos. Ouvimos falar de poucos renomados, como Gêmeos, Kobra, Romero Britto, e gostaria que o mundo todo, principalmente o Brasil, enxergasse e valorizasse o artista como uma profissão igual às demais.
Atualmente, a principal vontade de Rômulo Deu Cria é manter a arte viva em meio à pandemia. “Os eventos foram cancelados, locais fechados, cursos interrompidos. Então, o desafio foi trazer esses conteúdos para o ambiente on-line”.
O curso virtual, lançado recentemente, engloba mais de 25 aulas sobre customização. Além disso, o artista mantém o projeto Close Friends, que funciona como uma assinatura mensal, com conteúdos exclusivos. Para completar, atua como produtor de conteúdo para marcas em geral.
Em relação a planos e perspectivas para o futuro, Rômulo Deu Cria pretende investir cada vez mais em estudo e aperfeiçoamento de técnicas, além de crescimento internacional. “Quero expandir o trabalho para fora do Brasil, em forma de sonho e também de resultados, pois a estabilidade financeira nos permite ter mais tempo para criar os projetos com mais carinho”, finaliza o artista gaúcho.
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Colaborou Rebeca Ligabue