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Custo humano: Shein é denunciada por trabalhos análogos à escravidão

A emissora britânica Channel 4 investigou algumas das fábricas terceirizadas para a produção de roupas da gigante chinesa do fast fashion

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Cezaro De Luca/Europa Press via Getty Images
Pessoas carregam sacolas brancas com logotipo da Shein fast fashion - Metrópoles
1 de 1 Pessoas carregam sacolas brancas com logotipo da Shein fast fashion - Metrópoles - Foto: Cezaro De Luca/Europa Press via Getty Images

Dentro de uma sala abarrotada de tecidos estampados, dezenas de costureiros e artesãos imigrantes se curvam sobre maquinários para confeccionar e embalar peças de vestuário para a Shein, marca chinesa gigante do fast fashion. Os funcionários costuram por horas seguidas e ganham aproximadamente R$ 0,20 por peça produzida, com direito apenas a uma folga mensal, de acordo com investigação da emissora britânica Channel 4.

A fim de revelar o que os preços baixíssimos da etiqueta de moda escondem, o canal enviou um funcionário disfarçado com destino a Panyu, em Guangzhou, na China. Por lá, estão milhares de confecções de moda terceirizadas e a própria sede da Shein.

O funcionário se voluntariou para uma vaga de emprego em uma das fábricas terceirizadas para a confecção de peças para a varejista. Na investigação, a rede de televisão descobriu que, frequentemente, os colaboradores trabalham até 18h por dia e costuram, em média, 500 peças de roupa diariamente.

Foto da fachada da Shein
Emissora denuncia fábricas da Shein

 

Foto da fachada da Shein
As confecções são distribuídas na China

 

Foto da fachada da Shein
País onde a gigante do fast fashion tem sede

 

Foto da fachada da Shein
A maioria dos funcionários é imigrante

Trabalhadores que operam as instalações de confecção têxtil da cidade relataram horas que extrapolam as leis trabalhistas da China. No país asiático, deve-se laborar, no máximo, 40 horas semanais, com o teto de 36 horas extras por mês e uma folga por semana.

Na investigação, alguns costureiros relataram que são imigrantes. Durante as gravações do documentário, batizado de Untold: Inside the Shein Machine (Não cotado: por dentro da máquina Shein, em tradução livre), foram flagradas mulheres lavando os cabelos durante os intervalos do almoço.

Foto da fachada da Shein
Muitos trabalhadores relatam jornadas excessivas de trabalho

 

Foto da fachada da Shein
E ambiente caótico, com muita pressão dos chefes

 

Foto da fachada da Shein
Os colaboradores são cobrados pela velocidade e perfeição nos acabamentos

 

Foto da fachada da Shein
As folgas também são restritas, apenas uma mensal

Outra denúncia de exploração dos trabalhadores são as penalizações por erros na confecção ou atrasos. Uma artesã revelou que foi penalizada em dois terços do seu salário.

Em um e-mail para o BoF, a Shein se pronunciou a respeito da denúncia. A empresa afirmou que “leva todos os assuntos da cadeia de suprimentos a sério”. “Ao saber do documentário em vídeo, solicitamos imediatamente uma cópia e, quando recebermos e analisarmos o relatório, iniciaremos uma investigação”, complementou a Shein.

“Temos um Código de Conduta para fornecedores rigoroso, que inclui políticas rigorosas de saúde e segurança e está em conformidade com as leis locais. Se a não conformidade for identificada, tomaremos medidas imediatas”, concluiu.

Colaborou Sabrina Pessoa

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