Crise da Covid-19 faz Swarovski demitir 600 funcionários
Pandemia agravou a necessidade de uma reestruturação e provocou queda nas vendas da empresa austríaca
atualizado
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A crise do novo coronavírus chegou ao ramo dos cristais: a fabricante austríaca Swarovski demitirá 600 funcionários neste ano. O corte foi alimentado pela necessidade de otimizar o trabalho da empresa com uma reestruturação. Essa urgência já existia, mas foi agravada pela pandemia, que atingiu em cheio a demanda na Ásia e nos Estados Unidos, onde houve uma “queda maçiça” no primeiro trimestre deste ano. As informações são do portal WWD e da agência AFP.
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Cerca de 200 dos cortes previstos serão na área de marketing e vendas, na sede da marca, em Wattens (Áustria). Já na fábrica de Innsbruck, a ideia é fazer uma fusão desses dois segmentos. O novo objetivo inclui, ainda, racionalizar o nível de gerenciamento da empresa. A Swarovski – que também tem sede na Suíça – comunicou a decisão em um e-mail veiculado internamente na segunda-feira (22/06).
Na mensagem, a companhia informou que “está realinhando seus negócios de acordo com uma nova visão e estratégia de crescimento e, com isso, mudando fundamentalmente suas estruturas organizacionais e modelo de negócios existentes”. Quem está à frente dessas mudanças é o CEO e presidente do conselho administrativo da marca, Robert Buchbauer.
De acordo com ele, essa decisão é uma forma de “garantir a sustentabilidade” do grupo, informa a AFP. No primeiro trimestre, todo o setor de luxo e também grandes marcas, como a Adidas, sofreram quedas drásticas nas vendas por conta da Covid-19. A Chanel, por exemplo, estima que o segmento de bens de luxo pode levar até dois anos para se recuperar.
O novo panorama do setor também é levantado no e-mail citado pelo WWD. “Para esse fim, todos os processos de negócios, atividades e campos de atividade em todo o mundo estão, atualmente, sendo revisados para garantir que estejam alinhados com o realinhamento estratégico e a realidade econômica”, adiantou Buchbauer no comunicado.
Buchbauer assumiu o cargo de CEO em abril, mas já cuidava da divisão de bens de consumo. Ele foi responsável pela expansão da venda de produtos para os clientes diretos, referente a itens como relógios e joias. Há alguns meses, ele vinha unindo ainda mais a participação da marca entre o meio físico e o digital, para aproximá-la dos clientes.
No ramo da moda, a empresa costuma fornecer seus famosos cristais para etiquetas de renome, como Givenchy, Jean Paul Gaultier, Iris Van Herpen, Versace, entre outras marcas de luxo. As pequenas pedras decoram roupas de prêt-à-porter, alta-costura, calçados e acessórios que tomam as passarelas da semana de moda, mas também estão presentes em outros segmentos, como lustres.
Há dois meses, a empresa informou que detinha um total de 29 mil funcionários no mundo inteiro. Com as demissões em massa, a marca se junta a negócios como o de Diane von Füstenberg, que se desfez de 75% de seu staff recentemente, segundo o Business of Fashion.
Fundada em 1895 por Daniel Swarovski, a marca é uma empresa familiar conhecida pelo ramo de joias e acessórios. Ao longo do século 20, a empresa estreitou a relação com grandes nomes da alta-costura, ganhando destaque em filmes de Hollywood com seus glamourosos cristais.
Os produtos Swarovski são comercializados em cerca de 170 países. O grupo também atua no ramo tecnológico, com maquinário industrial e ferramentas ópticas, como binóculos. Em 2019, o grupo Swarovski como um todo – incluindo o segmento de cristais – registrou 3,5 bilhões de euros em vendas.
Colaborou Hebert Madeira