Covid-19: Nike amarga prejuízos devido ao fechamento de lojas esportivas
A gigante dos esportes viu aumento de 75% nas vendas on-line, mas isso não foi suficiente para amenizar as perdas no rendimento anual
atualizado
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Não é novidade que a pandemia do novo coronavírus tem gerado crise sem precedentes tanto na saúde quanto na economia mundial. Entre os mercados mais afetados economicamente, estão as micro e pequenas empresas, que dependem do fluxo de caixa mensal para sobreviverem. Com o comércio parado e os pontos físicos fechados, as vendas estagnaram, resultando em incontáveis prejuízos e alto índice de desemprego.
Paralelamente, grandes lojas de departamento, como Nordstrom, Neiman Marcus e JC Penny, também sofrem com as restrições advindas da Covid-19 e declaram falência, tornando incerto o futuro das empresas do ramo fashion. Os prejuízos, infelizmente, não param por aí. Conforme o tempo passa, a crise aumenta e gigantes do ramo esportivo entram para a lista das empresas prejudicadas pela instabilidade econômica. O fechamento obrigatório das lojas físicas ao redor do globo nos últimos meses já deixa suas marcas, inclusive, na Nike. Vem comigo saber mais!
Na última quinta-feira (25/06), a Nike Inc. revelou perda inesperada nos rendimentos, primeira crise da marca nos últimos dois anos. Além de precisar fechar temporariamente 90% de suas lojas entre os meses de março e maio, as vendas por atacado, grande fonte de receita da label esportiva, foram interrompidas por um período de mais de oito semanas, afetando dramaticamente os lucros.
Com queda de 50% no envio de mercadoria para multimarcas esportivas, além do aumento no número de itens estocados e alto custos devido ao cancelamento de encomendas, a Nike amargou prejuízo de US$ 790 milhões no quarto bimestre do ano fiscal, que terminou em 31 de maio, de acordo com a CBN News. Vale lembrar que a Nike Inc. trabalha com calendário fiscal diferente das demais grandes empresas.
Reconhecida mundialmente, a etiqueta esportiva esperava lucros de US$ 7,32 bilhões, mas acabou o ano com US$ 6,31 bilhões de faturamento, queda de 38% nos seus rendimentos, segundo o The Star. A margem bruta da Nike Inc. caiu em 820 pontos base no último bimestre, resultando em redução de 4% em suas ações.
Embora o prejuízo seja real, a empresa afirma não estar correndo risco de falência. Os investimentos da Nike Inc. na plataforma digital ao longo dos últimos anos ajudou a empresa a experienciar aumento de 75% nas vendas on-line no último bimestre. O chefe executivo da label, John Donahoe, informou aos analistas que a empresa vai acelerar o foco na presença virtual e espera conseguir transferir 50% das vendas para o digital. Nesse último bimestre, o e-commerce foi responsável por 30% das vendas (The Star).
O momento atual é de crise e um retorno a normalidade é ainda incerto. Mesmo assim, a Nike segue confiante e certa de que, com a reabertura em breve dos seus pontos físicos e de outras lojas esportivas, as vendas voltarão a subir, mesmo que lentamente. Na China, por exemplo, todos os pontos da Nike já estão funcionando. Isso não significa, no entanto, que a label irá se acomodar e esperar de braços cruzados, muito pelo contrário. Desde que os resultados foram divulgados, a Nike investe mais esforços na plataforma digital.