A temporada de outono/inverno 2024 do Copenhague Fashion Week chegou ao fim. Na semana de moda escandinava, 29 desfiles foram realizados. Com diversos talks, ativações e com um dos street styles mais aguardados no universo fashion, o evento ocorreu entre os dias 29 de janeiro e 2 de fevereiro. A coluna traz um compilados de destaques.

Vem conferir!

 

Nicklas Skovgaard no Copenhague Fashion Week

Nicklas Skovgaard foi quem deu início à Semana de Moda em Copenhague. Teatral e dançante, a coleção desfilada teve looks mais lúdicos e um toque dos anos 1980. As modelagens do designer, longe de algo comum, foram um dos destaques; as peças acinturadas deram protagonismo aos ombros largos — caracterísitca marcante no estilo da década.

Como inspiração, o estilista escolheu três personalidades para dar vida às criações: a própria mãe, Annie; a estrela do filme Working Girl, Melanie Griffith, como a empreendedora favorita do cinema, Tess McGill; e Lecia Jønsson, vocalista da dupla pop dinamarquesa Laban.

A silhueta inflada, que fez sucesso nas passarelas do estilista norte-americano Rick Owens na semana de moda masculina de Paris, também esteve presente. Além disso, os sapatos foram um show à parte. Detalhes artesanais complementaram os modelos.

 

 

 

Alectra Rothschild

A aguardada estreia da Alectra Rothschild no Copenhagen Fashion Week resultou em uma atmosfera de renascimento com a quebra de padrões. A designer, cujo trabalho confronta diretamente a experiência de ser uma mulher transexual, apresentou uma coleção ousada e fora da curva.

As criações refletem um período em que se esforçou para intensificar a sexualização da própria existência. A estilista fez questão de contar com a presença de ícones trans nas passarelas, incluindo Sophia Lamar, estrela da vida noturna de Nova York, nos Estados Unidos.

A diretora criativa da marca homônima não hesitou em incorporar elementos ousados, como corsets e recortes altamente provocativos. “É uma homenagem à fênix que existe em todos nós – os indivíduos trans que tecem suas narrativas de transformação no âmago de seu ser pós-transição”, explicou Alectra Rothschild em comunicado.

 

 

 

Forza Collective

O desfile da Forza Collective se destacou por saias balonês, silhuetas marcantes, muita transparência, camisas fluídas e gravatas. O resultado foi uma coleção agênero. Inspirada na estética da década de 1990, a apresentação contou ainda com alfaiataria impecável, recortes e algumas cores pontuais — todos detalhes com um apelo ousado e sexy nas construções dos visuais.

A combinação de peças clássicas com elementos diferentes, como uma camada de transparência ou meias coloridas nos looks, refletem a pegada contemporânea da marca. Contudo, a etiqueta dinamarquesa celebrou a individualidade, a criatividade e a maestria artística com mulheres como protagonistas, em meio a visuais com toque corporativo.

 

 

 

Saks Potts

Barbara Potts e Catherine Saks, a dupla criativa por trás da marca Saks Potts, definiram as criações da coleção de outono/inverno 2024 como um reflexo da jornada jovem/adolescente no mundo da moda para encontrar o próprio estilo. A inspiração foi ninguém menos que a supermodelo Kate Moss, que conquistou o universo fashion com visuais que mesclavam o rock and roll e o glamour.

A nova coleção da Saks Potts não apenas celebra a moda do passado, mas também reflete a construção pessoal das designers de um tempo para cá, com a captura da essência retrô. Simultaneamente, introduz elementos mais atuais e peças marcantes que são um tipo de “uniforme” para várias ocasiões.

 

 

 

Alpha

A cada ano, a Alpha, plataforma de apoio a designers emergentes dos países nórdicos, seleciona dez talentos para apresentar as próprias criações no Copenhague Fashion Week. Pela primeira vez, a Islândia participa na competição juntamente com a Dinamarca, a Suécia, a Noruega e a Finlândia.

As coleções desfiladas em conjunto foram variadas. Na passarela, a alfaiataria minimalista com formas esculturais ganhou destaque, além de peças com texturas que promovem uma construção visual não convencional. Com um toque conceitual, alguns estilistas não tiveram receio de ousar na criatividade.

 

 

 

Paolina Russo

A designer luso-canadiana Paolina Russo, vencedora do Zalando Visionary Award no ano passado, retornou ao Copenhague Fashion Week, junto à colega francesa Lucile Guilmard. Sediada em Londres, no Reino Unido, a etiqueta apresentou a coleção Cul-de-Sac, que tem como conceito a estética dos subúrbios de Toronto, no Canadá, e da costa oeste da França.

O desfile em si chamou a atenção do público pela presença de balões cheios com gás hélio, no formato de sol e animais, além da atuação dos modelos. Ao passar pelo espaço, eles caíam na passarela redonda, composta por esculturas semelhantes a pedras, produzidas em colaboração com o artista dinamarquês Esben Weile Kjær.

A performance do show e o ambiente remetem ao monumento Stonehenge, localizado na Inglaterra, e existente desde o período pré-histórico. A abordagem da dupla Russo e Guilmard combina a nostalgia pessoal com a inovação, em uma coleção que captura a essência das experiências vividas e de conceitos antigos, para uma leitura moderna do contexto por meio do segmento fashion.

 

 

 

Rotate

A Rotate encerrou com brilhantismo o Copenhague Fashion Week desta temporada. A marca apresentou uma coleção que mergulha na elegância e no glamour atemporal. Vestidos drapeados, minivestidos pretos clássicos, peças com rosas gigantes 3D e detalhes com laços compõem alguns dos looks. Além disso, o repertório englobou oito modelos de vestidos de noiva — uma homenagem aos oito casamentos da icônica atriz Elizabeth Taylor.

A coleção da Rotate não apenas evoca a nostalgia fashion, mas também se destaca pela adaptabilidade e capacidade de oferecer opções únicas aos usuários. O destaque das criações é a habilidade dos designers Thora Valdimars e Jeanette Madsen em projetar roupas que podem ser usadas tanto como peças separadas, quanto em visuais completos.

 

 

 

Street style do Copenhague Fashion Week

O street style do Copenhague Fashion Week é sempre um dos assuntos mais comentados da semana de moda escandinava devido à mistura de estéticas quase que estranhas escolhidas pelo público. Nesta temporada, algumas tendências já vistas antes foram novamente incorporadas nos looks, como o uso da cor vermelha nas roupas e nos acessórios, o mix de estampas e texturas, e o balonê.

Uma composição que fez sucesso foi o uso de casacões longos de couro combinados com botas marcantes. Produzidas de diferentes formas, as peças que complementaram os visuais variaram entre calças jeans, luvas e boinas. Roupas com franjas e cores vibrantes também fizeram parte do repertório fashion nas ruas da capital da Dinamarca.

A presença das meias-calças reafirmou a tendência vista em diversos desfiles da Semana de Alta-Costura. Com a estética coquettecore em alta, as faixas de cabelo retornaram para dar um toque de delicadeza às produções.