Conheça startup que produz peças de “couro” a partir de água de coco
Indiana, a empresa trabalha com o reaproveitamento da fruta por meio de bactérias que se alimentam de resíduos
atualizado
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Como uma maneira de contrapor a utilização de animais para a fabricação de peças, a Malai, startup indiana, produz acessórios de “couro” a partir de água de coco. A iniciativa surgiu por meio da união entre Susmith CS e Zuzana Gombosova, que encontraram nos resíduos agrícolas da indústria uma alternativa sustentável.
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Com o mesmo nome da startup, o biocomposto Malai é desenvolvido a partir de celulose de bactérias encontrado em resíduos agrícolas. Segundo os responsáveis, a formulação resulta em um material flexível e durável, como couro e papel, além de ser resistente à agua.
Após dois anos com foco no desenvolvimento e aperfeiçoamento do material, a primeira coleção inteiramente desenvolvida pelo Malai foi lançada em 2019. Os empreendedores escolheram a indústria fashion por ser uma das mais poluentes.
Para chegar aos itens feitos de “couro” de água de coco, a startup trabalha com produtores locais e unidades de processamento no sul da Índia. De acordo com informações da Exame, após retirarem a polpa branca do interior dos cocos maduros, os trabalhadores se deparavam com muita água residual.
Assim, a empresa encontrou uma maneira de reaproveitar o líquido para a sustentação dos microrganismos na produção de celulose. O processo para a utilização do material leva em média 20 dias. Depois de todas as etapas, o Malai pode ser confeccionado em diversas peças, como bolsas, carteiras e calçados.
“Couro” de água de coco
O Malai está disponível em quase 15 países, com destaque para Europa, América do Norte e Ásia. Na América do Sul, os produtos podem ser encontrados no Chile. A startup defende que a composição é 100% natural, mas também sensível à umidade.
O material não resiste a uma lavagem na máquina. Para a higienização e durabilidade do produto, é necessário limpar com um pano úmido e deixar secar ao ar livre. A startup prevê que, se forem bem cuidados, os itens podem ter vida útil entre quatro e oito anos.
Mudanças climáticas e sociais têm ocorrido com cada vez mais velocidade. A indústria fashion tem responsabilidade na forma como a produção impacta o planeta. Alternativas como a da Malai surgem como uma nova possibilidade de consumir moda.