Conheça o trabalho do estilista Thom Browne, o novo presidente do CFDA
O designer será o sucessor de Tom Ford, que esteve à frente do conselho norte-americano nos últimos três anos
atualizado
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A cadeira de presidente do Conselho dos Designers de Moda da América (CFDA, na sigla original) acaba de ganhar um novo nome: Thom Browne. Por unanimidade, o norte-americano foi eleito a ocupar o cargo pelos próximos dois anos. Ele vai dar continuidade ao trabalho feito por Tom Ford. Confira a trajetória de Browne na moda.
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Sob nova direção
O anúncio, que movimentou o universo fashion, veio na tarde dessa terça-feira (11/10). De acordo com o comunicado emitido pela instituição, o novo chairman assumirá o cargo a partir de 1º de janeiro de 2023.
“Estou muito animado em assumir a presidência do CFDA”, adiantou Thom Browne em comunicado. “Sinto uma enorme responsabilidade em trabalhar com Steven e a equipe do CFDA para continuar o trabalho positivo e importante de Tom, Diane [von Furstenberg] e Stan [Herman]. Também sinto que é importante retribuir a uma indústria que me apoiou tanto nos últimos 20 anos. Estou tão orgulhoso de ser um designer norte-americano… Há tanta coisa acontecendo na criação hoje e sinto que o mundo precisa realmente ver, reconhecer e apreciar verdadeiramente”, completou o estilista.
É esperado que Browne siga os passos de Tom Ford, que deixou de legado algumas mudanças significativas para a instituição nos três anos que esteve à frente do cargo. Entre elas, estão a diversificação do conselho; início de novos programas que visavam a inclusão, equidade e diversidade na indústria da moda; parcerias com marcas para ajudar a fornecer acesso a empregos, oportunidades e mentorias; e o lançamento do programa A Common Thread with Vogue, que distribuiu mais de US$ 5 milhões em ajuda humanitária para empresas de moda durante os dois primeiros anos da pandemia de coronavírus.
“É nossa responsabilidade como designers manter a história sendo contada de uma forma intransigente e criativa, que alcance a todos da maneira mais positiva. É a missão do CFDA apoiar e encorajar novas vozes e novos designers a colocar sua criatividade em um nível único e singular de sucesso”, frisou o designer em publicação no Instagram.
Trajetória na moda
Nascido em Allentown, Pensilvânia, nos Estados Unidos, Thom Browne não tinha a intenção de seguir carreira na moda. Pelo contrário. Ele chegou a se graduar em economia pela Universidade de Notre Dame. Após uma breve carreira como ator em Los Angeles, mudou-se para Nova York em 1997 e começou a trabalhar como vendedor na Giorgio Armani. E foi a partir desse passo que a sua trajetória no segmento começou a ser escrita.
O Club Monaco, então propriedade da Polo Ralph Lauren, mais tarde o escolheu para liderar a equipe de desenvolvimento criativo, o que ele fez por vários anos antes de lançar a própria etiqueta. A marca homônima veio somente em 2003.
Inspiradas pelo pai do estilista, que usava um terno cinza para trabalhar, as peças de Thom Browne costumam ser apresentadas em duas cores: cinza e azul marinho. Desde o lançamento, a grife apostou em uma estética que a destaca facilmente: listras horizontais, faixas de gorgorão vermelhas, brancas e azuis em braçadeiras ou nas costas de camisas e blazers, e estampas de animais descontraídas, como o cachorro do fundador, Hector.
Desde a coleção de estreia na Semana de Moda de Nova York, em 2004, Browne foi premiado com o título de Designer de Moda Masculina do Ano da CFDA em 2006, 2013 e 2016; em 2008, ele foi eleito Designer de Moda Masculina do Ano da GQ. O reconhecimento da indústria levou a colaborações com outras marcas renomadas, como a Moncler Gamme Bleu e a Supreme.
Em 2011, a marca lançou uma linha de moda feminina, a fim de expandir e fortalecer ainda mais a identidade visual. Em agosto de 2018, a grife italiana Ermenegildo Zegna adquiriu uma participação de 85% na empresa. Atualmente, a etiqueta está presente em mais de 300 lojas de departamento e butiques especializadas em 40 países, além de 96 lojas de varejo e multimarcas.
Alguns dos projetos de Browne foram exibidos em museus reconhecidos mundo afora. Na lista, estão o Costume Institute no Metropolitan Museum of Art, nos EUA, o Museu Victoria & Albert, na Inglaterra, e o Mode Museum Antwerpen, na Bélgica.
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Colaborou Marcella Freitas