Conheça o trabalho de upcycling e acabamento polido de Cleyton Paulo
O designer começou a costurar as próprias peças e atualmente trabalha com personalização de itens de luxo
atualizado
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A indústria da moda trabalha a todo o vapor para abastecer vitrines com as tendências do momento. Nesse ritmo, o consumo de vestuário é alto, principalmente no Brasil, destacado como o nono maior mercado de roupas e acessórios do mundo, de acordo com a empresa Statista. Para nadar contra a maré, o upcycling ganha destaque como uma das vertentes sustentáveis no setor. Entre os nomes emergentes no mercado que reutiliza têxteis, está Cleyton Paulo, que ganhou visibilidade nas redes sociais pelo trabalho criativo com itens de luxo e acabamento preciso.
Vem saber mais sobre o designer!
O designer vem praticando o exercício de olhar para dentro e para fora com a dinâmica no trabalho de costura e upcycling. Guiado pelo apreço à arte e brechós, Cleyton passou a se dedicar de vez às linhas e agulhas desde o início da pandemia. Nesse ínterim, a costura passou a ser polida e a criação norteada pelo foco de dar um novo uso a materiais que seriam levados ao lixo.
Para além de reaproveitar e ampliar o ciclo de vida dessas peças, o profissional tem conquistado a web com vídeos das suas produções. Claro, também chama a atenção pelo serviço de ressignificação e venda dos itens. Ou seja, o cliente entra em contato mostrando algum produto e pede para ser transformado. Com criatividade e o trabalho de personalização, uma case pode virar uma bolsa e uma camisa polo um chapéu bucket.
Cleyton transforma histórias. Em entrevista à coluna, ele destacou o recebimento de itens que transcendem gerações. Em um de seus trabalhos, já chegou a pegar peça que pertencia ao pai da cliente. Entretanto, o trabalho de personalização também pode atender demandas específicas, como o tamanho exato de uma bolsa que a clientela precisa para levar o computador, por exemplo.
“Eu achei uma calça em um brechó com tecido fluorescente. Comprei, desfiz e criei uma bolsa. Eu acabei postando só por postar nas redes sociais e logo uma galera gostou. Logo, comecei a me identificar com isso, buscar referências, conheci o upcycling e me joguei”, relembra Cleyton.
Trajetória
Nascido em São Paulo e graduado em designer gráfico, o jovem de 28 anos carrega cursos em sua bagagem que hoje auxiliam na criação e execução dos itens. Entre eles, está o de desenho técnico e de introdução à engenharia mecânica. “Então, acho que isso facilita totalmente a visão de olhar uma peça conseguir vê-la desmembrada. Conseguir desenhar aquilo de uma forma e depois conseguir montar, sabe? Tudo acabou se unindo”, endossa.
Em sua trajetória profissional, Cleyton já teve uma marca de roupas focada na moda streetwear. Acompanhar os processos de confecção também deu um norte para a costura, que atualmente segue aperfeiçoando.
A customização pessoal de peças encontradas em brechós, com tecidos nobres e raros, foi o pontapé no trabalho de Cleyton Paulo. Em seguida, ele passou a criar peças de vestuário e acessórios para serem comercializados on-line. Contudo, o trabalho de criação personalizada foi incluído a pedido da própria clientela.
“Eu já frequentava brechós, procuro tecidos que vão durar mais tempo e têxteis que não encontramos mais nas lojas. Por lá, também acho tecidos mais nobres e, a partir disso, comecei a procurar peças. É uma ‘mineração’ mesmo, né? Você acha itens grifados e coisas que as pessoas se desfazem e você nem imagina encontrar”, complementa.
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Próximos passos
Cleyton planeja os próximos passos da carreira. “Eu trabalho com uma curadoria. Só desfazendo e fazendo outra coisa, é bom deixar cíclico. E isso está bem em alta hoje também”, reforça.
Para o futuro, o designer planeja algo mais criativo para as marcas, visando o reaproveitamento e diminuindo os descartes. “Eu quero que a pessoa pegue uma peça minha e nem imagine que aquilo foi uma camisa. Quero que pensem que aquilo foi construído para ser isso mesmo. Então, acho que eu tenho a ideia de trazer esse conceito para marcas e quero criar uma linha minha também”, destaca.
Atualmente, o paulista está trabalhando com desfiles e pretende lançar cursos e oficinas com foco na criatividade. “Quero falar com algumas pessoas para criar algo do jeito que elas queiram. É um trabalho mais artístico!”, conclui.
Colaborou Sabrina Pessoa