Conheça as joias sustentáveis e as principais formas de produção
As joias sustentáveis, as eco e as biojoias ganham espaço entre pequenos produtores, mas ainda precisam ser aderidas pela indústria geral
atualizado
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A moda, com todos os ramos que a integram, busca — a passos lentos — práticas responsáveis com o meio ambiente. Por meio de pequenos produtores, o setor das joias é um dos que se reinventa para estar alinhado aos princípios ecológicos. Nesse sentido, surgiram vertentes como as ecojoias, as biojoias e as chamadas “sustentáveis”, importantes exemplos na busca pela conservação ambiental.
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Joias conscientes
A distinção entre as vertentes ocorre pelos materiais e processos utilizados. A designer Raquel de Queiroz explica que as ecojoias são feitas de prata provindas de recuperadoras de metais, e podem ter na composição pedras e materiais reciclados.
Já as biojoias, além da prata, utilizam sementes, madeiras e conchas. As joias sustentáveis, por sua vez, são confeccionadas com prata ou ouro recuperados e pedras preciosas ou semipreciosas. Raquel lançou a marca homônima em 2017, com a sustentabilidade como um dos pilares principais.
“Antes de confeccionar um item, faço uma pesquisa detalhada sobre os materiais e a origem dos fornecedores. Sempre acreditei na biodiversidade do Brasil e participo de uma associação de joalherias sustentáveis na Espanha, onde trocamos informações e práticas”, compartilha.
Outra alternativa que visa a manutenção do meio ambiente é a chamada mineração urbana. A prática reutiliza metais de objetos domésticos, que passam por processos de purificação e legalização para serem reintroduzidos no mercado. “Reduz a necessidade de mineração e ajuda a fechar o ciclo de materiais na indústria da joalheria”, explica Mercia Dias, fundadora da Merciaa Alta Joalheria, que é adepta desse método, entre outros.
A indústria joalheira ainda enfrenta desafios significativos em termos de sustentabilidade. Raquel de Queiroz destaca que, apesar dos esforços e das alternativas, a solução ideal seria uma mineração sem mercúrio. “Bio e ecojoias ainda são nichos, mais explorados por joalheiros individuais do que pela indústria como um todo. Até mesmo as joias sustentáveis são mais conhecidas em círculos específicos”, afirma.
Raquel de Queiroz representa um grupo cada vez maior de joalheiros que adotam práticas sustentáveis nos trabalhos: “Utilizo metais de recuperadoras, madeiras de sobras e faço parcerias com empresas sustentáveis”.
A tendência é que, com o tempo e maior conscientização, inclusive do público, esses processos se tornem mais comuns e acessíveis. Para isso, a indústria da moda e as grandes marcas devem estar interessantes a aderir aos importantes princípios que podem mudar o mundo.