Conheça a tecnologia finlandesa que reaproveita resíduos têxteis
As fibras Ioncell utilizam matérias-primas à base de celulose na criação de tecidos ecológicos
atualizado
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Aos poucos a moda caminha em busca de alternativas mais sustentáveis. Uma delas, ainda em fase de pesquisa, pode entrar em linha de produção a partir de 2020.
A tecnologia Ioncell foi desenvolvida na Finlândia pelas Universidades de Aalto e Helsínquia. Com ela, fibras à base de celulose podem se transformar em tecidos biodegradáveis que não liberam microplásticos ao longo da vida útil.
Restos de madeira, papelão, jornais velhos e tecidos de fibras naturais, como algodão e viscose, podem ser reaproveitados. A pesquisa é coordenada pelo professor Herbert Sixta.
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Durante o processo, a tecnologia Ioncell utiliza um líquido iônico não tóxico e não inflamável, que pode ser reciclado. Ele é usado no tratamento da celulose, que passa pela tecelagem e dá origem aos tecidos ecológicos.
Até o momento, a equipe desenvolveu alguns produtos por meio do processo, como capas de iPad, jaquetas, cachecóis e vestidos.
Ao longo de 2018, Meghan Markle foi a prova de como grandes personalidades podem influenciar as escolhas do público na moda. O poder de decisão dos clientes é uma forma de incentivar a indústria da moda a investir em tecnologias ecológicas.
Em dezembro, a primeira-dama finlandesa, Jenni Haukio, compareceu ao aniversário de 101 anos da independência da Finlândia, o evento mais aguardado do ano no país, com um vestido produzido 100% a partir desse processo. O modelo era branco, de tecido feito com fibras de bétula, uma árvore abundante nas florestas locais.
Clean, longo, com mangas 3/4 e transparência nos ombros, a peça foi desenhada pela dupla Emma Saarnio e Helmi Liikanen, designers de moda da Universidade de Aalto. Elas experimentaram diferentes cores para chegar ao melhor resultado.
“No design, combinei tradições finlandesas e, ao mesmo tempo, olhei para o futuro. Me inspirei em fortes mulheres finlandesas, que são representadas nos traços minimalistas e linhas claras do vestido. O vestido é promessa de um futuro mais limpo e brilhante”, explicou Emma Saarnio.
As bétulas, que viraram matéria-prima do look da esposa do presidente Sauli Niinistö, se desenvolvem naturalmente na vegetação regional. O crescimento excede a perda natural e as colheitas, além de não precisar de rega.
Para reduzir os danos ambientais da indústria da moda, é importante destacar tecnologias como essa, que reaproveitam tecidos e materiais. Como já vimos antes, mesmo matérias-primas naturais exigem muita água e também emitem carbono no descarte.
Confira no vídeo abaixo a produção das fibras Ioncell:
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Colaborou Hebert Madeira