Conheça a revolucionária editora de moda da Vogue Escandinávia
De origem Somali, Rawdah Mohamed é a modelo e ativista por trás do movimento Hands Off My Hijab (Tire Suas Mãos do Meu Hijab)
atualizado
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A Vogue Escandinávia será lançada em agosto deste ano. Para o cargo de editora de moda, o veículo escolheu a modelo Rawdah Mohamed. A somali-norueguesa é conhecida principalmente por ser ativista da causa muçulmana e também influenciadora digital.
Vem conhecer!
A Vogue Escandinávia terá a diversidade como um pilar, inclusive internamente. Pessoas de diferentes etnias e que pertencem a minorias estarão em cargos de liderança, com o objetivo de proporcionar representatividade.
Rawdah Mohamed anunciou que integrará a equipe da publicação pelo Instagram. “Espero ser uma força cultural com muito aprendizado, crescendo e enfrentando os desafios que vêm com isso. Espero que todos vocês estejam tão prontos e orgulhosos quanto eu para isso”, escreveu.
Rawdah nasceu na Somália, mas se mudou ainda na infância para a Noruega, onde cursou o ensino fundamental. Sua carreira começou como criadora de conteúdo. Atualmente, ela tem aproximadamente 140 mil seguidores no Instagram, e também é youtuber.
A modelo já participou de semanas de moda internacionais, como Oslo Fashion Week, Paris Fashion Week e Copenhague Fashion Week. Ela estreou na capa de uma revista em 2019, para a norueguesa Costume Norge. Desde então, apareceu em publicações e editoriais de títulos, como Vogue e V Magazine.
No street style, Rawdah não passa despercebida. Sempre com hijab, vestimenta cultural e religiosa, ela aposta em combinações impactantes, com direito a sobreposições e muitas texturas, além de cores e estampas variadas.
“Hands Off My Hijab”
Foi em abril deste ano que Rawdah Mohamed ficou mais conhecida. No início do mês, um post da modelo viralizou no Instagram. O conteúdo abordou a proibição do uso de símbolos religiosos, incluindo hijab, para meninas menores de 18 anos, em locais públicos na França.
Na foto, Rawdah apareceu com a frase “Hands off my hijab” (Tire suas mãos do meu hijab, em tradução livre), escrita na mão. Na legenda, conta que sofreu ataques xenofóbicos quando tinha apenas 8 anos de idade. Na época, a escola sugeriu que ela parasse de usar o traje islâmico.
“Sentar em uma sala cheia de adultos discutindo meu corpo e o que eu podia ou não usar quando era uma criança deixou mais cicatrizes do que o próprio bullying. Nunca me senti tão tirada de meus direitos, nunca me senti tão menosprezada”, lamentou.
A ativista classificou o banimento do hijab como “um enorme fracasso dos valores religiosos e da igualdade”. “Já perdi a conta de quantas vezes fui rejeitada para um emprego por causa do meu hijab, e não por causa da minha falta de habilidade”, contou. “Adoro a moda francesa e o que ela contribuiu para a minha vida. Os clientes que não são culpados por sua sociedade hostil contra as mulheres muçulmanas. Todos nós perdemos”, completou. A atitude desencadeou um movimento virtual contra o discurso de ódio.
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Vogue Escandinávia
A Vogue Escandinávia será destinada à região que abrange a Dinamarca, a Suécia e a Noruega, além da Suíça, Islândia e Finlândia. O veículo será focado no digital, mas publicará edições impressas seis vezes por ano. A primeira versão física está em fase de pré-venda.
Colaborou Rebeca Ligabue