Conheça a origem das estampas icônicas de 10 marcas de luxo
Grifes como Louis Vuitton, Gucci e Burberry são facilmente reconhecidas por seus monogramas e prints famosos
atualizado
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As estampas clássicas das grandes grifes, além de serem sinônimos de desejo facilmente reconhecíveis, costumam carregar histórias curiosas e levar a herança das marcas adiante. Algumas são usadas há muito tempo. Outras descansam nos arquivos da empresa durante anos (ou décadas) até que um novo diretor criativo decida revivê-las em novas peças. Na lista abaixo, conheça as histórias de alguns monogramas e estampas icônicos de 10 marcas de luxo internacionais.
Vem conferir!
Louis Vuitton
O lendário monograma da Louis Vuitton é um dos mais famosos e reconhecíveis que existem. Georges Vuitton, filho único e sucessor do fundador da marca, criou a estampa para homenagear o pai, no ano de 1896. Em sua forma mais clássica e conhecida, ela carrega as letras L e V cruzadas dentro de um fundo marrom, com símbolos como a flor-de-lis e o trevo.
Presente em criações da marca até os dias atuais, de malas de viagem a roupas e acessórios, o monograma já ganhou reinterpretações em novos tamanhos, cores e diferentes relevos. Inclusive, preenchido com animal print, como a coluna já mostrou.
Outra estampa famosa da marca francesa, ainda mais antiga, é o quadriculado Damier. O nome significa tabuleiro de damas, em francês. São duas versões famosas: a original, Damier Ébène, em dois tons de marrom; e Damier Azur, com as cores branca e um azul acintenzado. O motivo foi usado pela primeira vez em 1888 e resgatado pelo então diretor criativo Marc Jacobs, em 1996.
Gucci
A centenária Gucci também tem um monograma que exala uma vibe retrô. Apelidada de GG Supreme, a estampa com a dupla letra G foi introduzida na marca italiana na década de 1930. Durante a Segunda Guerra Mundial, devido às dificuldades em trabalhar o artesanato em couro, Guccio Gucci decidiu trabalhar em canvas.
Atualmente, não faltam peças da Gucci estampadas com o GG icônico, que já ganhou forma em cores diferentes e foi adornado com a clássica faixa verde e vermelha da Gucci. Vale destacar que a estética conquistou celebridades.
Burberry
Eternizada pela Burberry, a estampa xadrez com fundo bege e listras em preto, branco e vermelho é um verdadeiro símbolo da moda britânica. Introduzido no fim dos anos 1910, o “vintage check” foi registrado oficialmente nos anos 1920, quando era usado como forro dos famosos trench coats da marca inglesa.
O atual diretor criativo Riccardo Tisci reinterpreta o xadrez de diversas formas, seja em novas cores ou brincando com as linhas em proporções exageradas. Semanas antes de seu desfile de estreia para a marca, em setembro de 2018, ele mudou o logotipo da Burberry e apresentou um monograma inédito inspirado no fundador da label, Thomas Burberry.
Dior
O monograma Dior Oblique pode não ser tão popular como outros exemplos desta lista, mas é tão icônico quanto. Criada por Marc Bohan em 1967, a estampa estreou em bolsas apresentadas junto à coleção de alta-costura e chegou a decorar o carpete da boutique Dior Monsieur nos anos 1970.
Com a chegada de John Galliano à direção criativa da maison, em 1997, o padrão Oblique foi reinterpretado e usado na estreia das icônicas Saddle Bags. Os atuais diretores criativos da marca, Maria Grazia Chiuri (coleções femininas) e Kim Jones (coleções masculinas), também trabalham com o monograma, que chegou a adornar peças da Dior em collab com a Vespa e a Air Jordan.
Fendi
Durante o boom da logomania nos últimos anos, um dos destaques foi a inconfundível estampa de letras F duplas da Fendi. O falecido Karl Lagerfeld, que dirigiu a marca de 1965 até o fim da vida, foi o responsável pela criação do icônico detalhe. Além de F ser a inicial da empresa italiana, o FF da estampa significava inicialmente “Fun Fur”, já que a marca é especializada no trabalho com pele.
A forma mais tradicional da estampa é versão com letras pretas e fundo marrom, mas ela já foi usada de formas variadas, em novas cores e alto relevo, incluindo uma versão com efeito distorcido. Na colaboração da Fendi com a Fila, em 2018, a estampa foi adaptada para simular a fonte usada pela marca esportiva.
Goyard
Vários pontinhos unidos em formato de Y dão forma ao monograma Goyardine, da marca francesa Goyard. A estampa foi criada por Edmond Goyard em 1892. Ele era filho de François Goyard, herdeiro da House of Morel (inicialmente chamada House of Martin) e fundador da Goyard. Uma das letras Y que compõem a o monograma exibe o nome E. Goyard e o endereço da icônica loja na 233 R St. Honoré Paris.
Versace
Ícone da década da moda, o falecido Gianni Versace deu uma roupagem pop à estética barroca com uma estampa que mistura vários detalhes dourados (como correntes e cabeças de medusa), em 1992. De vestidos a toalhas de praia, as variações da estampa Barocco se tornaram um aposta atemporal da marca entre aqueles que gostam de uma pegada mais extravagante.
Nas passarelas, as estampas em estilo barroco da Versace ganharam movimento vestindo supermodelos como Naomi Campbell e Cindy Crawford. Nos tempos atuais, já foram apostas de nomes como Gigi Hadid, Miley Cyrus, Katy Perry e Fergie. Beyoncé vestiu até dançarinos da turnê On The Run II com os motivos barrocos. Na coleção outono/inverno 2021, vale destacar que a Versace apresentou um monograma labiríntico que lembra a estampa Goyardine.
Balmain
O diretor criativo Olivier Rousteing resgatou um monograma introduzido na Balmain nos anos 1970. Assim como o monograma da Burberry, comentado anteriormente, o da Balmain entrelaça as iniciais do fundador da grife, Pierre Balmain, com um detalhe a mais: a letra P também simboliza Paris, cidade onde a grife é sediada.
Os desenhos geométricos formados pelas duas letras, nas cores preto e marfim, também remetem aos labirintos dos jardins franceses do período do Renascentismo. Em 2018, junto com um novo logotipo, a marca também havia apresentado outro monograma inspirado nas iniciais de Pierre Balmain.
Celine
Este é outro exemplo de estampa mais discreta que as anteriores, mas que também tem seu charme. Talvez você nem saiba, mas até a Celine tem um monograma. Esta estampa foi evitada por Phoebe Philo durante seus 10 anos como diretora criativa da casa francesa, segundo a Vogue Australia.
Sob o olhar do atual diretor, Hedi Slimane, o padrão Triomphe foi incorporado em 2018 como elemento-chave em novas bolsas e faz um aceno à herança da Celine. Ele é baseado em arquivos da marca de 1972, que remetem às correntes que cercam Arco do Triunfo, monumento icônico da capital francesa.
Marine Serre
Uma das estampas queridinhas de Kylie Jenner e Beyoncé, a lua crescente de Marine Serre faz sucesso entre as fashionistas. O motivo lunar é usado desde o começo da carreira da designer francesa, que fundou a marca homônima em 2017. Isso inclui peças em jeans, macacões, itens esportivos em collab com a Nike e até máscaras faciais.
O símbolo é associado à iconográfica islâmica, mas Serre não o vê como uma afirmação sociopolítica, como contou ao The Cut. Para ela, a lua tem um significado flexível que pode mudar “de maneiras diferentes dependendo da época do mundo em que você está”.
“A lua para nós é como um ícone, um emblema, uma imagem, uma representação, uma bandeira, uma linguagem, uma metáfora, um objeto daquilo em que acreditamos: cruzar fronteiras, hibridismo e liberdade”, contou a própria Marine Serre à Dazed. Artigo do The Guardian descreve o detalhe lunar como “simples, arrojado e difícil de esquecer”
Colaborou Hebert Madeira