Conheça a marca que criou a bota vermelha gigante e o tênis satanista
O coletivo de arte MSCHF deu o que falar com o novo calçado. Grupo já foi processado pela Nike por tênis feito com o cantor Lil Nas X
atualizado
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“Não nos siga”, diz a biografia do coletivo de arte MSCHF no Instagram. Com sede em Nova York, nos Estados Unidos, a “marca” tem dado o que falar a cada lançamento, como o tênis satanista, feito em parceria com o cantor Lil Nas X, e a bota vermelha gigante que parece ter saído de um desenho animado.
Vem conhecer!
Redes sociais como o Instagram e o TikTok foram bombardeados, na última semana, com a nova peça da MSCHF: uma bota vermelha gigante. Mais uma vez, o coletivo de arte lançou um produto que não se propõe à funcionalidade, e sim a gerar polêmica.
A peça rendeu diversas comparações e piadas pelo seu design. Apesar do coletivo não ter confirmado, internautas acreditam que a bota tenha sido inspirada no acessório do personagem Astro Boy, famoso mangá japonês. Outros ainda destacaram que parece o calçado usado pelo macaco Botas, melhor amigo da personagem Dora, A Aventureira.
Fato é que a peça já acumulava mais de 23 milhões de tageamentos no TikTok antes mesmo de ser oficialmente lançada. A peça só foi comercializada no dia 16 de fevereiro.
O New York Times foi um dos veículos que tentou entrevista com o coletivo, mas teve o pedido negado. O MSCHF afirmou, apenas, que a bota vermelha gigante “não é uma sátira” e que foi feita de forma legítima, o que a torna um calçado adaptado para o dia a dia.
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Outras peças polêmicas
À sua misteriosa biografia, o MSCHF pode adicionar que conseguiu chamar a atenção da Nike. O motivo, porém, não foi dos melhores. A gigante esportiva processou o coletivo pela apropriação de um dos seus tênis mais famosos, o Nike Air Max 97.
O modelo reinterpretado pela MSCHF, nomeado Satan Shoes (Sapatos de Satã, em tradução livre), foi feito em parceria com Lil Nas X. A ideia era gerar um buzz em torno de Montero (Call Me By Your Name), clipe em que o cantor aparece em um pole dance “descendo” até o inferno.
Outra polêmica de 2021 envolveu duas empresas de peso da moda: a marca de calçados Birkenstock e a grife Hermès. O coletivo fez uma brincadeira entre o nome da primeira etiqueta e a Birkin, a bolsa mais famosa da casa francesa. Nasceu, assim, uma sandália Birkenstock feita com couro da famosa bolsa.
A ideia do coletivo é subverter também ícones do design. Recentemente, o MSCHF lançou a Times Newer Roman, uma fonte um pouco mais larga que a clássica Times New Roman.
O valor do mistério
A jornalista Callie Holtermann, do New York Times, definiu a “essência” da marca como “uma rica história de trollar a cultura de consumo, às vezes fazendo novos bens de consumo”.
O fato é que pouco se sabe sobre o coletivo. Ainda segundo o veículo, o MSCHF nasceu oficialmente em 2019. A iniciativa é composta por cinco homens, que não definem títulos e/ou funções. São eles: Daniel Greenberg, Gabriel Whaley, Stephen Tetreault, Kevin Wiesner e Lukas Bentel.
No site oficial do grupo, também não há informações a respeito de sua atuação. A página funciona como um portfólio de todos os projetos irreverentes pensados pelos cinco integrantes, como produtos da moda até design de posters/embalagens.
Podemos especular que a falta de uma “bio” do coletivo garante aos cinco integrantes carta branca para criar livremente, sem se encaixar em definições ou rótulos. A dúvida fica, porém, se a MSCHF quer polemizar para vender ou, de fato, para criticar o funcionamento da moda e do capitalismo.