Conheça a marca goiana Thear, destaque no SPFW e Casa de Criadores
Com muita textura, o trabalho da etiqueta é rico em design, pintura manual e memória afetiva
atualizado
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Idealizada em Goiânia, capital do Goiás, a marca Thear nasceu da fusão entre o tear, aparelho usado em tecelagens, e o nome do diretor criativo, Theo Alexandre, que tem a história entrelaçada à cidade no coração do Centro-Oeste. Nos últimos anos, também tem marcado presença nos principais eventos de moda do país. A coluna conversou com o designer, que trabalha fora do calendário de lançamentos da moda, pautado pelos princípios do slow fashion.
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Aos 42 anos, Theo diz que usa e abusa de peças confortáveis no dia a dia. A vontade de abrir uma marca veio do desejo de encontrar peças ergonômicas nas prateleiras das lojas. “Eu já estive no local de vítima desse processo, mas, hoje, também falo sobre conforto”, introduz.
O goiano se declara um “filho” da Feira Hippie, encontro tradicional de moda em Goiânia, considerado o maior evento ao ar livre do brasil e da América Latina, reunindo aproximadamente 7 mil barracas. Durante a graduação em design de moda, o criativo teve dificuldades na área de estágio em grandes empresas. “Eu me sinto precursor”, celebra.
Com essência bairrista, o estilista reforça a importância da moda goiana ser levada para outros locais. No portfólio, Theo ostenta apresentações nos principais eventos de moda do país. Entre eles, estão edições do São Paulo Fashion Week e da Casa de Criadores, ambos em São Paulo. Inclusive, em novembro, a marca irá se apresentar presencialmente no SPFW.
“A coleção Submetria faz com que as pessoas conheçam a cidade de uma outra forma, resgatando o que fazemos aqui, que é muito potente. O vídeo que apresentamos na Casa de Criadores, inclusive, foi o mais visualizado na história do evento”, celebra Theo.
Os pilares que constroem o DNA da Thear são representados por respeito e responsabilidade com os seres humanos. As peças, por sua vez, são criadas pensando na longa durabilidade. “É isso que eu acredito, nós somos ‘terapeutizados’ pela vida. A moda precisa falar sobre isso também”.
Com muita textura, o trabalho da Thear tem como pilares design, pintura manual e memória afetiva. Já a escolha de tecidos fica por conta das fibras naturais, utilizando o mínimo de materiais sintéticos.
Com um produto mais democrático, todas as etapas da produção também são pensadas para evitar desperdícios e ter o mínimo de descarte possível. A silhueta da marca goiana abraça vários corpos e vai além dos gêneros. Um macacão de tamanho único, por exemplo, veste do 36 ao 50.
Quando fala sobre a Thear, Theo cita que está contando, construindo e escrevendo a própria narrativa, e também abrindo portas para Goiânia. “Se eu estivesse em São Paulo, meu trabalho estaria em outro time. Mas, quem vai deixar as histórias para a minha cidade? As minhas raízes estão todas aqui. Já morei um tempo fora do Brasil e gosto dessa liberdade, porém, amo o lar e a família”, revela.
Sobre os próximos passos da marca, o profissional frisa o resgate e a ressignificação da indústria fashion. “Eu vou sempre trabalhar olhando para o passado e pensando no futuro. A minha próxima coleção fala muito sobre essa metamorfose. Todos nós passamos por isso, e o importante é sempre seguir em frente”, conclui.
Colaborou Sabrina Pessoa