Confira os 10 temas que moldarão a indústria da moda em 2024
O relatório State of Fashion, do The Business of Fashion, prevê a urgência climática e a inteligência artificial como assuntos relevantes
atualizado
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A indústria da moda deve alcançar um crescimento anual de vendas no varejo entre 2% e 4% ao longo de 2024. Contudo, em geral, as perspectivas econômicas globais provavelmente continuarão instáveis, enquanto a situação climática se torna uma preocupação cada vez mais urgente. Por outro lado, o uso da inteligência artificial e as práticas sustentáveis devem oferecer oportunidades de crescimento e inovação neste ano. Esses e outros assuntos foram indicados no relatório State of Fashion, do The Business of Fashion com a McKinsey & Company, como temas que vão ditar o mercado fashion nos próximos meses.
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State of Fashion 2024
Divulgado no fim de 2023, o estudo defendeu que o foco da moda em 2024 estará no crescimento das vendas, sustentado por novas estratégias de preços e promoções, em vez de aumentos de volume. Na indústria global, a intenção de aumentar os preços é superior a 50%, de acordo com a pesquisa do BoF.
“A palavra mais frequentemente mencionada pelos executivos no Inquérito Executivo do BoF-McKinsey State of Fashion 2024 foi ‘incerteza’. A confiança dos consumidores permanecerá frágil, embora por razões diferentes nos principais mercados dos EUA, Europa e China”, apontou o relatório.
Novas regras e regulamentações em relação à sustentabilidade devem afetar a indústria como um todo, inclusive as varejistas e as redes de fast fashion. Além disso, ao buscar alavancas de crescimento, uma área que os entrevistados do Inquérito Executivo BoF-McKinsey disseram ter intenção de investir é a inteligência artificial generativa. No dia a dia dos consumidores, viagens e experiências ao ar livre estão no radar.
Confira os 10 temas da indústria da moda que marcarão 2024, segundo o BoF:
1. Futuro fragmentado
Para 2024, os líderes da moda antecipam novos ventos contrários e estão incertos quanto às perspectivas para os próximos meses. “A confiança dos consumidores permanecerá frágil, embora por razões diferentes nos principais mercados dos EUA, Europa e China. Como um todo, prevê-se que a indústria da moda alcance um crescimento anual das vendas no varejo entre 2% e 4% em 2024”, salientou o relatório do Business of Fashion.
2. Urgência climática
Com o avanço da ebulição global, a crise climática se tornou ainda mais perceptível, deixando a cadeia fashion especialmente vulnerável. Uma das indústrias mais poluentes, a moda deve procurar mais alternativas de produção e abastecimento, assim como a redução de emissões de gases e do desperdício.
“A falta de ação já não é uma opção: os acontecimentos climáticos extremos já estão a colocar em perigo as vidas e os meios de subsistência dos trabalhadores da moda e podem deixar em risco os US$ 65 bilhões estimados em exportações de vestuário até 2030”, conforme a pesquisa.
3. Modo férias
Pela primeira vez desde a pandemia de Covid-19, prevê-se que os níveis de viagens em 2024 excedam os de 2019. As viagens de chineses para destinos no exterior devem atingir em 2024 entre 70% e 100% dos níveis pré-pandemia.
Com mais presença de consumidores, principalmente em destinos turísticos, há um desejo crescente por experiências com etiquetas e compras tradicionais. Por isso, marcas e varejistas devem considerar estratégias atualizadas de distribuição.
4. A nova face da influência
A relação com influencers exigirá um tipo diferente de parceria, com ênfase em vídeos e menos controle criativo por parte dos contratantes. As marcas podem descobrir que os consumidores são mais exigentes em relação à autenticidade e capacidade de identificação.
“Haverá uma mudança para influenciadores que são mais peculiares, vulneráveis e menos polidos. As empresas voltadas para o futuro devem considerar aproveitar esta nova onda de criadores de conteúdo para aprimorar as histórias de suas marcas”, sintetizou o BoF.
5. Ar livre reinventado
A moda casual e esportiva chegou para ficar. De acordo com o relatório State of Fashion 2024, um dos temas mais relevantes este ano será a necessidade de passar mais tempo ao ar livre. Isso provavelmente aumentará a procura por vestuário outdoor. Conforto e funcionalidade são prioridades, para além do estilo.
6. Inteligência artificial
A inteligência artificial já faz parte da realidade da moda, tanto na confecção de roupas virtuais quanto na realização de desfiles e campanhas. O uso da tecnologia deve se potencializar cada vez mais: cerca de 73% dos executivos esperam dar prioridade à geração de IA em 2024.
Contudo, segundo o relatório, muitos podem enfrentar uma lacuna de mão de obra e profissionais capacitados. Apenas 5% dos entrevistados afirmaram estar prontos para fazer a melhor utilização da IA.
7. Competição no fast fashion
A indústria da moda rápida, dominada por empresas como Shein e Temu, conduzidas por grandes orçamentos de marketing e publicidade, deverá ser mais pressionada para se adequar à realidade ambiental. O cenário atual exige mais responsabilidade social, sustentável e ética.
“As empresas já estão mudando as táticas em relação ao preço, à experiência do cliente e à velocidade. […] O sucesso provavelmente dependerá da capacidade de adaptação à evolução das preferências dos consumidores, ao mesmo tempo que navegam nas regulamentações que podem impactar a indústria”, prevê o estudo para 2024.
8. Marketing de marca
O marketing é uma das áreas de foco para a moda em 2024. De acordo com o relatório, 71% dos executivos pretendem gastar mais em marketing de marca neste ano do que em 2023, em uma tentativa de cultivar ligações emocionais com os clientes.
9. Regras de sustentabilidade
Novas regras e legislações, sobretudo na União Europeia e nos Estados Unidos, exigirão que as marcas e os fabricantes intensifiquem as iniciativas de sustentabilidade. Modelos de negócio que preservam os recursos naturais, além do investimento em inovação para matérias-primas alternativas, estão entre as apostas.
10. Instabilidade na demanda
Em 2024, a indústria da moda deve receber o impacto das flutuações na demanda que têm crescido nos últimos anos. As mudanças na procura dos consumidores resultaram no que o Business of Fashion chama de “efeito chicote”. Há um desequilíbrio na cadeia de abastecimento, gerando pressão sobre os fornecedores. “Para que a oferta acompanhe a procura renovada prevista, as marcas devem considerar se concentrar na transparência e reforçar parcerias estratégicas”, recomenda o relatório.
Sobre o Business of Fashion
O Business of Fashion (BoF) foi fundado em 2007 por Imran Amed. “Servindo membros em mais de 125 países, o BoF combina jornalismo independente e definidor de agenda com aconselhamento prático de negócios, aprendizagem on-line, ferramentas de construção de carreira e eventos envolventes, impulsionando mudanças positivas na moda e no mundo em geral”, define o próprio veículo.
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