Não é novidade que a bolsa Birkin, da Hermès, é um dos produtos mais cobiçados e luxuosos de todos o tempos. Por isso, é difícil imaginar que alguém teria coragem de rasgar uma delas. No entanto, foi exatamente o que fez o coletivo norte-americano MSCHF, de moda independente. Os integrantes do grupo baseado no Brooklyn, nos Estados Unidos, transformou edições do acessório em sandálias de duas tiras, inspiradas no modelo mais famoso da marca alemã Birkenstock.

Vem entender!

A sandália de duas tiras foi popularizada pela Birkenstock. A grife lançou o modelo batizado de Arizona no século 20. Além do shape inovador, o diferencial veio nas palmilhas ortopédicas flexíveis.

Icônica, a Arizona se tornou atemporal para a moda. Ao longo dos anos, o item ganhou atualizações e várias imitações de diversas marcas pelo mundo. No entanto, agora, a inspiração talvez tenha ido longe demais (ou não?). O coletivo de arte e moda decidiu imitar sandália em uma colaboração pra lá de high-low, formato que consiste em misturar peças de luxo com outras mais acessíveis.

A ideia veio justamente do propósito de mesclar dois universos distintos e, claro, chocar o público. “As pessoas que você vê usando Birkenstocks não são as mesmas pessoas que você presumiria que possuam bolsas Birkin”, apontou Lukas Bentel, diretor criativo do MSCHF, em entrevista à CNN.

Bentel tem plena consciência do impacto e da irreverência do projeto. “Apenas o ato de cortar uma bolsa Birkin assustou as pessoas”, afirmou. “Uma bolsa Birkin é como um objeto de arte. É tão sagrada que você não pode danificá-la”, reconheceu.

Os sapatos estarão disponíveis enquanto durar o estoque limitado, composto por apenas 10 pares. As “Birkinkstocks” (pegou o trocadilho?) não têm qualquer ligação oficial com a Hermès e a Birkenstock. Cada item custa de US$ 34.000 a US$ 76.000. O cantor Kehlani e o rapper Future estão entre os primeiros compradores da sandália genderless, de acordo com o MSCHF.

A empresa também é responsável, por exemplo, pela criação de tênis customizados com água benta no solado, os Jesus Shoes, que esgotaram em minutos ao serem lançados em 2019. “Estamos simplesmente fascinados em destruir coisas caras e criar algo novo com elas”, disse Daniel Greenberg, chefe de estratégia do coletivo, ao New York Times.

Birkin

Com ar clássico e despojado, a Birkin foi criada em 1984. A peça prestou uma homenagem à atriz britânica Jane Birkin. Vale destacar que, atualmente, a bolsa é considerada um investimento e sempre está bem valorizada no âmbito da economia. Afinal, há uma demorada e criteriosa lista de espera para comprar o modelito da Hermès.

Colaborou Rebeca Ligabue