Colar de diamantes ligado à queda de Maria Antonieta é leiloado
A peça histórica, que remonta ao século XVIII, carrega escândalos e momentos de glória ligados a monarquias da França e do Reino Unido
atualizado
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Um colar de diamantes histórico, datado do século XVIII, foi leiloado pela casa Sotheby’s nessa segunda-feira (11/11), em Genebra, na Suíça. Avaliado em cerca de US$ 2,8 milhões, o item raríssimo, que pesa aproximadamente 300 quilates e carrega uma rica história de intrigas e coroações reais, chegou à bagatela de US$ 4,8 milhões — quase o dobro do valor estimado pela casa de leilões.
A joia pertenceu à coleção dos Marqueses de Anglesey e está cercada de mistérios, incluindo uma possível ligação com o escândalo que manchou a reputação da rainha francesa Maria Antonieta. Esta é a primeira vez em 50 anos que a peça foi exibida ao público.
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O polêmico colar de Maria Antonieta
Com aproximadamente 500 diamantes de alta qualidade atualmente, o colar remonta ao século XVIII e já foi usado em momentos marcantes da história britânica. Ele adornou Marjorie Paget, marquesa de Anglesey, na coroação do rei George VI em 1937 e, posteriormente, sua nora, na coroação da rainha Elizabeth II em 1953. O momento foi eternizado pelo renomado fotógrafo Cecil Beaton.
Após permanecer por cerca de 100 anos na família Anglesey, a joia foi adquirida por um colecionador asiático na década de 1960 e reapareceu no mercado somente agora. E, segundo especialistas, os diamantes do colar podem ter ligação com o infame “Caso do Colar de Diamantes” da década de 1780, em que uma impostora se passou por Maria Antonieta para enganar um cardeal em uma trama complexa.
Quando os joalheiros cobraram a dívida, a rainha negou envolvimento no caso. Durante esse meio tempo, os diamantes já haviam sido desmontados e vendidos em Londres. O escândalo, apesar de não envolver diretamente a rainha, manchou a reputação da monarca e intensificou a insatisfação popular que culminou na Revolução Francesa. Alguns dos diamantes, vendidos no mercado ilegal após o episódio, podem ter integrado a peça leiloada.
O novo comprador, cujo nome não foi revelado, descreveu a aquisição do item como uma honra histórica, afirmando que considera a si mesmo apenas um “guardião temporário” do artefato. Andres White Correal, especialista em joias da Sotheby’s, destacou o apelo único de peças com narrativas tão emblemáticas à BBC:
“Estou excepcionalmente feliz por ter ganhado este lote; mas ele não me pertence, sou apenas o guardião até que a próxima pessoa apareça”, disse.
Antes de ser leiloado em 11 de novembro, o colar foi exibido em uma turnê mundial e passou por cidades como Londres, Hong Kong, Nova York, Cingapura, Taipei e Dubai. A Sotheby’s, claro, destaca o valor histórico da peça, que transcende a beleza e a raridade dela, sendo testemunha de intrigas políticas e celebrações marcantes da realeza europeia. O leilão reforça o poder das joias históricas em capturar a atenção mundial, não apenas como objetos de luxo, mas como testemunhas silenciosas de escândalos, conquistas e memórias reais que atravessam os séculos.