Clubhouse: rede social do momento une grandes nomes e assuntos da moda
Salas de áudio ao vivo são organizadas pelos usuários do aplicativo. Qualquer participante pode ouvir debates e contribuir com a discussão
atualizado
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A moda influencia e se inspira nos comportamentos da sociedade. Enquanto as redes sociais viraram palco para fotos produzidas, vídeos curtos e até desfiles ao vivo, o Clubhouse nada contra a maré e tenta conectar pessoas por meio de áudios. Ainda com algumas limitações e mesmo estando em fase beta, o novo aplicativo já está sendo testado por estilistas, modelos, maquiadores, fotógrafos e veículos de comunicação, que trazem temas do mundo fashion para o app.
Vem saber mais detalhes!
Criado em janeiro de 2020 pelo engenheiro de produção Rohan Seth e por Paul Davidson, empresário do Vale do Silício, o aplicativo foi lançado em versão de teste (ou beta) em setembro. Este mês, ocorreu um estouro absurdo no Brasil.
Segundo análise feita no Google Trends, a nova rede social apresentou crescimento de 100 vezes nas buscas, nos últimos seis meses, desbancando o TikTok. O salto foi expressivo: passou de 600 mil para 6 milhões de usuários.
O interesse pelo aplicativo de conversas por voz passou a ganhar força quando grandes celebridades e empresários começaram a divulgar que já estavam curtindo a novidade. Porém, não basta só ter curiosidade de ouvir o que está sendo falado no ambiente digital ou se aventurar nas ferramentas. O acesso, por enquanto, é limitado aos usuários de iPhone e, para ter uma conta, é necessário ser convidado.
Limitações
Um dos grandes nomes da moda que marcam presença no aplicativo é André Carvalhal, autor, escritor e consultor de moda, comportamento e sustentabilidade. Após um período de uso e participações em debates dentro do app, o profissional destacou alguns pontos e limitações da rede.
Em seu perfil do Instagram, acompanhado por 185 mil seguidores, André fez uma publicação para falar de sua experiência. No compartilhamento, pontuou críticas, elogios, questionamentos importantes sobre acesso, acessibilidade, responsabilidade e saúde mental.
“Tenho visto pouca gente falando e pensando de forma mais abrangente sobre o motivo do sucesso do app e o que aquilo que pode ser considerado problemático diz sobre quem somos, estamos e como agimos nas redes sociais e fora delas”, legendou.
Em uma galeria de fotos, o profissional reuniu algumas queixas que tem ouvido e o que pensou a partir delas. As informações e reflexões foram escritas em imagens compartilhadas em fundos coloridos. “É um app de privilégios, pois só funciona em IOS, e nem 20% da população têm”, destacou.
Durante a primeira semana de uso, o profissional percebeu que as pessoas estavam com muita vontade de socializar entre as salas. Também questionou seus leitores: “Vamos falar sobre os motivos de as pessoas estarem ansiosas? Com necessidade de conexão? Vamos falar sobre as questões estruturais que estão fazendo as pessoas se sentirem assim, entendendo que muitas vezes não é vontade delas passar por isso e que ali pode ser tanto um sequestro quanto um momento de conexão?”.
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Interface
Por enquanto, o acesso é limitado a convidados e a quem tem sistema operacional iOS. O que muita gente não sabe é da possibilidade de baixar o aplicativo Clubhouse, fazer um pré-cadastro e entrar na lista de espera. Ao seguir o passo a passo, o app sinaliza os contatos da agenda do interessado, que estão na rede e enviam uma notificação dizendo que o conhecido está esperando. Ao liberar a entrada, o usuário não gasta um dos 3 a 5 convites que recebeu.
Com design minimalista, a rede de “drop-in audio” possui fundo neutro, fonte preta e poucas opções de cliques, justamente para facilitar a navegação. Cada usuário consegue personalizar o perfil com foto, biografia e atalho para conta do Twitter ou Instagram. O nome da pessoa que convidou ou liberou o acesso também fica em destaque na página. Outro detalhe é o número de seguidores, que também compõe a tela inicial.
Ao entrar na rede social, uma das etapas no cadastro é selecionar temas de interesse. Além de poder seguir pessoas, alguns clubes temáticos também podem ganhar o follow, como sustentabilidade, moda e diversos outros assuntos. Quem está dentro tem gostado da experiência e compartilhado as próprias vivências nas demais redes sociais.
Dentro do Clubhouse, a coluna avistou perfis de pessoas inseridas na moda e chegou a participar de algumas salas de debates por áudio. Por lá, estilistas como Virgil Abloh, nome por trás da linha masculina da Louis Vuitton; o designer e CEO do grupo Arezzo&Co, Alexandre Birman; Ana Luisa Fernandes, fundadora e diretora criativa da marca Aluf; e a joalheria internacional Andrea Conti também já garantiram as suas contas.
Ao seguir os clubes ou perfis, como Costanza Pascolato, Bryan Boy e até Camila Coutinho, os usuários podem receber notificações de quando as pessoas estiverem conversando em alguma sala específica ou quando agendarem um evento. Na segunda opção, a própria agenda do Clubhouse salva a data e o horário na página principal, para que ninguém perca o dia.
Diferentemente do formato de podcast, outro apelo da rede é a opção de ouvir ao vivo alguma personalidade da moda e de ter a possibilidade de conversar com ela. Basta clicar em “levantar a mão”, e o moderador receberá uma notificação e poderá liberar o microfone do usuário interessado. Alguns eventos são públicos, outros fechados, e qualquer conta pode criar salas temáticas.
Colaborou Sabrina Pessoa