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Chineses boicotam Burberry, H&M, Nike e outras marcas. Saiba o porquê

Etiquetas começaram a perder embaixadores na China após polêmicas e preconceito com matérias-primas do país

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Budrul Chukrut/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Homem em frente a loja da Burberry
1 de 1 Homem em frente a loja da Burberry - Foto: Budrul Chukrut/SOPA Images/LightRocket via Getty Images

Com o rápido avanço da Covid-19 pelo mundo, os chineses e comunidades asiáticas passaram a sofrer fortes ataques racistas, depois que o vírus foi considerado por algumas pessoas, como o ex-presidente americano Donald Trump, como uma “doença chinesa”. Na indústria da moda, não foi diferente: estilistas, marcas e modelos desse país começaram a ser evitados. Além disso, algumas grifes recusaram matéria-prima chinesa, como o algodão de Xinjiang, medida que está gerando grande repercussão na mídia local nos últimos dias.

Um artigo publicado na The Lancet, considerada a revista científica de maior relevância no mundo, apontou que o primeiro paciente confirmado com o novo coronavírus esteve na capital da província de Hubei, na China. Em tempos de forte disseminação de fake news e diante da pandemia, os países e os asiáticos mundo afora se tornaram alvos para episódios de discriminação racial.

Burberry desenvolve aplicativo
Marcas de moda ocidentais estão ganhando destaque nos noticiários e redes sociais chinesas

 

ReBurberry Fabric Project
Desta vez, a gigante sueca de roupas fast fashion H&M está no centro da controvérsia

 

ReBurberry Fabric Project
Em setembro do ano passado, a varejista se recusou a comprar algodão de Xinjiang, na China

 

Loja H&M
A mídia chinesa informou que os produtos da H&M foram removidos das principais plataformas de comércio eletrônico locais

 

Nas redes sociais, a comunidade começou a lançar campanhas como #JeNeSuisPasUnVirus e #EuNãoSouUmVírus, com o objetivo de reunir denúncias e conscientizar a população mundial. Não demorou para os chineses observarem as movimentações e declarações das marcas de moda.

Sites de relacionamento locais e a imprensa do país evidenciaram que algumas etiquetas se posicionaram contra o uso de algodão proveniente da região de Xinjiang, no noroeste do país. O primeiro caso que ganhou destaque nos últimos dias foi o da H&M.

A varejista está enfrentando um boicote após uma declaração feita em setembro do ano passado vir à tona. Tratam-se de relatos de trabalho escravo na região e posicionamento contra o uso da matéria-prima dessa localidade. Nele, a H&M disse estar “profundamente preocupada com relatos de organizações da sociedade civil e da mídia que incluem acusações de trabalho forçado e discriminação de minorias étnico-religiosas”.

Loja do grupo H&M
A Nike também está na mira, por ter declarado “preocupação” com as condições de trabalho na mesma região chinesa

 

Propaganda da Nike
Na quarta-feira (24/3), a marca esportiva publicou um comunicado deixando clara a sua posição

 

Propaganda da Nike
No mesmo pronunciamento, a Nike explicou que não importa algodão da região

 

Propaganda da Nike
Foi o suficiente para tornar o assunto um dos tópicos mais quentes nas redes sociais chinesas

 

Uma declaração semelhante da Nike também atraiu críticas na quarta-feira (24/3), segundo o jornal americano The New York Times. A indignação foi registrada em plataformas como Weibo. Na rede social, a Nike chegou a ficar entre os assuntos mais buscados do dia.

O site Business of Fashion comunicou que os embaixadores chineses das marcas Burberry, H&M, Nike, Adidas, Clavin Klein, Uniqlo e Converse estão renunciando aos cargos que ocupam. As publicações estão sendo acompanhadas de comentários nos quais os porta-vozes afirmam não concordar com as decisões de não comprarem algodão de Xinjiang. A coluna continuará acompanhando os desdobramentos do caso.


Colaborou Sabrina Pessoa 

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