Chanel vence processo contra brechó de luxo; entenda o caso
O brechó nova-iorquino What Goes Around Comes Around foi declarado culpado por venda de produtos falsificados e publicidade enganosa
atualizado
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A Chanel venceu um processo que corria pelos últimos seis anos contra a etiqueta de revendas de luxo What Goes Around Comes Around (WGACA), que mantém diferentes unidades em Nova York (Estados Unidos), além de vendas on-line. Nessa terça-feira (6/2), o julgamento declarou culpado, unanimemente, o brechó pelos crimes de violação de marca registrada, alegações de associação falsa e publicidade enganosa.
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Em 2018, a Chanel denunciou o WGACA por vender bolsas falsificadas e outros itens não originais da casa francesa. Ao mesmo tempo, surgiu a acusação de que o brechó havia declarado afiliação com a Chanel por meio de publicidade, o que não seria real. De acordo com a equipe jurídica da marca francesa, o brechó teria lucrado cerca de US$ 90 milhões em revendas de produtos da maison.
Ao longo do último mês, o julgamento foi realizado no tribunal federal de Nova York, nos Estados Unidos. O júri declarou a empresa norte-americana culpada de todas as acusações. Em comunicado, a Chanel acolheu a decisão e afirmou que a grife tem compromisso de proteger os consumidores contra toda associação falsa, violação de marca registrada, falsificação e publicidade enganosa.
“Tais violações prejudicam os consumidores e a marca Chanel, pois são suscetíveis a confundir o público quanto à natureza dos itens com a marca Chanel que estão adquirindo”, disse o porta-voz da Chanel em um comunicado após a sentença.
Já o WGACA manteve a defesa de inocência. “Estamos incrivelmente desapontados com o veredito; contudo, o caso não chegou ao fim. O tribunal ainda deverá ouvir os requerimentos pós-veredito”, afirmou o CEO e cofundador do brechó, Seth Weisser.
Processo da Chanel e impacto no mercado da revenda de luxo
A decisão contrária ao brechó pode dificultar os processos de autenticação de marcas, aumentando o custo de funcionamento para brechós e revendedores de luxo. A fim de evitar processos e outros percalços, as lojas do segmento second hand gastarão mais tempo e dinheiro para autenticar o catálogo com mais cuidado. Contudo, em geral, a segurança para os consumidores é ampliada.
Além disso, espera-se que, por conta da grande atenção da mídia e do mercado acerca do julgamento, possa haver pressão para implementar regulamentações mais rigorosas no mercado de revenda de luxo para evitar a venda de produtos falsificados e publicidade enganosa.
O veredito desfavorável à loja de revenda de luxo What Goes Around Comes Around no processo movido pela Chanel sinaliza um movimento de grandes grifes pela defesa das marcas, mirando o crescente mercado da revenda de luxo. As empresas de revendas, por sua vez, devem passar a intensificar os cuidados no processo de autenticação, com aumento dos custos, e, consequentemente, nos preços dos produtos.