Chanel confirma saída de Virginie Viard, após mais de 30 anos na grife
A estilista assumiu a direção criativa depois da morte de Karl Lagerfeld, em 2019. Foi a primeira mulher no cargo desde Coco Chanel
atualizado
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A Chanel confirmou, na manhã desta quinta-feira (6/6), a saída de Virginie Viard do cargo de diretora criativa da marca. A estilista francesa assumiu o cargo em 2019, após a morte de Karl Lagerfeld. Desde então, os lançamentos da maison foram alvo de críticas, em contraste a bons números.
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No ano de 1987, a Chanel contratou uma jovem estagiária de 25 anos que, três décadas depois, tornaria-se a voz máxima na criação de coleções da grife. Nesse meio tempo, uma longa jornada — sempre ao lado do mestre Karl Lagerfeld — tornou Virginie Viard a primeira mulher diretora criativa da marca desde a fundadora, Gabrielle Bonheur, conhecida como Coco.
“Um novo capítulo está se abrindo para a Chanel”, anunciou a empresa, em comunicado que confirmou a saída de Virginie da direção criativa. O breve texto ainda agradeceu a francesa pela “rica colaboração de cinco anos [no comando]”.
Nos cinco anos de atuação no cargo de liderança, a estilista trabalhou para continuar o legado de Lagerfeld, de quem foi braço direito durante anos. Ao mesmo tempo, buscou dialogar diretamente com a juventude, antes esquecida pelas tradicionais mentes por trás da grife. A abordagem, contudo, foi criticada em várias ocasiões, principalmente na web.
Viard introduziu designs nos quais a simplicidade se integrava à praticidade e deixava de lado a “magia” do estilista antecessor, acostumado a oferecer cenários grandiosos e espetáculos visuais. A falha na promessa de manter a tradição, sendo mais levada pela inovação, causou estranheza em admiradores do estilo clássico da casa.
As críticas, porém, foram contrastadas pelos bons números apresentados pela Chanel em dados recentes. Em maio de 2024, a grife divulgou que as receitas totalizaram US$ 19,7 milhões em 2023, o que representa um aumento de 16% ao ano anterior.
Apesar do descontentamento revelado pelas redes sociais, Virginie encerrou a própria trajetória na Chanel de maneira financeiramente positiva. Sob o comando da francesa, o segmento de prêt-à-porter (pronto para vestir), que é a linha mais comercial da Chanel, foi multiplicado por 2,5 e cresceu 23% apenas no ano passado.
Chanel e Virginie Viard: a despedida
O próximo desfile de alta-costura da grife francesa, para a temporada de outono/inverno 2024/25, será realizado em 25 de junho, na Ópera Garnier, em Paris. Ao que tudo indica, a apresentação representará o encerramento não só de uma fase da Chanel, mas de uma série de coleções de despedida da artista.
As apresentações comandadas por Viard ocorreram em importantes cenários, como em Manchester (Reino Unido) e Marselha (França), relevantes tanto para a história da grife, quanto para a vida da estilista, que encerra a etapa profissional na capital francesa, berço da Chanel.
Enquanto a Chanel não anuncia quem sucederá Virginie Viard, nomes já conhecidos na indústria da moda viram especulação. O nome mais comentado é o de Heidi Slimane, atual diretor criativo da Celine. Pierpaolo Piccioli (ex-Valentino) e Sarah Burton (ex-Alexander McQueen) também são apostas, já que deixaram, há pouco tempo, as grifes. Caso a Chanel não anuncie logo um novo diretor criativo, a próxima coleção, de ready-to-wear para a primavera/verão 2025, deverá ser desenvolvida pela equipe do estúdio.