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Casa de Criadores: confira os 10 principais desfiles da 48ª edição

O evento foi palco para as coleções de outono e inverno, entre os dias 26 e 30 de julho

atualizado

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Ricardo Prado/Mônica Anjos/Divulgação
Modelo com vestido fluído
1 de 1 Modelo com vestido fluído - Foto: Ricardo Prado/Mônica Anjos/Divulgação

Após o encerramento do São Paulo Fashion Week, em junho, outro evento de moda da capital paulista apresenta as tendências de criadores brasileiros para a temporada de outono e inverno. Prestes a completar 25 anos de existência, a Casa de Criadores aconteceu entre os dias 26 e 30 de julho. Novamente em edição virtual, a plataforma de novos talentos chegou à 48ª edição. De olho na programação, a coluna elencou as principais apresentações.

Vem conferir!

 

Giphy/Mônica Anjos/Reprodução

Mônica Anjos

Em sua estreia na Casa de Criadores, a baiana Mônica Anjos apresentou a coleção Ancestralidade, temática que pauta o trabalho da estilista há mais de duas décadas. Inspirado na coreógrafa Mercedes Batista, o compilado marca o ano de centenário da primeira profissional negra a compor o baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, um dos mais importantes do país.

A ideia do trabalho da designer baiana tem como objetivo apresentar as relações entre a indumentária e as memórias negras. O fashion film gravado no Palácio Rio Branco, em Salvador, é protagonizado por vestidos, kaftans e acessórios criados pela técnica macramê. Os modelitos volumosos e fluidos garantiram movimento e reforçaram a correlação entre corpo e dança, relacionando também africanidades e estéticas negras.

Modelo desfilando
Mônica Anjos estreou no primeiro dia do evento

 

Modelo desfilando
Com uma coleção rica em texturas

 

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A coleção pontua o mais novo projeto da marca

 

Modelo desfilando
Que une moda, arte e balé

“O espaço sagrado de matrizes africanas tem possibilitado, através de sucessivas gerações, inspirações que permitem essa continuidade”, comunicou a designer.

A apresentação é denominada como um balé de pés no chão. Segue fielmente a cartela de cores da collection, marcada pelo branco e por tons terrosos.

Confira:

Jorge Feitosa

O nordestino Jorge Feitosa foi mais um nome que exibiu seu trabalho na abertura da semana de moda paulista. Suas criações são conhecidas pelo patchwork, com peças ricas em recortes e reaproveitamento de matérias-primas.

Batizada de VER(E) A DOR, a coleção é inspirada na história de amor da sua avó materna, que se rendeu a um romance aos 80 anos de idade. Ainda casada com outra pessoa, ela se apaixonou por um vereador da cidade e acabou sendo internada em um hospício.

Modelo durante desfile
Dona Constantina, avó do estilista, é a estrela da apresentação

 

Modelo durante desfile
Sua história de amor inspirou a criação dos nove looks da temporada de Jorge Feitosa

 

 

Modelo durante desfile
Esta é a quinta apresentação do designer para a Casa de Criadores

 

Modelos durante desfile
Seu trabalho é consagrado pelo patchwork

“Esse ajuntamento é sobre quando não sabemos lidar com o amor, seja com o amor do outro ou pelo outro. É sobre poder realizar finais felizes para histórias tristes como essa”, destacou o profissional.

As peças apresentadas desconstroem a silhueta, mas apresentam modelagem de caimento leve. Além do patchwork, estampas encaixadas são fruto da parceria entre a marca com a Lunelli Têxtil, que proporcionou 16 tecidos exclusivos para as roupas.

Alexandre dos Anjos

Na terça-feira (27/7), o estilista e artista visual Alexandre dos Anjos apresentou a sua segunda coleção para a Casa de Criadores. Nomeada de Paramentar, as roupas do estilista serviram como telas em branco para conectar as vivências pessoais, marcadas pelo primeiro jogo de búzios e um desfile de Carnaval.

A fusão entre a moda urbana com os orixás é baseada num jogo que o artista fez em 2013, transformando em estampas os arquétipos das divindades da religião. Em pinceladas, ele levou cores para casacos pesados, vestidos longos e conjuntos de camisas e calças amplas.

Modelo desfilando
Alexandre apresentou uma coleção espiritual

 

Modelo desfilando
Suas roupas serviram como tela

 

Modelo desfilando
O artista fundiu as memórias do Carnaval com a espiritualidade

 

Modelo desfilando
O resultado é uma moda urbana ultracolorida

A coleção também segue os embalos carnavalescos. “Me lembro da primeira vez que desfilei em uma escola de samba. Para chegar à concentração, passei pelos carros alegóricos, aquele caminho parecia o caminho para chegar ao Òrum, atravessar o Anhembi [em São Paulo] parecia um ritual de passagem”, detalhou Alexandre.

“Olhar os rostos e os corpos esculpidos em isopor, pintados e adereçados, figuras mágicas também esculpidas e os costeiros enfeitados eram como um sonho, tudo isso mesclado aos rostos dos componentes das escolas de samba. Nesse dia houve um feitiço que me fez compreender minha realidade”, explicou em comunicado.

 

Heloísa Faria

A segunda noite do evento também foi palco para Heloísa Faria, que se apresentou na terça-feira (27/7). Com vestidos em modelagem afastada do corpo, mangas bufantes e ombros marcados, estampas florais ganharam destaque em seu compilado.

A textura das meias-calças e dos bordados aplicados em luvas foram base para calças desconstruídas. De um lado a peça é longa, e na outra parte tem comprimento de short. Veterana no evento, a estilista trouxe técnicas de upcycling para sua mais nova coleção, construída com reaproveitamento de tecidos.

Modelo desfilando
A estilista é veterana no evento

 

Modelo desfilando
A silhueta ganhou destaque nos ombros

 

Modelo desfilando
A coleção é construída em texturas

 

Modelo desfilando
Heloísa ressignificou peças vintage

O trabalho de Heloísa é conceitual. “A camisaria funciona como tela branca, na qual ela delineia cada vez uma mulher. Volumes e fluidez, pregas e franzidos com memória de outras vivências”, explicou.

Confira a apresentação:

KF Branding

Outro destaque vai para o desfile da KF Branding. A etiqueta, capitaneada pela estilista Kel Ferey, apresentou a coleção nomeada por Brilhantismo na sala de estar. Suas roupas foram vestidas por grandes nomes que trazem consigo conquistas, protagonismo e histórias de sucesso.

O casting para o vídeo e as fotos é composto por modelos pretos, que personificam a temática: negros que inspiram e transformam. Entre as personalidades elencadas, estão o estilista Isaac Silva; a jornalista de moda Lorena Eleutério; Mona Rikumbi, a primeira cadeirante negra a se apresentar no Theatro Municipal de São Paulo; e a vereadora Erika Hilton, que já foi capa digital da revista Vogue, em dezembro de 2020.

Modelo desfilando
A KF Branding complementou o lineup

 

Modelo desfilando
A jornalista de moda Lorena Eleutério foi elencada para o desfile

 

Modelos desfilando
O debute teve a presença da bailarina cadeirante Mona Rikumbi

 

Modelos desfilando
Os modelitos serão leiloados

Seguindo o dandismo negro, as estamparias da coleção remetem ao streetwear urbano. As roupas da coleção recém-desfilada serão comercializadas de uma forma diferente. Os modelitos serão leiloados no site Abacashi, e o valor arrecadado na ação será doado para instituições que apoiam causas negras, LGBTQIA+ e povos indígenas.

“Acreditamos que o amor é a base da construção necessária para se chegar a uma mudança para além de si mesmo. E então, aqueles que são hoje maioria em número, possam vir a ser também maioria onde se tem prestígio e dignidade”, destacou a marca.

Diego Fávaro

Diego Fávaro apresentou o streetwear de sua marca homônima. A coleção conceitual é um retrato dos pensamentos do estilista em tempos pandêmicos. Com muito brilho e decotes inusitados ao longo do dorso, o profissional também anunciou que passará a comercializar as suas roupas em lançamentos cápsula, seguindo seu ritmo.  

As coleções são desabafos do que sinto, e esta faz parte de um capítulo importante na minha jornada como artista e pessoa. É a busca pela felicidade, o encontro da escuridão em que vivi durante anos, com um futuro de luz, cheio de vontade e fôlego”, pontuou o estilista. 

Modelo desfilando
Renovando as energias, Diego Fávaro trouxe brilho proporcionado pelo veludo molhado

 

Modelo desfilando
Com roupas street energizadas

 

Modelo desfilando
Recortes destacam outras partes do corpo

 

Modelo desfilando
A coleção ganhou forma a partir de pesquisas holísticas

A coleção é batizada de Tubulação. “É um retrato dos nossos pensamentos e ações nos dias atuais. A ideia surgiu no período pandêmico, pesquisando sobre proteção e elevação de energia dentro de casa. Sendo um ambiente que usamos para descarregar toda sujeira que trazemos de fora, surgiu o questionamento do que estamos deixando escoar da gente no campo emocional”, destacou.

NotEqual

Proporcionando novas perspectivas, a NotEqual também apresentou seu fashion film. O vídeo convidou o público a admirar a beleza da criação e o desenvolvimento das roupas.

O estilista mineiro Fábio Costa elencou apenas uma modelo para estrelar sua coleção. Batizada de Perspectiva Explodida, o conceito é detalhado em texto divulgado pela marca: “Às vezes, basta nos deslocarmos do lugar em que estamos para olharmos algo sob uma perspectiva diferente, ainda que não em sua totalidade”.

Modelo desfilando
A NotEqual desfilou na quinta-feira (29/7)

 

Modelo desfilando
A coleção é pontuada pela alfaiataria

 

Modelo desfilando
Com pregas proporcionadas por bordado

 

Modelo desfilando
Tecidos fluidos arremataram os visuais

Com tecidos fluidos, as roupas ganham movimento no vídeo. A alfaiataria do profissional é adornada por aviamentos metalizados, enquanto as nervuras das peças são criadas por bordados à mão.

Jal Vieira

“Se o povo protesta em meio a uma pandemia é porque o governo é mais perigoso que o vírus!” A coleção de Jal Vieira também reverberou protesto contra o sistema e o atual cenário socioeconômico do país.

No penúltimo dia de evento, cartazes e frases militantes acompanham os looks da apresentação. Os acessórios que arrematam os visuais também remetem a armaduras.

Modelo desfilando
Jal Vieira militou em seu desfile

 

Modelo desfilando
A apresentação mesclou vídeos de protestos

 

Modelo desfilando
Frases contra o governo acompanharam os modelos

 

Modelo desfilando
Tecidos siliconados proporcionaram um efeito molhado aos itens

Na apresentação, quatro visuais receberam tratamento navalhado, sem perder a leveza dos movimentos naturais do corpo.

Confira:

Santista Jeanswear

O desfile da fabricante de denim Santista Jeanswear trouxe para as passarelas peças desenvolvidas por estilistas mulheres que apresentaram suas criações no evento. Entre elas, estão Denise Salles, da Oroomin; Heloisa Faria e Heloisa Stropel, da Reptilia; Kel Ferey, da KF Branding, Livia Barros, da Ken-gá; Mônica Anjos e Marcella Maiumi, da Shitsurie; Pimentel, do Ateliê Criativa Vou Assim; e Priscilla Silva.

Na segunda participação da empresa no evento de moda, as designers criaram a partir dos tecidos da empresa. De stretch com toque e power aos sustentáveis. Um dos pontos altos foram os artigos da linha Upcycle que, em sua alta composição, utiliza fibras recicladas no urdume e na trama, sem tingimentos. O processo resulta em aspecto original, cria um enfeito denim rústico e autêntico; além de mínima utilização de água, tornando-o o mais sustentável.

Modelo desfilando
Priscilla Silva para Santista

 

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Shitsurei para Santista

 

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Heloisa Faria para Santista

 

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KF Branding para Santista

“Trouxemos nossos mais recentes lançamentos para criar peças que mostram as diversas possibilidades que os tecidos podem trazer e, claro, entregando o nosso DNA em artigos que prezam pela sustentabilidade”, contou Sueli Pereira, gerente de comunicação e moda.

Veja o desfile:

Dendezeiro

Para encerrar em grande estilo a programação da Casa de Criadores, a Dendezeiro apresentou sua coleção Cor de Pele. Trata-se do novo projeto artístico da etiqueta, que visa “abordar alguns dos diferentes tipos de pele de pessoas negras e indígenas e algumas especificidades, como o vitiligo, as sardas, pessoas albinas e peles com estrias, como forma de desmistificar conceitos racistas”, revelou a brand

A apresentação também marca o lançamento do novo braço comercial da empresa, nomeado de Dendezeiro Tropical. Com foco na mistura dos estilos streetwear e beachwear, com muita ousadia e personalidade, de acordo com a empresa.  

Modelo desfilando
Dendezeiro encerrou a programação dos desfiles

 

Modelo desfilando
Com a apresentação da coleção Cor de Pele

 

Modelo desfilando
Confeccionada em tons nudes e off-white

 

Modelo desfilando
O desfile marca o lançamento do projeto Dendezeiro: Cor de Pele
Sobre a Casa de Criadores

A Casa de Criadores é considerada o maior evento dedicado à moda autoral brasileira e lançador de novos talentos. Esta edição foi palco para a apresentação das coleções de outono e inverno.

A iniciativa nasceu da cena underground paulistana. Atualmente, ampliou o universo dos shows ao aumentar o leque de talentos e incorporar estilistas e criadores de outros estados brasileiros.

Colaborou Sabrina Pessoa

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