Carol Jannini: veja bate-papo sobre moda, estilo e desafios como influencer
Em entrevista à coluna, a criadora de conteúdo revelou detalhes da carreira. Também comentou sobre a vontade de criar uma marca própria
atualizado
Compartilhar notícia
Se você gosta de acompanhar criadores de conteúdo de moda, não pode deixar de conhecer Carol Jannini. Com estilo autêntico, muito carisma e uma boa dose de criatividade, ela se tornou uma das influenciadoras brasileiras mais admiradas da atualidade. O universo fashion é a principal pauta abordada pela paulista no dia a dia, além de novidades de beleza e lifestyle. Em um bate-papo exclusivo com a coluna, ela falou sobre looks, marcas que admira, desafios da carreira, mudanças na pandemia e desfiles internacionais.
Vem comigo!
A paixão de Carol Jannini pela moda surgiu muito cedo. Na época da escola, ela escrevia sobre o assunto em um blog, por puro hobby. No entanto, foi em 2014 que se tornou influenciadora digital, de uma forma que ela define como orgânica.
Formada em publicidade e propaganda pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Carol estudou marketing já com a intenção de trabalhar com algo relacionado ao segmento fashion. “Comecei a trabalhar na Editora Abril. Lá, tive a oportunidade de me envolver muito com as revistas Elle e Capricho, então, estava super por dentro do que estava rolando nesse mundo da moda e da internet… Foi bem na época do boom do Instagram”, lembra.
Despretensiosamente, os posts na rede social foram ficando sérios. “Foi minha irmã que criou minha conta na época. Eu não queria, já que não tinha tempo para nada! Mas ela criou, e eu acabei usando”, conta. “Nesse meio tempo, fui convidada para fazer algumas fotos para marcas que eu gostava, e eu sempre postava o resultado no meu Instagram e assim fui crescendo. Até o dia que eu não consegui mais conciliar os dois trabalhos, e resolvi focar na internet. E, sim, foi a melhor coisa que eu fiz!”, completa Carol.
Atualmente, 850 mil seguidores a acompanham pelo Instagram. No TikTok, espaço que ela passou a explorar neste ano, já são aproximadamente 80 mil followers.
Os looks de Carol Jannini são feitos de contrastes harmônicos. A influenciadora mistura elegância e sensualidade, com direito a um toque despojado. Ela aposta frequentemente em alfaiataria, recortes, assimetria, mix de texturas e sobreposições. A fashionista também não dispensa acessórios que dão mais personalidade aos visuais.
Fashion influencer
A moda está em constante transformação. Qual você acha que foi a principal mudança desde que começou a trabalhar com isso?
Carol Jannini: Comecei trabalhando no mercado editorial e via como a passarela e as revistas tinham o poder de ditar o que seria moda. Hoje, vemos que quem detém esse poder é o consumidor. Sua relação com as marcas é mais estreita e ele tem sido cada vez mais incluído nos processos de criação. Porque, no fim das contas, é ele quem dará sua chancela ao comprar aquele produto que as marcas têm a oferecer.
Outro ponto de mudança que sinto é que a internet deu voz a quem antes não tinha acesso. Vemos mais diversidade e inclusão entre os geradores de conteúdo, o que é um passo superimportante. Por fim, vale dizer que o mundo está passando por uma fase de conscientização e que as marcas precisam, cada vez mais, oferecer um produto que tenha propósito e, principalmente, seja mais sustentável.
Quais são os desafios e as dificuldades que você enfrenta como influenciadora?
Bom, os desafios são diários. Temos que nos reinventar sempre, pois todos os dias as situações mudam e também aparecem novas pessoas fazendo as mesmas coisas. Também tem momentos em que a criatividade não está tão aflorada e, ainda assim, temos que criar algum conteúdo. Eu sou uma pessoa muito perfeccionista e me cobro muito para fazer algo diferente. É sempre um desafio.
Sobre as dificuldades, o mais complicado é lidar com a pressão, o julgamento e a maldade de algumas pessoas. Isso mexe muito com o nosso psicológico. Também é difícil conseguir separar a vida pessoal do trabalho, porque tudo que fazemos, seja uma viagem, um passeio ou uma ida ao salão, vira conteúdo. Às vezes, é importante nos desligarmos um pouco para curtir os momentos e descansar, mas confesso que é bem difícil. Por isso, digo que não temos férias, porque tudo é conteúdo, até mesmo nossas viagens de férias. Estamos sempre trabalhando, a cabeça está sempre a mil por hora, o que pode ser complicado às vezes.
Como é a sua relação com o público? A moda é um segmento mais nichado, isso ajuda ou atrapalha?
Minha relação é ótima! Graças a Deus, não tenho praticamente nenhum hater, e nossa relação é de muita confiança e amizade, procuro responder e estar presente, sempre. Acho que, assim como em outros nichos, trabalhar com moda é a prestação de um serviço para o meu público. Para ajudá-las na inspiração de looks, atualizando sobre os desfiles e temporadas de moda, dividindo informações sobre a indústria… Falar de moda é falar sobre encantamento, mas também sobre autoestima, bem-estar e confiança. Sendo assim, mesmo que nichado, fico sempre feliz de contribuir de alguma forma.
Costuma ser seletiva nas parcerias com marcas? Qual é o seu critério principal para aceitar uma parceria?
Sim, eu só trabalho com marcas que eu acredito, confio, gosto e que estejam de acordo com o que eu sou e com o que eu uso. Afinal, trabalhar com uma marca é ser conivente com o que ela faz, então, me preocupo muito em como ela se posiciona, os produtos que vende e os serviços que oferece.
Ultimamente, você tem feito vídeos para o TikTok e no Reels que trazem informação de moda e um toque de diversão. Como tem sido?
Perfeito! Eu sempre amei fazer vídeos, tanto criar e gravar como editar, e é realmente um mundo que me encanta. Eu me considero uma pessoa superextrovertida e criativa. Poder fazer um conteúdo de moda mais descontraído é incrível. Passar a informação e contribuir de um jeito mais leve, rápido e fun tem me feito muito bem. E os feedbacks tem sido muito positivos, estou amando!
Ver essa foto no Instagram
1 peça 3 formas diferentes de usar, dessa vez: Colete de alfaiataria ✨#outfitinspiration
Como a pandemia impactou o seu trabalho e a sua percepção sobre a moda?
Durante a pandemia, o trabalho da influenciadora digital se tornou importante e ainda mais próximo do público, já que surgiu uma vontade natural das pessoas de explorar a vida no mundo digital. Além disso, as redes sociais se tornaram a principal fonte de conteúdo e entretenimento, transformando esses perfis em verdadeiras mídias, pelo alcance e facilidade de comunicação.
A moda sempre reflete o espírito de um tempo e agora não seria diferente. Acho que, por muitas vezes, apesar de ser uma importante indústria, gerar milhões de empregos e movimentar muito dinheiro, ela ainda é vista como supérflua e sofreu muito num primeiro momento. Foi necessário passar por muitas adaptações na forma como produz, como comunica e como vende para conseguir continuar girando suas engrenagens.
Você tem uma equipe? Como funciona a produção de conteúdo?
Sim, confesso que finalmente tenho uma equipe dos sonhos que me auxilia em tudo! A agência Coolab, que cuida de mim na parte comercial, relações públicas e criação de alguns conteúdos. Também tenho um stylist que me auxilia bastante na produção dos conteúdos; um fotógrafo que eu adoro; e também, é claro, não posso deixar de fora meu marido que me ajuda em tudo, sempre!
Sobre a produção de conteúdo, depende muito do tipo. Posso pedir ajuda da minha equipe, ou faço sozinha em casa mesmo. Mas basicamente, se for uma publicidade, eu estudo sobre a marca, entendo o briefing, procuro referências e deixo a cabeça livre para ideias. Geralmente, sou criativa, então não demora muito para ter alguma ideia legal. A partir dai eu monto um roteiro, penso nos ângulos, cenários, luzes, looks, make, e produzo o conteúdo, depois edito e mando para aprovação.
Se não for uma publicidade, vem da minha cabeça mesmo (risos). Eu sempre pesquiso várias referências, e isso me traz muitas inspirações. Aí, dependendo ou eu pergunto para os “universitários”, ou seja, a minha equipe; ou eu mesma já sigo com o conteúdo e produzo. O mais legal da nossa profissão é criar sem medo e deixar livre as nossas ideias, o que eu particularmente amo!
Como é a experiência de acompanhar uma semana de moda?
Fui no início deste ano para a minha primeira Semana de Moda de Paris, e foi simplesmente inesquecível! Fui convidada para desfiles de marcas incríveis, como Chloé, Isabel Marant, Balmain, Alessandra Rich… A experiência é única, rápida e bem corrida, uma loucura (risos), mas muito especial! Amei cada segundo.
Eu vibro assistindo desfiles, meu corpo fica todo arrepiado. Além disso, é um momento no qual todas as grandes personalidades da moda estão no mesmo lugar. É bem legal ver de pertinho quem você acompanha, admira e se inspira. E, óbvio, é uma semana de muito aprendizado. Ansiosa para a próxima!
Estilo
Quais marcas e personalidades da moda você mais admira? Por quê?
Para mim, Bottega Veneta e Prada são grandes ícones. A primeira porque traz a visão super fresh do Daniel Lee, um estilista novo dentro de uma marca supertradicional, e a segunda, porque tem o olhar sempre contemporâneo da Miuccia, que consegue como ninguém ditar o que vai ser cool naquela temporada.
Também amo Jacquemus, que equilibra sofisticação com uma pitada sensual, o que deixa qualquer mulher maravilhosa. Entre as personalidades, eu amo o estilo minimalista chique das gêmeas Olsen e a vibe sexy cool da Hailey Bieber. E, claro, a rainha Riri, que sempre vou aplaudir de pé (risos).
No seu guarda-roupa, também tem espaço para marcas acessíveis?
Valorizo alguns itens, como acessórios e peças de ocasião – um vestido para um evento especial, por exemplo – de marcas internacionais, mas grande parte dos meus looks são formados por peças de marcas acessíveis e brechós. Pode parecer clichê, mas ainda acredito na potência do high-low.
Como você definiria o seu próprio estilo?
Nos últimos anos, passei por algumas mudanças de visual que me deixaram mais próxima da minha essência. Tenho prezado por makes mais naturais, peças confortáveis e looks que reflitam exatamente como estou me sentindo. Você nunca me verá usando algo com o qual eu não esteja 100% confiante, só porque é uma trend. Independente disso, acho que meu estilo sempre trará contrastes: um acessório pesado com um look leve, uma peça oversized com outra mais feminina e sexy… Enfim, equilíbrio é tudo!
Quais é a peça mais curinga do closet?
Acho que o blazer. Tenho em inúmeras modelagens, cores e tecidos. Acredito que seja a peça mais fácil de combinar com diferentes moods: desde o mais clássico, com um conjunto de terno, até os mais modernos, com top e shorts esportivos, por exemplo.
Tem alguma peça que já usou e se arrependeu ou não voltaria a usar?
Essa é uma resposta difícil porque a moda é cíclica e muitas vezes nos deparamos com a volta de tendências que acreditamos que nunca mais estariam em alta. Eu, por exemplo, já questionei o comeback dos tamancos e hoje sou super viciada no modelo em macramê da Bottega. Mas acho que no momento uma peça que não me enxergo vestindo é a famigerada calça jeans de cintura baixa dos anos 2000. Será que ela volta algum dia?
E alguma tendência atual que você abomina e não usaria de jeito nenhum?
Abominar é uma palavra muito forte (risos), mas não sou a maior fã de nail arts.
Sua relação com os looks teve alguma mudança com a chegada da quarentena?
Acho que o mundo todo passou por essa adaptação. Houve algumas febres que atingiram os usuários do meu feed no Instagram com unanimidade: o tie-dye e os moletons, por exemplo. Foi impossível não se render, não é? Mas independente dessas peças que viraram sinônimo da quarentena, acho que o que realmente ficou foi busca pelo conforto acima de tudo, mesmo naqueles dias em que bate uma saudade de se montar.
Carol Jannini pretende colaborar cada vez mais com o público, de diferentes maneiras. “Além da proximidade por meio das redes, quem sabe, com uma marca… Porém, esse é um projeto para o futuro!”, revela à coluna.
A influenciadora digital assegurou que está extremamente realizada na profissão. “É difícil e requer muita paciência e dedicação. Tem dias incríveis e tem dias difíceis, como em qualquer outra área. Mas é incrível!”, garante. “Eu amo muito meu trabalho e meu público. Sou extremamente grata por tê-los ao meu lado”, conclui.
Colaborou Rebeca Ligabue