Câncer de mama: marcas de moda desenvolvem campanhas de conscientização
Savage x Fenty, Stella McCartney e Ralph Lauren estão entre as grifes internacionais que se dedicaram à causa do Outubro Rosa em 2020
atualizado
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O Outubro Rosa foi criado para alertar e prevenir as mulheres em relação ao câncer de mama. Todos os anos, a iniciativa de alcance mundial reúne organizações, empresas, ativistas, marcas e personalidades. O objetivo principal é gerar uma rede ampla de informação, visto que a detecção precoce da doença é essencial. Em 2020, as labels internacionais Savage x Fenty, Stella McCartney e Ralph Lauren se destacaram entre as que apostaram em campanhas de conscientização e apoio à causa.
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Savage x Fenty
Criada pela cantora e empresária Rihanna, a Savage x Fenty revolucionou o mercado de lingeries. Ao apostar em ações inclusivas e promover a diversidade, a label se firmou como uma empresa disruptiva, responsável e alinhada com os debates atuais. Mais uma prova disso é a campanha recém-lançada que reúne histórias de sobreviventes negras do câncer de mama.
Para apresentar a coleção-cápsula, criada especialmente para o mês de conscientização sobre a temática, as convidadas Cayatanita Leiva, Ericka Hart e Nykia McKenzie participaram de um editorial e vídeos, com direito a relatos reais de sensibilidade, dificuldades e desafios.
Para completar, a Savage x Fenty destinará uma parte dos lucros da coleção, que pode chegar a US$ 250 mil no total, para a Fundação Clara Lionel, organização social fundada por Rihanna em 2012. Com a verba arrecadada entre outubro e novembro, a organização vai financiar pesquisas sobre câncer, além de apoiar pessoas negras diagnosticadas.
No projeto da grife, Ericka, que detectou dois tipos de câncer aos 28 anos, falou sobre a importância de não enfrentar o problema sozinha. “Busque apoio a sua volta, isso é muito útil e necessário para a nossa sobrevivência”.
A modelo, educadora sexual e escritora contou que passou a enxergar o próprio corpo de uma nova forma. Ela também afirmou que a raça faz uma diferença fundamental no processo de tratamento. “Pessoas negras são deixadas de lado em campanhas de conscientização. Quando você vê um comercial de prevenção do câncer, sempre é com uma mulher branca, de classe média”, observou. “Você precisa defender a si mesma, ninguém conhece o seu corpo melhor do que você”, acrescentou.
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Cayatanita relatou que receber a notícia do câncer de mama, aos 32 anos, foi uma experiência devastadora, mas que não a derrubou. “Eu sabia que iria seguir em frente e superar”, relembrou. Na jornada de cura, ela buscou suporte na relação com a natureza e no contato com a água.
Já McKenzie descobriu a enfermidade aos 25 anos. A maquiadora foi diagnosticada incorretamente duas vezes antes de finalmente receber o tratamento correto. “Eu definitivamente penso que a verdade é que nós, mulheres negras, precisamos ser escutadas, precisamos de atenção, e não colocadas apenas como um número”.
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Stella McCartney
Quem também se mobilizou foi a estilista Stella McCartney. A etiqueta homônima da britânica preparou uma nova campanha de alerta com depoimentos de vítimas do câncer de mama. O material engloba cliques da fotojornalista Lynsey Addario, além de curta-metragem dirigido pela cineasta Alice Aedy.
Como parte da iniciativa, batizada A Letter to My Loved Ones (Uma Carta para Meus Entes Queridos, em tradução livre), 12 mulheres compartilharam cartas manuscritas que escreveram sobre o diagnóstico para pessoas amadas. As protagonistas são: Mel Bastien, Caroline Boore, Emma Campbell, Lizzi England, Leanne Hughes, Jane Hutchison, Keely Joseph, Gemma Longland, Sharon Marshall-Green, Louisa Rasmussen, Toral Shah e Nisha Tanna.
Stella McCartney tem uma motivação pessoal para o engajamento. “Dói-me todos os dias ter perdido um dos humanos mais preciosos, minha mãe, Linda [McCartney], para essa doença horrenda”, disse a designer em um comunicado. “Tenho uma profunda admiração e gratidão por essas mulheres – tanto por aquelas que compartilharam suas histórias comoventes, quanto por Lynsey e Alice, que deram vida a essas narrativas poderosas”.
Neste ano, as vendas do conjunto de underwear Whitney Popping têm os lucros revertidos para instituições de caridade pelo mundo que são apoiadas pela fundação Stella McCartney Cares, incluindo a Hello Beautiful Foundation, em Londres, e o Linda McCartney Centre, em Liverpool. Além disso, um número limitado de sutiãs Louise Listening, específicos para o pós-mastectomia, está disponível gratuitamente mediante solicitação on-line.
Ralph Lauren
Lançada em 2000, a campanha Pink Pony (Pônei Rosa, em tradução livre) é a iniciativa global da Ralph Lauren Corporation na luta contra o câncer de mama. O movimento apoia programas de rastreamento precoce, diagnóstico, tratamento e educação.
Neste ano, a tradicional coleção da marca inclui opções de camiseta, perfume e suéter. Destaque para a t-shirt Live Love, que terá 100% dos lucros designados ao fundo Pink Pony da Ralph Lauren ou para uma rede internacional de mobilização. De toda a coleção, 25% da verba arrecadada será doada.
Câncer de mama
O Outubro Rosa foi criado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, na década de 1990, no 1990. Vale ressaltar que o câncer de mama é a segunda doença mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo. Por aqui, representa cerca de 20,9% de todos os cânceres entre a população feminina, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca).
“A prática de atividade física e de alimentação saudável, com manutenção do peso corporal adequado, estão associadas a menor risco de desenvolver câncer de mama: cerca de 30% dos casos podem ser evitados quando são adotados esses hábitos. A amamentação também é considerada um fator protetor”, sinaliza o Inca.
Contudo, não existe uma causa única para a doença. Há vários fatores que influenciam, como envelhecimento, histórico familiar, consumo de álcool, tabagismo, excesso de peso, sedentarismo e exposição à radiação ionizante. Na maioria dos casos, o câncer de mama pode ser diagnosticado em fases iniciais, o que aumenta a possibilidade de tratamentos e resultados. Vale ressaltar que, em menores proporções, a doença também acomete homens.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil recomendam que as mulheres de 50 a 69 anos façam mamografia de rastreamento a cada dois anos. Além disso, é importante que toda mulher fique atenta a alterações suspeitas na mama. O autoexame é indicado a ser feito pelo menos uma vez por mês.
Colaborou Rebeca Ligabue