Brechó do Óculos: idealizador transformou armações vintage em negócio
Com curadoria de Mayton Campelo, que mescla produtos vintage nunca usados e itens novos, a etiqueta mantém um portfólio com visuais diversos
atualizado
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A ideia para um empreendimento pode surgir de maneiras inesperadas. Seja por uma demanda latente, seja a partir de uma observação constante, há diferentes formas de identificar oportunidade de negócio. Esse foi o caso de Mayton Campelo, fundador do Brechó do Óculos. No Moda Brasília desta terça-feira (7/6), a coluna conta a história da empresa especializada na curadoria de armações de sol e de grau.
Vem conferir!
Legado repaginado
Mais do que nunca, os jovens das novas gerações buscam maneiras de destacar o estilo pessoal. Os óculos de sol, em especial, estão entre os itens preferidos dos fashionistas para “temperar” as produções com personalidade. Mayton Campelo, sempre atento às tendências, viu uma crescente procura pelos itens. Paralelamente, no negócio familiar, uma ótica localizada na 103 Sul observou que havia muitas armações paradas há mais de três décadas.
Foi aí que veio o “clique” para unir as duas demandas. Dos 400 óculos antigos, inertes no estoque do estabelecimento, Campelo selecionou os modelos que tinham potencial e resolveu participar de um encontro de brechós em Brasília. O resultado? Os itens fizeram o maior sucesso entre o público adepto da moda circular. Com o incentivo, ele começou a participar de feiras colaborativas na cidade.
“O início se deu de maneira bem informal, sem uma intenção muito clara ou um objetivo maior. Vi a oportunidade de conectar, por meio das peças vintage, pessoas interessadas em artigos únicos e também vender os óculos que já estavam na ótica há um bom tempo”, conta. A marca nasceu oficialmente em 2014, três anos após o início informal, e ganhou espaço físico em 2017, na Asa Norte.
Moda cíclica
A terceira lei de Newton afirma que “tudo que vai, volta”, e essa parece ser uma máxima no âmbito da moda. O Brechó do Óculos realiza um mosaico de tendências passadas, investindo em um portfólio que mescla décadas e estilos distintos. De estéticas minimalistas à armações dramáticas, de peças vintage de marcas independentes a achados de grandes grifes, a etiqueta oferece algo muito procurado pelo público-alvo: exclusividade.
“Lá em 2011, quando começamos, focamos em armações mais arredondadas. Na época, mais de 10 anos atrás, ninguém gostava muito do estilo, e até olhavam meio torto. Vejo como fases mesmo. Hoje, por exemplo, os óculos máscara estão sendo muito procurados. Esse visual tem uma pegada mais dramática, statement, e que remete ao estilo usado nos anos 2000”, explica Mayton.
Aos poucos, a marca compreendeu a persona que teria maior identificação com os produtos vendidos. Os clientes do Brechó, em sua maioria jovens, gostam de visuais autênticos, ousados, e costumam garimpar peças para complementar as produções do cotidiano. Por isso, nas divulgações dos novos produtos, a empresa dialoga com o público por meio de editoriais conceituais, repletos de referências do universo alternativo.
“As peças vintage tem esse ‘quê’ afetivo, né? Em nosso espaço físico, temos como inspiração a casa de vó. Não falta um café coado, água no filtro de barro e muitas plantinhas. Queremos sempre receber as pessoas nessa atmosfera carinhosa, que traz um ar bem carinhoso”, pontua.
Moda Brasília
A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal no Centro-Oeste.
O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.
Para outras dicas e novidades sobre o mundo da moda, siga @colunailcamariaestevao no Instagram. Até a próxima!
Colaborou Marcella Freitas