Blockout? Enquanto celebridades ostentavam looks deslumbrantes no Met Gala 2024 — com ingressos que custavam nada menos que US$ 75 mil (cerca de R$ 380 mil) —, protestantes a favor da Palestina ocupavam as calçadas do lado de fora do evento. A gota d’água foi um vídeo publicado — e já excluído — pela influencer norte-americana Haley Kalil, no qual ela posa com um visual extravagante em frente a algumas pessoas e dubla o áudio do TikTok “let them eat cake” (que comam brioche, em tradução livre).

A frase é comumente atribuída à rainha Maria Antonieta, embora não haja evidências disso, e repercutiu a partir do filme biográfico da rainha, lançado em 2006. A sentença foi, ao longo da história, considerada o motivo que levou a rainha à guilhotina e, consequentemente, à Revolução Francesa.

O movimento Blockout 2024

Com isso em mente, o conteúdo de Haley foi suficiente para provocar críticas e discussões de internautas que traçaram paralelos do contexto histórico da revolução e os conflitos contemporâneos. Logo depois, a hashtag #Blockout2024 tomou conta das redes sociais. O movimento emergiu no TikTok e busca questionar o posicionamento de celebridades e membros da alta sociedade em relação aos atuais conflitos geopolíticos.

O objetivo do protesto on-line é convidar os usuários da plataforma a bloquear famosos que não tenham se posicionado contra a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas, às custas do povo Palestino, como forma de boicote. Entre as publicações da ação, há, inclusive, comparações do Met Gala com o filme Jogos Vorazes, que retrata os efeitos impactantes da estratificação social.

Como estão as celebridades?

Diante disso, fato é que Haley Kalil serviu apenas de estopim para o movimento Blockout tomar conta da web. A falta de posicionamento de diversas personalidades relevantes no nicho de entretenimento sobre as temáticas preocupantes ao redor do mundo já era um incômodo entre vários internautas.

Agora, celebridades como Taylor Swift, Selena Gomez, Zendaya, Kim Kardashian, Kylie Jenner, Billie Eilish, Beyoncé e Rihanna já perderam milhares de seguidores nas redes sociais. No TikTok, um usuário escreveu: “É hora das pessoas conduzirem a ‘guilhotina digital’ a todas as celebridades que não estão usando seus recursos para ajudar aqueles que precisam urgentemente.”

O movimento Blockout 2024 evidencia uma crescente demanda por responsabilidade e engajamento por parte das celebridades em questões sociais e políticas globais. O protesto on-line demonstra o poder dos usuários das redes sociais em cobrar posicionamentos e promover ações concretas, como o boicote aos perfis que não se manifestam diante de crises humanitárias.

A perda significativa de seguidores por parte de figuras influentes da cultura pop indica um novo paradigma na relação entre celebridades e fãs, o qual o ativismo e a conscientização se tornam cada vez mais relevantes.