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Bernardo Rostand se inspira na música para criar peças marcantes

Em bate-papo com a coluna, o estilista relembra trajetória e adianta a nova fase e estética adotada em sua etiqueta

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Jacqueline Lisboa/Metrópoles
Bernardo Rostand
1 de 1 Bernardo Rostand - Foto: Jacqueline Lisboa/Metrópoles

A arte inspira de muitas maneiras. Engana-se quem pensa que somente o visual é capaz de trazer referências. A trajetória de Bernardo Rostand na moda teve início, curiosamente, nos palcos de ópera. Ainda quando estudava música na Universidade de Brasília (UnB), o catarinense radicado na capital federal se via encantado pelos elementos que adornavam os cenários das apresentações. No Moda Brasília desta quarta-feira (8/12), o estilista relembra os seus primeiros passos no universo dos croquis, e compartilha os planos para a etiqueta.

Vem conferir!

Giphy/Atelierostand/Reprodução

Para Bernardo Rostand, os tecidos, figurinos e a atmosfera carregada de dramaticidade foram os elementos que despertaram a sua curiosidade para tentar novos caminhos. Da música, migrou para a arquitetura. Imerso no universo da criação, foi sendo aflorada a vontade de colocar as ideias em prática. Despretensiosamente, ele encontrou na moda a possibilidade de dar vida às inspirações.

A princípio, começou a desenhar peças para usar no dia a dia. Em pouco tempo, as roupas passaram a chamar a atenção dos amigos mais próximos, que correram para fazer encomendas. Com o aumento das demandas, nasceu, em 2017, a Ateliê Rostand. “A arquitetura foi a grande inspiração por trás da minha primeira coleção. Tive como base de referência os palácios e busquei mesclar o clássico com o moderno. Ainda nesse começo, entendi que o meu estilo seria essa união de paixões presentes na minha vida”, relembra.

Como em uma colcha de retalhos, as referências do estilista estão costuradas em seu trabalho. Nas criações, utiliza a matemática criativa: a sua forte conexão com a arte clássica soma-se à bagagem musical e sensibilidade para perceber detalhes. O resultado? Peças modernas, com linhas simples, porém, carregadas de elementos dramáticos.

“Acredito que esse seja o segredo para produzir moda: fazer com que a peça seja tão bonita por dentro quanto é por fora. À primeira vista, muitas vezes, faço um vestido simples. Mas trago uma explosão volumosa, contraste e foco em detalhes minuciosos. Trazer essa execução caprichada para a estrutura interna também faz toda a diferença”, ressalta o estilista.

Bernardo Rostand
Bernardo Rostand é o estilista à frente do Ateliê Rostand

 

Bernardo Rostand
As referências do estilista estão presentes em seu trabalho. Tendo isso em mente, há elementos do seu passado na música e influencia da arquitetura e do design

 

Bernardo Rostand
A marca nasceu em 2017
Portfólio estrelado

Consolidada no mercado há mais de quatro anos, a Ateliê Rostand já vestiu celebridades brasileiras em eventos de televisão e tapetes vermelhos. Com estilo singular, a etiqueta conquistou a modelo e apresentadora Sabrina Sato, a cantora Iza e o DJ Alok. Apesar de as peças serem pensadas para ocasiões diferentes, carregam elementos que traduzem o estilo da grife. Além do clássico veludo, não faltam aplicações em pedraria, volume, laços e paetês.

“É uma realização muito grande poder participar de eventos com personalidade que tem conexão com a marca. Afinal de contas, as roupas funcionam como objetos de memórias afetivas. Acompanhar um artista em uma premiação, por exemplo, é um momento único. Fica registrado de maneira carinhosa e muito especial”, pontua.

Bernardo Rostand
As peças da etiqueta são modernas, com linhas simples e detalhes que carregam dramaticidade

 

Bernardo Rostand
Maxilaços não faltam nas peças do Ateliê Rostand

 

Bernardo Rostand
Paetês também estão presentes

Confira a entrevista com Bernardo Rostand:

As suas peças carregam exuberância e dramaticidade. Como é o estilo da sua cliente?
Bernardo Rostand: Eu gosto muito de pegar cortes clássicos e dar uma repaginada, reformular um conceito que já existe. Atualmente, as minhas clientes se dividem em dois segmentos: mulheres que trabalham em ambientes corporativos e não abrem mão de toques diferenciados em peças de alfaiataria e seda, por exemplo; e meninas mais jovens, que buscam itens statement e cheios de atitude para eventos e festas. Nos dois casos, há uma demanda por roupas que as façam se destacar.

Como funciona o seu processo criativo?
Acredito veementemente que o diferencial se encontra na concepção e na execução. Eu produzo peças que são feitas para durar. Na criação, costumo montar moodboards bem coesos e minimalistas. Nem sempre há uma ligação entre os elementos que coloco, mas gosto de contrapor texturas, tecidos, cores e sensações. De maneira geral, o mix de referências está presente na minha maneira de pensar as coleções.

Como você elabora as suas coleções? Costuma seguir um calendário?
Eu respeito o meu processo e espero maturar as ideias para conceber uma coleção. Além das peças prontas para vestir, aqui no ateliê eu também produzo sob medida. No entanto, não altero o design das peças. Se uma cliente me pede um vestido em outra tonalidade, por exemplo, faço as mudanças solicitadas, ajusto o tamanho e comprimento, mas me mantenho fiel às minhas criações.

Como você avalia o atual momento da Ateliê Rostand?
Eu sou muito jovem. A minha marca é muito jovem. Assim como eu mudo constantemente, a minha etiqueta reflete tais modificações. Durante o período mais drástico da pandemia, eu diminuí a minha produção. Naquele momento, não fazia sentido promover uma marca de luxo diante de um cenário tão incerto e delicado como o que estávamos vivendo – e que ainda não acabou. Nesse momento de inflexão, fiquei muito tempo sozinho no ateliê e comecei refletir sobre os processos da moda. Há uma certa dureza, uma mecânica que nunca tinha pensado em retratar.

Considerando essa nova visão criativa, o que o público pode esperar das suas próximas coleções?
Estamos caminhando para um linha mais hardcore, mais punk. Estou pensando na galera jovem que busca essa atitude no vestir. Neste momento, eu tenho vivenciado esse lado cru da moda e as novas peças que tenho desenhado carregam esse DNA. Sendo assim, a minha clientela pode esperar tecidos mais grossos, muito metal, correntes e couro. Mantendo a essência da marca, tenho misturado essa nova estética com os códigos que definem o Ateliê Rostand.

Bernardo Rostand
Embarcando em uma nova fase, a marca irá focar em cores mais sóbrias

 

Bernardo Rostand
A estética punk e rocker será adotada

 

Bernardo Rostand
Mantendo a essência da marca, Bernardo tem mesclado o novo estilo com os códigos que definem o Ateliê Rostand

 

Bernardo Rostand
O veludo é uma das assinaturas da label
Série Moda Brasília

A coluna Ilca Maria Estevão deu início à série Moda Brasília em 2021. Toda semana, apresentamos marcas, designers e etiquetas locais, a fim de dar ênfase à moda criada no Distrito Federal e no Centro-Oeste.

O objetivo é apresentar iniciativas e empresas que atuam em prol da cadeia produtiva regional de maneira criativa, sustentável e inovadora. Os nomes são selecionados de forma independente pela equipe da coluna, a partir de critérios como diferencial de mercado, pioneirismo e ações que valorizem a comunidade.


Colaborou Marcella Freitas

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