Atsuko Kudo, a designer que quer vestir a rainha com látex
Depois de assinar looks para Lady Gaga, Beyoncé e Kim Kardashian, foco da estilista japonesa é criar um visual destinado a Elizabeth II
atualizado
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A apresentadora Sabrina Sato é um das figuras mais requisitadas do Carnaval brasileiro e, sabendo disso, a ex-BBB criou um projeto destinado a mostrar todas as peças usadas por ela durante a folia. Entre as produções que mais se destacaram, está um look monocromático de látex, assinado pela designer japonêsa Atsuko Kudo com exclusividade para a estrela da Record.
A beldade surgiu com a roupa em seu Instagram, mostrando cada detalhe em câmera lenta e causou uma verdadeira comoção entre seus seguidores. Contudo, antes de Sabrina salientar suas formas com as modelagens precisas da estilista, celebridades, como Lady Gaga, Beyoncé, Kim Kardashian, Kylie Jenner e Bella Hadid, já apostaram nas criações de Kudo para eventos de grande importância.
Com tantos nomes de peso usando seus produtos, fica até difícil imaginar quais os próximos passos que a maior referência em látex no mundo quer dar, mas Atsuko já tem um grande desejo em mente. Depois de produzir parte da coleção desfilada pela Givenchy, na última Semana de Alta-Costura, a estilista sonha em vestir a rainha Elizabeth II. Dá para imaginar vossa majestade em um tailleur de borracha?
Vem comigo saber mais!
Atsuko Kudo é a grande responsável por difundir o látex, antes só usado em peças fetichistas, na indústria têxtil. Apresentada ao mundo por Lady Gaga, que utilizou uma de suas criações para conhecer a rainha Elizabeth II, a japonesa virou febre entre as estrelas pop e se tornou queridinha das maiores influencers do Instagram.
A designer já vestiu Taylor Swift, Nicki Minaj, Rita Ora, Winnie Harlow e Chiara Ferragni; viu Beyoncé usar um de seus vestidos no Met Gala; estrelou vários editoriais da Vogue; colaborou com Nicola Formichetti no outono/inverno 2011 da Mugler; e brilhou em campanhas da Mercedes Benz e da Veuve Clicquot. Mesmo assim, há uma meta que ela ainda não cumpriu.
Ao Huffington Post, ela admitiu que a grande matriarca do Reino Unido, Elizabeth II, é a cliente que falta em seu hall de estrelas. “Minha ambição ainda é vestir a rainha. Estilisticamente, eu não me afastaria muito do tipo de coisa que ela já usa, mas é claro que faria algo em látex”, antecipou.
É um tanto quanto estranho imaginar a figura real trajando um modelo cintilante e justo, mas ela não se acanha diante das possibilidades.
“Como eu trabalho exclusivamente com látex, eu entendo que minha roupa, geralmente, está relacionada à sexualidade, mas isso está mudando rapidamente. Quando eu usei o material pela primeira vez, há muito tempo atrás, eu me senti como uma super-heroína. E eu queria que outras mulheres pudessem sentir o mesmo. Eu faço roupas para mulheres que querem se sentir bonitas, femininas e fortes, como a rainha.”
Kudo defende que o látex é um material democrático e sua clientela não é formada apenas por celebridades, muito pelo contrário. “Vestimos mulheres do mundo todo e a grande maioria não é famosa. Inclusive, trabalhamos com tamanhos extragrandes. É um mito que você precisa ter um corpo perfeito para usar látex. Meu trabalho é fazer todas as pessoas se sentirem especiais”, diz.
De acordo com ela, ter uma peça desse material requer cuidado e atenção, mas tudo vale a pena quando você vê o caimento. “O látex pode não ser o tecido mais confortável do mundo. É delicado e vai rasgar se você não lidar corretamente. Você precisa de talco ou lubrificante para se vestir. Como tudo o que é fetichista, demanda tempo e energia”, revela a designer radicada em Londres.
Por ser tão popular no mundo das famosas, as peças de Kudo têm um preço um tanto quanto salgado, mas se você quer aderir a essa tendência, existe uma estilista em Brasília que trabalha com a matéria-prima. Recém-formada pelo Iesb, Vitória Nedel escolheu o látex para compor sua coleção de conclusão de curso.
A jovem designer queria algo que a desafiasse e, como já tinha familiaridade com o material, decidiu apostar em uma marca especializada nele. “O látex está no pop, na cultura drag e no fetichismo. São três mundos que eu amo. Eu pensei em trabalhar com o PVC, mas queria trazer uma alternativa sustentável. O látex é um material natural, que se degrada na natureza, então foi a escolha perfeita”, contou Vitória à coluna.
A pouca oferta da matéria-prima no mercado é um desafio. “Folhas de látex não são produzidas no Brasil. Consegui comprar em Nova Iorque, com um dos poucos fornecedores dos EUA. A maioria das marcas está em Londres, onde você paga em libras”, explica.
Nedel ainda está divulgando sua marca, Seringa, mas já recebeu algumas encomendas. Ela consegue vender uma hot pants ao preço de R$ 150 e um vestido tubinho a R$ 200. “Depende muito da peça que você quer. Quanto mais elaborada, mais caro fica. Mas com certeza sai mais em conta do que recorrer às marcas de fora”, alerta.
Como os furos não são permitidos no látex, porque a elasticidade do material aumenta a circunferência feita, Vitória usa uma técnica especial na confecção. “A única opção é uma cola à base de solvente. É um boa solução, pois você pode suar e limpar a roupa sem que ela desmanche”, comenta a estilista.
Segundo Vitória, é necessário passar talco ou lubrificante para vestir as roupas, mas não é um incômodo. “A folha pura é uma espécie de balão grosso e resistente. É um material com poros, então, em contato com o corpo, causa atrito. Precisa passar talco ou lubrificante à base de água, pois o óleo diminui a vida útil da peça. Tem um processo químico que fecha os poros e tira esse atrito, mas ele elimina o brilho da superfície, o que não é interessante.”
Assim como Atsuko Kudo, ela recomenda cuidado redobrado, mas confessa ter uma certa paixão pelo processo de manutenção. “´Te obriga a ter conexão com a roupa. Você cria um carinho por ela. Não é vestir, tirar e guardar. Tem que limpar à mão, com água morna e sabão neutro, não pode colocar pregador, não pode secar ao sol. Tem que zelar direitinho”, finaliza.
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Colaborou Danillo Costa